Tyler, the Creator explora autenticidade, fama e vulnerabilidade no álbum ‘CHROMAKOPIA’

Tyler, the Creator / Divulgação

Tyler, the Creator lança seu sétimo álbum de estúdio, CHROMAKOPIA, o primeiro em três anos, após o sucesso de CALL ME IF YOU GET LOST (2021). O álbum foi lançado em uma segunda-feira, desafiando a tradição das sextas-feiras e incentivando a indústria musical a repensar seu modelo focado em vendas. O registro, que conta com 14 faixas, inclui colaborações de Daniel Caesar, Doechii, Willow Smith, GloRilla, Thundercat, Teezo Touchdown, Donald Glover, Lil Wayne, Sexyy Red, Lola Young, Santigold, ScHoolboy Q e outros. Há teorias de que CHROMAKOPIA é inspirado em Chroma the Great, maestro do clássico infantil ‘The Phantom Tollbooth’, de Norton Juster, que cria cores com sua orquestra. Isso pode explicar o uso de cores monocromáticas por Tyler nesta era.

CHROMAKOPIA mantém Tyler conectado às suas raízes no rap, mas amplia sua sonoridade com samples obscuros e minuciosidades musicais que potencializam sua evolução como artista. “St. Chroma”, a faixa de abertura, inicia a jornada sobre autenticidade e autoaceitação, enfatizando a importância de não apagar sua própria luz, com rimas sussurradas e uma batida belicistas. “Rah Tah Tah” aprofunda as tensões entre a persona pública e privada de Tyler – afirmando ser o maior da cidade depois do Kenny [Kendrick Lamar] – com uma sonoridade ameaçadora e rimas agressivas, enquanto “Noid” explora a fama e a sensação sufocante de paranoia, com um sample de “Nizakupanga Ngzo” da banda zambiana Ngozi Family e vocais de apoio de WILLOW, junto a um videoclipe estrelado pela atriz Ayo Edebiri (de ‘O Urso’). Em meio aos terrores e delírios, surgem momentos acolhedores, como na melodia de “Darling, I”, um devaneio pelas reflexões de Tyler diante de um relacionamento que o leva a confrontar seus problemas pessoais e se comprometer plenamente, apoiado pelos versos de Teezo Touchdown, conselhos de Bonita Smith e uma melodia ensolarada funky pop apaixonante.

“I Killed You”, com vocais de Donald Glover (a.k.a. Childish Gambino) e um instrumental tribal divertido de tom infantil, é uma metáfora para se libertar de pressões externas em uma luta contra o fracasso e relacionamentos tóxicos – incluindo familiares. A romântica “Judge Judy”, que repete a parceria com Gambino e apresenta um instrumental delicado, aborda um romance passageiro. “Sticky”, com colaborações de Lil Wayne, GloRilla e Sexyy Red, e um sample de “Get Buck” de Young Buck, trata da confiança e desinibição em festas, lidando com situações conflitantes enquanto afirma sua individualidade e despreza críticas.

“Take Your Mask Off” incentiva a transparecer os desejos e remover as máscaras que usamos para nos proteger, enquanto as rimas exploram a luta por autoaceitação e autenticidade, criticando a hipocrisia e a pressão social. “Thought I Was Dead” com ritmos intensos, reminiscentes de uma produção de Pharrell, sons de trompetas, versos da mãe de Tyler e rimas viscerais, expressa um sentimento de alienação. Momentos delicados, como a delicada “Tomorrow”, com um violão dedilhado, pianos, teclados lustrosos e sintetizadores oscilantes, expõem a ansiedade do artista sobre o envelhecimento e as mudanças na vida. “Balloon”, com um sample de “I Wanna Rock” de Luke e sendo um dos momentos mais pop do disco, apresenta mais um momento de reflexão sobre vulnerabilidade, autoconhecimento e crescimento pessoal, com versos adicionais de Doechii. “I Hope You Find Your Way Home”, faixa que encerra o disco, modifica a realidade em um desfecho emocionante, com Tyler expondo desafios pessoais e críticas à superficialidade na indústria da música. Nos versos finais, a mãe do artista expressa seu orgulho, ressaltando a importância de ele ser fiel a si mesmo.

Em CHROMAKOPIA, Tyler enfrenta seus medos e inseguranças, removendo a máscara que o protege, resultando em uma experiência profunda e verdadeira.