Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: MØ, Baco Exu do Blues, Amber Mark, Katie Dey, PinkPantheress, Pinegrove e aboynamedblu.
• MØ – Motordrome
(Sony Music)
“Dark disco” é como Karen Marie Ørsted (a.k.a. MØ) descreve o som do terceiro álbum de estúdio, Motordrome. No início de 2019, depois de vários anos em turnê sem parar, ela sabia que era hora de se recalibrar. Ela estava tendo ataques de pânico regulares, desesperada para descansar, mas com medo de desaparecer da vista do público. Com produção eletrônica, muitas vezes acentuada com cordas, pianos e solos de guitarra, as músicas vão crescendo uma após a outra auxiliadas de sintetizadores cósmicos e drum pads potentes. MØ faz uma série de revelações revisitando temas como juventude (“Brad Pitt”), desejos e necessidades (“Goosebumps”), arrependimentos (“Cool to Cry”), relacionamentos tóxicos (“Live to Survive”), manipulações emocionais (“New Moon”, onde entendemos o termo “dark disco”) e o suporte dos fãs (“Kindness”) para contar a jornada pessoal.
• Baco Exu do Blues – QVVJFA?
(999/Altofalante)
Em QVVJFA? (Quantas Vezes Você Já Foi Amado?), o sucessor do EP Não Tem Bacanal na Quarentena, o rapper baiano Diogo Moncorvo (a.k.a. Baco Exu do Blues) reflete sobre a forma como as pessoas pretas recebem e dão afeto revisando os próprios sentimentos logo nos primeiros versos (“eu sinto tanta raiva que amar parece errado”). O resultado é uma avalanche de sentimentos em rimas que hipnotizam e musicalidade, bem ao estilo do Baco Exu do Blues com a austeridade dos álbuns Esú e Bluesman. O trabalho conta com participações especiais de Gloria Groove (“Samba in Paris”) e Muse Maya (“Sei Partir”), além de samples acertados de Gal Costa (“Lágrimas”) e Vinícius de Moraes (“Imortais e Fatais 2”).
• Amber Mark – Three Dimensions Deep
(Universal Music)
O álbum de estreia de Amber Mark chega quase quatro anos após o lançamento do EP Conexão. Com 17 faixas no repertório, Three Dimensions Deep é dividido em três atos que seguem o arco de desenvolvimento pessoal e musical de Mark: Without, Withheld e Within. No primeiro reflete as inseguranças como artista e rompimentos amorosos; no segunda foca sobre negação e a necessidade de superação; e encerra focando nos traumas e negatividade em busca de respostas numa escala cósmica (“Competition”). É um trabalho conceitual profundo e uma carta de amor para ela mesma numa jornada (“What It Is”, “Foreign Things”) pela insegurança, confiança e encontrar o lugar no mundo numa combinação celestial e eclética de pop, afrobeat, reggae, neo-soul, R&B e elementos eletrônicos.
• Katie Dey – forever music
(Independente)
Gravado inteiramente por Katie Dey em casa, o sucessor de Mydata (2020) está disponível como exclusivo do Bandcamp, embora a artista tenha observado em um comunicado à imprensa que “pode ser lançado em serviços de streaming no futuro”. Inspirado em obras de artistas como Tori Amos, Utada Hikaru, Prince, Ryuichi Sakamoto, Regina Spektor e Hatsune Miku, Dey garante as músicas mais vulneráveis e diretas que conquistou com seu bedroom pop. É sobre o poder eterno da música e o amor genuíno entre mulheres (“unfurl”), relacionamentos tóxicos (“real love”), desafiar probabilidades e fazer as pequenas coisas possíveis para cuidar das pessoas que você mais ama.
• PinkPantheress – in hell with it (Remixes)
(Elektra/Parlophone)
A elogiada mixtape de estreia de PinkPantheress, to hell with it, é revisitada por diversos produtores renomados – como Flume, LSDXOXO, El Guincho, Nia Archives, Tommy Gold, entre outros – que entregam um olhar próprio para as produções da artista. O registro apresenta pelo menos um remix de cada música do projeto, embora algumas delas – como “Pain”, “I must apologise”, “Last valentines”, “Noticed I cried”, “Reason” e “All My Friends Know” – tenham dois.
• Pinegrove – 11:11
(Rough Trade)
Com Chris Wall (ex-Death Cab Cutie) assumindo a produção, o sexto disco do Pinegrove é um triunfo absoluto que prende os ouvintes com músicas cheias de ganchos, insinuando sentimentos de aproximação, urgência e beleza poética. 11:11 – no misticismo, uma combinação de números que indica um novo começo – é sobre mudanças climáticas (“Alaska”), olhar sociopolítico (“Orange”), o caos causado pela COVID (“Respirate”) e o desejo por uma nova sociedade. São canções embaladas por arranjos versáteis contornados por um country-folk-rock-emo acusticamente apurado, com momentos explosivos, e vulnerabilidade lírica. Simplicidade na sonoridade e complexidade nas composições, o registro conta com uma vasta gama de emoções: raiva, amor, contentamento e confusão.
• aboynamedblu – in a room with no floors
(Planet Zogg)
O segundo lançamento de aboynamedblu serve como continuação do primeiro EP (Alone On Most Days). in a room with no floor expande a base musical e lírica do artista abordando temas de ansiedade, desilusão, perda, isolamento e dependência de drogas, incorporando elementos do grunge, indie rock, punk, baladas e new wave dos anos 80 . O compacto reflete a paleta musical cada vez maior de Blu, introduzindo um conjunto mais amplo de influências musicais e resultando em seu trabalho mais expansivo com influências de Stevie Wonder a Nirvana.