Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Anna B Savage, Skrillex, Pink Sky, Avey Tare, Anna Wise, KAYAM, Red Velvet Papi e Indy.
• Anna B Savage – in|FLUX
(City Slang)
Anna B Savage sempre fez perguntas em sua música e em in|FLUX as respostas não são mais sua busca. Vulnerabilidade e curiosidade têm sido consistentemente palavras operativas para descrever sua obra. No segundo álbum, ela rumina sobre as complexidades e variáveis da humanidade (“Say My Name”), a dor ou o prazer do amor (“Pavlov’s Dog”), desilusões românticas (“in|FLUX”), a perda e a conexão terrena (“Crown Shyness”, “The Ghost”), aprisionando tudo de maneiras devastadoras, emocionantes e poderosas. Nesta exploração da recuperação e sua jornada, a força motriz está no vocal dominante e expressivo da artista que atravessa a produção de Mike Lindsay (do Tunng e LUMP), que agrega a habilidade de misturar elementos orgânicos e eletrônicos. A principal diferença entre este e os lançamentos anteriores é que ela não está preocupada com o que está do outro lado. Ela passou a gostar de se manter à tona até mesmo na incerteza.
• Skrillex – Quest For Fire
(OWSLA / Atlantic Records)
Depois de superar alguns problemas de saúde mental, Sonny John Moore (a.k.a. Skrillex) retorna com o esperado segundo álbum de estúdio. Quest For Fire marca o primeiro disco solo completo do artista desde Recess (2014), embora ele continuou sendo um colaborador ativo. Para o artista que começou a ganhar destaque na cena dubstep, o registro demonstra sua versatilidade e capacidade de fundir sons e gêneros com uma incrível lista de colaboradores. Há rappers, incluindo a icônica Missy Elliott (“RATATA”), Swae Lee (“TOO BIZARRE (junked)”) e Starrah. Há cantores mais populares, entre eles Aluna Francis (“Inhale Exhale”), da dupla britânica Aluna George. Nomes da world music, como a cantora palestina Nay Barghouti, que canta em árabe em “XENA”, e figuras do mundo do rock, incluindo Siiickbrain e Pete Wentz do Fall Out Boy (com o sample de uma entrevista em “Warped Tour ’05 with pete WENTZ”). Sem contar um time extra de produtores como Mr. Oizo, Four Tet (“Butterflies”), Fred again.. (“Rumble”) e Dylan Brady do 100 gecs. Quest For Fire está longe de ser uma continuação da estreia de Skrillex, mas é um reflexo de quão longe Moore chegou desde que o ouvimos pela primeira vez.
• Pink Sky – Total Devotion
(Pink Sky)
Antes do Pink Sky, Angelica era microbiologista e Ryan era professor de inglês. Eles estavam casados há pouco menos de dois anos, tinham vida feliz até duas tragédias aconteceram: um acidente de carro que poderia ter custado a vida do artista e a perda de uma gravidez. O casal teve que encontrar uma nova maneira de se comunicar e sair disso moralmente. Ele comprou uma bateria eletrônica para Angelica e a encorajou a encontrar sua criatividade. A partir daí, o extenso catálogo da banda refletiu o caminho para a cura, as muitas mortes e os renascimentos que aconteceram ao longo do caminho. Com a base que estabeleceram anteriormente por meio de sintetizadores nebulosos, baterias eletrônicas, samplers e piano, eles adicionam instrumentação ao vivo e vocais emocionantes (“False Aralia”, “An Infinite Kiss”) à mixagem pela primeira vez. Não mais instrumental ou simplesmente eletrônico, Pink Sky é o mais “eles mesmos” que já foram. Total Devotion é a história de todo o amor deles, todos os seus sonhos, todas às vezes que as coisas se desfizeram e eles as reconstruiram.
