6 discos para ouvir hoje: Beyoncé, Maggie Rogers, King Princess, Florist e mais

Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Beyoncé, Maggie Rogers, King Princess, Florist, of Montreal e Loren Berí.

BeyoncéRENAISSANCE
(Parkwood Entertainment)

Depois de seis anos, Beyoncé está de volta com seu disco mais dançante até agora. RENAISSANCE, a primeira parte de uma trilogia, é uma celebração da cultura dos clubes na música disco, house, cultura ballroom e sons funky. Flutuando pelos estilos dos dias de Studio 54 às festas dos anos 90, o registro conta com uma lista de colaboradores invejáveis: de Grace Jones (“MOVE”) a Nile Rodgers (com uma guitarra sedutora na disco groovy “CUFF IT”), Skrillex (“ENERGY”) a Pharrell Williams e Honey Dijon (“COZY”) a BloodPop (“PURE / HONEY”). Além disso, há samples icônicos como “Show Me Love” de Robin S. em “BREAK SOUL”, “Cocaine (America Has a Problem)” de Kilo Ali em “AMERICA HAS A PROBLEM”, “Milkshake” de Kelis em “ENERGY”, “Center Of Thy Will” do Clark Sisters e “Where They At” do DJ Jimi na gospel rap “CHURCH GIRL”, “Mystery of Love” do Mr. Fingers (“PURE / HONEY”) e “I Feel Love” de Donna Summer e Giorgio Moroder na disco house “SUMMER RENAISSANCE”. Largando em parte o discurso político e a fúria do último álbum, Lemonade, RENAISSANCE é um convite – desde a primeira faixa “I’m That Girl” – para festejar a vida pós-pandemia e celebrar a existência de Beyoncé entre nós. “Aplausos, uma salva de palmas” é o que a artista pede no final do disco. E merece.

Maggie RogersSurrender
(Capitol Records)

Surrender traz Maggie Rogers aventurando-se e acrescentando novas paletas sonoras e ideais no repertório. Se o foco do disco de estreia Heard It In A Past Life era capturar uma estética indie folk pop, no segundo trabalho de estúdio a garota explora um som maximalista em guitarras, baterias potentes, sintetizadores avoados (“Be Cool”, “Symphony”) e vocais enérgicos (“Shatter” com Florence Welch do Florence and the Machine nos backing vocals) para expor relacionamentos fracassados, desejos sexuais (“Want Want”), ansiedades e frustrações reprimidas (“Anywhere With You”) em letras pessoais. Os novos experimentos não fazem com que ela abandone por completo o estilo que a revelou (“Horses”, “Begging for Rain”), permitindo que o registro encontre um equilíbrio satisfatório entre o folk sereno e o eletropop (“Different Kind of World”).

King PrincessHold On Baby
(Zelig Records)

Hold On Baby, o sucessor do álbum de estreia Cheap Queen, é uma ode ao amor e aos relacionamentos queer de Mikaela Strauss (a.k.a. King Princess). Escrevendo sobre situações que causaram angústias e usando-as para justificar as próprias ansiedades e vulnerabilidade (“Crowbar”), a garota passeia através de sons digitais e analógicos do pop ao rock. Apresenta os desafios de encontrar um amor verdadeiro (“Too Bad”), relações tóxicas (“Cursed”), finais trágicos (“Change The Locks”), frustrações (“Let Us Die” com a participação póstuma do baterista do Foo Fighters, Taylor Hawkins), amores perdidos (na indie R&B “Little Bother” com a cantora alt soul Foushée), anseios de engatar um relacionamento sério (“Winter is Hopeful”) e o apoio dos amigos nessa vida inqueta (“For My Friends”). O álbum é produzido pela artista ao lado de nomes ilustres como Mark Ronson, Ethan Gruska, Aaron Dessner, Dave Hamelin, Shawn Everett e Tobias Jesso Jr..

FloristFlorist
(Double Double Whammy)

Florist é o quarto álbum autointitulado da banda de indie folk. É um trabalho imersivo que prega uma melancolia atmosférica e todo o coração do Florist. Gravado durante todo o mês de junho de 2019, o grupo se reuniu em uma casa alugada para morar e trabalhar juntos. Com um som empenado (“June 9th Nighttime”), ambiente e pouco polido, o violão suave e improvisado (“Dandelion”) de Emily Sprague ganha a companhia tímida de instrumentos de sopro, sintetizadores luminosos, percussão errante, samples, ambiência natural (nos sons de grilos, pássaros e chuva) e vinhetas significativas (na trilogia “Bells). O resultado é uma coleção honesta de canções que retratam o processo de cura, ao refletir os mistérios da vida (“Feathers”) e perdas pessoais (“Red Bird Pt. 2 (Morning)”), através da amizade, família e amor.

of MontrealFreewave Lucifer f<ck f^ck f>ck
(Polyvinyl Records)

Em Freewave Lucifer f<ck f^ck f>ck, o of Montreal continua a ultrapassar os limites – da loucura à melancolia – do que a música pop pode ser. Em faixas como “Marijuana’s A Working Woman”, revisita temas de psicodelia usando sintetizadores pulsantes sobre seu baixo instantaneamente reconhecível. O álbum também aborda aspectos de políticas sexuais, isolamento durante a pandemia (“Modern Art Bewilders”), drogas e mortalidade (“Nightswitch”) através de melodias fascinantes e mutantes que transitam pelo pop, funk, eletrônico, rock e clássico como uma mistura de Beatles, Bowie e Gary Numan nas mãos hábeis de Kevin Barnes. É um álbum difícil que quanto mais se escuta, mais fascinado se fica pela insânia e poesia oculta sobre as ideias de como o som e o tempo atuam.

Loren BeríStray Cat Kingdom
(Loren Berí)

O EP de estreia do artista synthpop Loren Berí repercute como um encontro estonteante de Passion Pit, Vampire Weekend e of Montreal. O compacto inicia com uma homenagem descontroladamente magnética e hilária à Nova Iorque em “My Brookly (Is Better Than Yous)” em sintetizadores borbulhantes e melodia cativante. Em seguida, “Prince V” com Itamar, “Greta’s Inn” com Kishi Bashi (Jupiter One, of Montreal) e “Genesis 2.0” – em que o artista processa a morte do pai, entendendo que o luto nunca está totalmente terminado e aceitando essa realidade – são ambientadas em uma versão romantizada e alternativa da cidade grande. Aqui, imaginação e realidade distorcida se encontram, enquanto Berí apresenta uma série de personagens e, por sua vez, vários aspectos da própria vida.