Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Velvet Negroni, Margo Price, James Yorkston, Nina Persson & The Second Hand Orchestra, Lucas Santtana, Belle and Sebastian e Joesef.
• Velvet Negroni – Bulli
(4AD)
O artista norte-americano Jeremy Nutzman, a mente por trás do Velvet Negroni, apresenta o segundo disco de estúdio, o sucessor de NEON BROWN. Criado durante um período particularmente tumultuado na vida de Nutzman, que envolveu abuso de drogas, fraude bancária e um incêndio em casa, não surpreende que o material ecoasse seu estado de espírito. Suas músicas resplandecem nos experimentos sonoros com brilho pop, enquanto mistura sons eletrônicos ondulantes com rock alternativo, power pop, R&B e hip hop – como um encontro de Blood Orange, Wyclef Jean e Steve Lacy. Dado o período de sua vida em que surgiu, é compreensível que Nutzman se sentisse tenso e incerto, mas não se engane: é um trabalho profundamente realizado que gira com paisagens sonoras fragmentárias avançando cada vez mais em algum lugar que parece vigente e vital.
• Margo Price – Strays
(Loma Vista Recordings)
Produzido por Margo Price e Jonathan Wilson (Angel Olsen, Father John Misty), Strays foi gravado principalmente no verão de 2021, durante uma semana passada no Fivestar Studio em Topanga Canyon, na Califórnia. Embora a maior parte da composição tenha ocorrido no verão anterior – durante uma viagem cheia de cogumelos de seis dias que Price e seu marido Jeremy Ivey fizeram para a Carolina do Sul – foi entre as colinas do oeste de Los Angeles que Price experimentou as melhores sessões da carreira. Instilada com uma nova confiança e conforto para experimentar e explorar como nunca antes, a cantora e sua banda de longa data canalizam as habilidades telepáticas em canções poéticas, que oscilam entre o autobiográfico (“County Road”) e o observacional (“Lydia”), ao englobar rock, country psicodélico, R&B e pop. Com vocais adicionais de Sharon Van Etten (“Radio”), Mike Campbell (“Light Me Up”) e Lucius (“Anytime You Call”), além de cordas, sintetizadores e uma variedade de sons anteriormente inexplorados, Strays também é o trabalho mais colaborativo da artista até agora.
• James Yorkston, Nina Persson & The Second Hand Orchestra – The Great White Sea Eagle
(Domino Records)
The Great White Sea Eagle segue The Wide, Wide River de James Yorkston e The Second Hand Orchestra. O novo trabalho teve início em 2021 quando Yorkston começou a escrever canções no piano pela primeira vez enquanto olhava para o mar fora da janela do seu estúdio Cellardyke. Depois de enviar as primeiras canções a Karl-Jonas Winqvist (o líder e condutor da The Second Hand Orchestra), começaram a discutir o trabalho conjunto na música. Com a mudança de Yorkston da guitarra para o piano, eles pensaram sobre que outras mudanças poderiam fazer no processo que levaram ao envolvimento de uma cantora convidada e, assim, trouxeram a lendária Nina Persson (do The Cardigans e A Camp) para o grupo. Embora haja uma leveza no som chamber pop de The Great White Sea Eagle, há um humor ácido por toda parte ao transmitir uma mensagem rica sobre a vida e o luto, a família e a natureza.
• Lucas Santtana – O Paraíso
(Nø Førmat)
O Paraíso é o título do nono álbum do cantor, compositor e violonista baiano Lucas Santtana. Com uma sonoridade orgânica, gravada sem samples e loops, as letras do artista versa com temas atuais, como a crise climática e a consciência ambiental. No estilizado xote reggae de “Vamos Ficar na Terra” – inspirada na notícia de que um bilionário investia uma dinheirama na construção de uma estação espacial no planeta Marte -, participação de Flore Benguigui (do L’Imperatrice) na releitura de “The Fool On The Hill” dos Beatles, a elegante versão de “Errare Humanum Est” – clássico do álbum A Tábua de Esmeralda de Jorge Ben Jor – ou a delicadeza de “A Transmissão” – sobre o impacto da devastação de vidas humanas pelo vírus da covid-19 -, Santtana reencanta nossa vida na Terra e comemora as forças coletivas que resistem para preservá-la (“La Biosphère”).
• Belle and Sebastian – Late Developers
(Matador Records)
Nos primeiros dias do ano, a banda de indie pop Belle and Sebastian anunciou de surpresa a chegada do 12º álbum de estúdio, uma continuação de A Bit Of Previous (2022) e que foi gravado durante as mesmas sessões. “Juliet Naked” canaliza a energia frenética de Billy Bragg com uma guitarra elétrica robusta e um canto digno de um estádio de futebol. “When The Cynics Stare Back From The Wall” é uma joia pré-Belle e Sebastian desenterrada da era de 1994, com a ajuda de Tracyanne Campbell do Camera Obscura. “So In The Moment” é um pop psicodélico de tirar o fôlego. “When We Were Very Young” é um jangle rock no estilo The Smiths que é devocional e ansioso. E no single radiofônico “I Don’t Know What You See In Me”, a banda explora os limites do indie e do synthpop como nunca antes visto. O time de Stuart Murdoch apresenta um trabalho enérgico e com um novo respiro para o grupo.
• Joesef – Permanent Damage
(Bold Cut)
A estrela do soul pop Joesef lança o aguardado primeiro disco de estúdio e compartilha uma ode a um coração partido. Permanent Damage é sobre desilusões amorosas (“Borderline”), últimas noites com amores que você nunca mais irá ver (“Just Come Home With Me”) e a felicidade reconquistada com o tempo (“All Good”). Os vocais angelicais em falsete, as cordas orquestrais cinematográficas (“Just Come Home With Me”), seções de sopro e instrumentações tingidas pelo pop funk (“It’s Been A Little Heavy Lately”) brilham em cada produção do registro. Apesar das dúvidas líricas com relação ao amor, o artista apresenta um estilo musical e material extremamente confiante na estreia.