• Avey Tare – 7s
(Domino Recording)
Avey Tare, o projeto solo de Dave Portner do Animal Collective, lança o quarto álbum de estúdio e que descreve como “uma paisagem surrealista de sonho”. As melodias pop (“Invisible Darlings”), instrumentações psicodélicas (“Sweeper’s Grin”) e vocais angelicais em camadas aparecem ao longo do trabalho. Mas se o Animal Collective sempre foi definido pela inescrutabilidade encantadora, Avey rende-se a uma nova intimidade e franqueza (“Lips At Night”). “The Musical”, com sua sonoridade excêntrica e cativante, explora pensamentos sendo perdidos. “Hey Bog” é uma odisseia de quase dez minutos através de efeitos sonoros alucinantes, ruídos psicodélicos e os vocais de Portner que concebem uma atmosfera sonhadora para um mundo amedrontador. A meditação eletrônica inquisitiva – todos os minúsculos percussivos e texturas excêntricas no início – lentamente transforma-se em uma preciosidade sobre a rendição do cinismo e um olhar para o otimismo.
• Anna Wise – Subtle Body Dawn
(Anna Wise)
A cantora, compositora e produtora Anna Wise, premiada com um Grammy por sua colaboração com Kendrick Lamar em “These Walls”, lança Subtle Body Dawn. O trabalho, um extensão do projeto soul alternativo Sonnymoon, é concebido em guitarras dedilhadas, batidas excêntricas em palmas, cordas expressivas, pianos, instrumentos de sopro e o vocal terno da artista que nos leva pela mão a um universo jazz folk etéreo (“Subtle Body”, “Jealousy Blocks Your Blessings Every Time”). Criado com o colaborador de longa data e marido Jon Bap (a.k.a. Maurice II), o disco é um novo capítulo para a artista que expande sua arte e compartilha novas vivências. “Eu nunca vou ser a mesma que era antes”, canta em “Mother Of Mothers”, sobre tornar-se mãe.
• KAYAM – Omens
(KAYAM)
O duo KAYAM, dos irmãos Kim e Mike Rauss, desafia a expectativa usual quanto a criação musical. Omens é um exemplo perfeito em termos de entusiasmo e inovação. O registro apresenta um leque de influências criativas – e educação multicultural da vida em lugares tão diversos como Inglaterra, Alemanha e Israel -, da intimidade do folk ao indie pop, sons orgânicos e alternativos, as nuances e originalidade. A música oferece um som aliciante e puro em guitarras acústicas exuberantes, tons ambientes (“Let’s Go For A Walk”), experimentação eletrônica (“Lately”), harpas melancólicas (“Kim’s Fairy Memory”) e vocais suaves, na veia de artistas como Sufjan Stevens ou Elliott Smith. Cada música é uma oportunidade para os irmãos deixarem o lado criativo brilhar e explorar novos conceitos. Omens é um novo capítulo emocionante que torna este lançamento tão especial e único, um cartão de visita perfeito.
• Red Velvet Papi – I Love You so Much… Sometimes It Hurts
(Red Velvet Records)
O rapper, cantor, compositor e produtor norte-americano Red Velvet Papi lança I Love You so Much… Sometimes It Hurts, um diário de experiências românticas com a tentativa de encapsular o quão incrível e terrível o sentimento do amor pode ser em diferentes estágios. Vasculha o coração em rimas e harmonias acentuadas por arranjos com vibrações de jazz, pop soul, R&B e hip hop. Uma ode a todos que já amou (“My Girl”), queria ter conhecido (“Give Us A Try”) ou simplesmente não foi correspondido (“Convenient”) ganham vida. Red Velvet Papi, no final das contas, só quer compartilha uma maneira carismática e genuína de viver o amor.
• Indy – Threads
(tmwrk records)
Indy, nome artístico de Indy Yelich ou a irmã mais nova do ícone pop Lorde, decidiu finalmente seguir o próprio caminho no mundo da música. Fã de poesia – ela até lançou dois livros de sua própria poesia -, a garota recorreu a compositores aclamados para escrever canções introspectivas, além de buscar inspiração em artistas tão variados quanto Kacey Musgraves, Bon Iver e Tears for Fears. Quase impossível desvencilhar a imagem da irmã famosa – a faixa-título e “Hero” soam como uma extensão da era Melodrama -, a garota percorre temas como amor, desgosto, ansiedade (“Killer”) e nostalgia de casa (“Howntown”) com uma sonoridade pop cativante e aparentada.