Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Shirley Hurt, KT Laine, half•alive, White Lung e Adalita.
• Shirley Hurt – Shirley Hurt
(Telephone Explosion Records)
Ao longo de nove canções do disco de estreia, a cantora e compositora Sophia Katz, detentora do projeto Shirley Hurt, atravessa por universos do indie folk, pop, country e americana na criação de um som elegante e autoconfiante. Os arranjos esqueléticos apresentam-se com beleza em torno da voz categórica de Katz, um instrumento por si só que lembra grandes artistas (de Carole King à Joni Mitchell e Aldous Harding) num conjunto de meditações (“Problem Child”), desejos e complexidades melancólicas (“Empty Hands”). Há um ar de facilidade e simplicidade em Shirley Hurt que desmente sua complexidade inerente. Uma atemporalidade que faz o disco parecer que sempre existiu, como se fosse para estar aqui. Este é claramente o começo de uma longa história artística, que provavelmente será pontilhada de muitos capítulos imprevisíveis.
• KT Laine – Knock Knee
(Victory Pool Records)
Com uma sonoridade indie folk rock e um vocal abafado melancólico, que evoca nomes como Angel Olsen, Sharon Van Etten e Judee Sill, a canadense KT Laine apresenta o disco de estreia. Com produção de Elijah Browning, Knock Knee é um disco repleto de charme acessível e uma sensação nostálgica em teclados, sintetizadores, violinos, violas, pianos e guitarras. São canções arquitetadas de incertezas (“Linear Notes”), inquietações de caráter profundamente introspectivo (“Full Colour”), amadurecimento (“Dumpster Fire”) e escritas quando o parceiro da artista na época tinha acabado de sair para uma turnê e ela começou a processar as possibilidades de acabar o relacionamento (“Again”).
• half•alive – Conditions of a Punk
(RCA Records)
O trio de alt pop half·alive retorna com Conditions of a Punk, o sucessor do álbum Now, Not Yet, com uma série de hinos consistentes e emocionais para o vocalista Josh Taylor explorar o amor influenciado pelo indie pop, rock alternativo, soul e disco. Com uma sonoridade apoteótica, batidas groove cativantes, guitarras com brilho disco funky, sintetizadores turvos e instrumentações poderosas, as músicas refletem momentos encantadores de um amor (“High Up”), o fim de uma relação (“Did I Make You Up?”), as angústias (“Never Been Better” com Orla Gartland e que soa um encontro de The Strokes com Tame Impala), o enfrentamento com o sentimento da perda (“Make of It”), um olhar para novos começos (“Summerland”) e a busca por serenidade (“Hot Tea”). As músicas ganham dimensões contrastantes que levam as amarguras e otimismo para balançar na mesma intensidade em extasiantes melodias (“Back Around”).
• White Lung – Premonition
(Domino)
Já se passaram mais de cinco anos desde que White Lung lançou qualquer material novo. Depois do explosivo álbum de estreia em 2014, Deep Fantasy, e o aclamado pela crítica, Paradise, a banda punk fez um longo, mas não intencional, hiato. Agora, a cantora Mish Barber-Way, o guitarrista Kenneth William e a baterista Anne-Marie Vassiliou estão de volta com Premonition. O trio trabalha com o produtor de longa data Jesse Gander (Japandroids, Brutus) para movimentar o punk rock primitivo no qual a banda construiu a carreira, mas com um caráter de renascimento – o registro marca a primeira vez que Barber-Way gravou sóbria. Caótico, visceral, ousado e cheio de ganchos fulminantes, Premonition é um turbilhão selvagem de bateria, guitarra intrincada e letras intensas sobre fúria (“Hysteric”), esperança, maternidade (“Bird”) e evolução.
• Adalita – Inland
(Liberation Records)
As músicas de Inland foram finalizadas em 2015 e Adalita, ícone do rock australiano, passou os últimos sete anos regravando as faixas inúmeras vezes, enquanto lutava com os arranjos e o andamento, até que o produtor e baterista do Art Of Fighting, Marty Brown, ajudou-a a encontrar encontrar o caminho a seguir. Com guitarras distorcidas e atmosféricas, baixos pulsantes, sintetizadores e batidas eletrônicas que impulsionam sua narrativa, o terceiro registro da artista é uma celebração de uma jornada interior. Um trabalho dinâmico que explora as camadas de si mesma, tempos e lugares, tensão sexual (“Private Feeling”), pensamento obsessivos (“Listened Hard”, “Equations”) e uma celebração do poder de deixar as coisas irem (“Abandoned Houses”).