8 discos para ouvir hoje: Hot Chip, Cass McCombs, Röyksopp, Phoebe Green e mais

Matilda Hill-Jenkins

Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Hot Chip, Cass McCombs, Röyksopp, Demi Lovato, Phoebe Green, Lauran Hibberd, Drew Smith & sivarT e Watkins Family Hour.

Hot ChipFreakout/Release
(Domino)

O oitavo álbum de estúdio do Hot Chip é mais um ponto alto em uma carreira de várias décadas que viu o o grupo continuar a inovar e desenvolver uma composição rica e ressonante. Enquanto eles continuam operando em sua forma máxima, o álbum também parece um novo capítulo para o grupo – uma coleção de músicas que encontra a banda alcançando a escuridão para emergir como uma verdadeira unidade criativa, seus olhares fixos positivamente no futuro. Com influências de Beastie Boys (em “Freakout/Release”), disco funk (“Down”), trip hop, rock e sons analógicos dos anos 80, o registro é repleto de reflexões pessoais (“Out Of My Depth”, “Eleanor”) – em temas como depressão e ansiedade (“Hard To Be Funky” com o ex-New Your Pony Club, Lou Hayter) – e políticos (“The Evil Than Men Do” com o rapper Cadence Weapon) inspiradas na atual conjuntura do mundo.

Cass McCombsHeartmind
(Anti-)

Cass McCombs lança o décimo disco da carreira, trabalho o qual diz ter criado para lidar com a perda de amigos próximos nos últimos anos (dedicado à memória de Chet JR White, Sam Jayne e Neal Casal) com uma sonoridade que perambula entre o country rock suave dos anos 1970 e blues rock psicodélico como uma transição entre os mundos de Elliott Smith e Kevin Morby. Raramente partindo para um ambiente sombrio, as canções são poéticas e pessoais (“Music Is Blue”) ao trazer assuntos do coração e espírito diante de duras realidades, contemplando o luto e a política – ao chamar Elon Musk de um babaca (em “New Earth”) – nos contos meditativos. Destaque para alguns colaboradores do álbum que inclue: Wynonna Judd (“Unproud Warrior”), Cactus Moser, Danielle Haim (“Belong To Heaven”), Joe Russo, entre outros.

RöyksoppProfound Mysteries II
(Dog Triumph)

O duo norueguês Röyksopp apresenta Profound Mysteries II, uma continuação direta do projeto conceitual Profound Mysteries. O trabalho, que explora temas recorrentes como amor e perda, desespero e reconciliação, conta com uma coleção de composições influenciadas pela sonoridade das raves dos anos 90 (“Control” que traz uma similaridade com “Killer” de ADAMSKI), trip hop e eletrônica atmosférica (“It Was A Good Thing” com Pixx, “Let’s Get It Right” com Astrid S) com alusões a ícones como Kraftwerk, Fleetwood Mac, Depeche Mode, Daft Punk e mais. No entanto, há a essência típica de Svein Berge e Torbjørn Brundtland.

Demi LovatoHOLY FVCK
(Island Records)

HOLY FVCK é Demi Lovato exorcizando demônios que a rodeiam em confissões já relatadas em trabalhos passados, mas agora confrontados com um som hard rock furioso que se ajusta à voz robusta da artista. É possível encontrar referências do goth-rock nas guitarras de “FREAK” com Yungblud, o pop rock de “Celebrity Skin” do Hole em “SKIN OF MY TEETH”, a sonoridade à la Marilyn Manson em “HEAVEN”, o synth rock do MUSE em “EAT ME” com Royal & The Serpent e do pop punk de Avril Lavigne em “CITY OF ANGELS” nas composições que atravessam da raiva à vulnerabilidade. Trazendo temas como fama (“FREAK”), relacionamentos amorosos do passado (“29”), problemas com vícios e saúde mental, essa é uma nova (e interessante) fase para a ex-estrela da Disney.

Phoebe GreenLucky Me
(Chess Club Records)

Nos últimos anos, Phoebe Green reavaliou sua sonoridade após turnês ao lado de nomes como Self Esteem e Everything Everything. Conhecida por tocar hinos indie pop em guitarras serenas no álbum 02:00 AM (2016), Lucky Me toma um rumo totalmente oposto. Deixando o instrumento de lado, a artista assume um instinto eletrônico nesta coleção de números confessionais e dramáticos com uma sensibilidade pop sublime. De canções frenéticas como “Crying in the Club” – um número techno house pop tristonho para as pistas de dança e que poderia andar com Robyn – à baladas sintetizadas como “DieDieDie”, Green batalha com a vulnerabilidade (“I Wish You Never Saw Me Cry”), autodestruição (“Lucky Me”), medo da rejeição (“Make It Easy”) e relacionamentos casuais (“One You Want”). Com uma honestidade e sensibilidade única, Lucky Me é um disco melancólico com melodias enérgicas para lembrar que a vida, mesmo com seus perrengues, ainda vale a pena.

Lauran HibberdGarageband Superstar
(Virgin Music)

Lauran Hibberd joga na mesa sons do indie rock, grunge e pop punk para servir suas composições barulhentas, charmosas e irônicas. Com uma veia de Weezer, Green Day e ternura de Katy Perry (“Hot Boys”), Garageband Superstar aborda temas recorrentes como o desejo de se libertar, de sentir que não é suficiente (“Still Running (5K)” com DJ Lethal do Limp Bizkit), separações românticas (“Slimming Down”), bem como o apetite de ser algo mais do que apenas como você é percebida como artista pelo público (“Garageband Superstar”, “Last Song Ever”). A capacidade de Hibberd combinar emoções intensas e confusas resultam em um material autêntico e dinâmico.

Drew Smith & sivarTGood Cop, Bad Cop
(We Are Busy Bodies)

Os músicos Travis Stokl (a.k.a. sivarT) e Drew Smith (The Bicycles) aventuram-se por conta própria para se aprofundar numa variedade de números sobre paixão. Em Good Cop, Bad Cop, os artistas dividem uma coleção de músicas – seis para cada um no registro – que passeia por melodias acústicas sonhadoras, sintetizadores atmosféricos (“I’m Done”) e soul alternativo (“Beseech The Brute”) trilhados pelo vocal sentimental e romântico de ambos.

Watkins Family HourVol. II
(Thirty Tigers)

Watkins Family Hour, dos irmãos Sara e Sean Watkins, lança o álbum Vol. II, o sucessor de Brother Sister e do autointitulado, na companhia de nomes como Lucius, Fiona Apple (“(Remember Me) I’m the One Who Loves You”), Jon Brion, Gaby Moreno, entre outros. No trabalho, a dupla reimagina uma série de canções – de tUnE-yArDs com “Hypnotized”, The Zombies com “The Way I Feel Inside” a Elliott Smith com “Pitseleh” – com uma harmonia adorável concebida pelo indie country, folk e americana.