“Um jovem negro, gay, desbravando suas primeiras impressões sobre afeto, amor e coisas que deram certo e coisas que não deram certo”. É desta forma que Rico Dalasam define a trilogia que iniciou com o disco Dolores Dala Guardião do Alívio (2021) e que ganhou continuidade com o EP Fim das Tentativas (2022). Agora, o rapper, cantor e compositor paulistano está prestes a apresentar o terceiro capítulo da narrativa que acompanha o percurso deste corpo determinado. Trata-se do álbum Escuro Brilhante.
Antes, contudo, ele cria um elo entre os trabalhos com o videoclipe de “Tarde D+”, faixa que integra Fim das Tentativas e simboliza o reconhecimento da autonomia e do amor próprio como forma de cuidado.
“No contexto do EP, “Tarde D+” surge após várias situações desconfortáveis e violentas. Ela vem para revelar a autonomia de um amor ao qual já estive preso, mas que não exerce mais essa força de domínio em mim. Ela traduz em palavras que ‘não dá mais pra pra sofrer esse tipo de manipulação’” sintetiza Dalasam.
A tomada de controle do campo sentimental é como uma virada de chave, o que levou o artista a querer usar o videoclipe dessa música – gravado em Nova Iorque e com direção de Oga Mendonça e Lívia Sá – como a ponte para o próximo passo da carreira.
Em junho, Rico Dalasam lança o disco Escuro Brilhante, que encerra a trilogia iniciada em 2021.
“Agora, as canções partem de um lugar de relembrar o próprio brilho e poder se ver inundado por ele. É como tirar o protagonismo do que era trauma, dor e cicatriz e colocar o este protagonismo na maneira como nos identificamos na sociedade e na vida”, define o artista.