Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Fever Ray, The Blaze, Miley Cyrus, Frankie Rose, Nia Archives, Loonie Holley e Alice Longyu Gao.
• Fever Ray – Radical Romantics
(Rabid Records)
Em Radical Romantics, o Fever Ray, projeto de música eletrônica experimental liderado por Karin Elisabeth Dreijer (do The Knife), explora as lutas fundamentais do amor em diversas perspectivas através de encontros, estranhezas, família, identidade e autopreservação. O álbum carrega a sonoridade eletrônica sombria, misteriosa (“Bottom of the Ocean”) e ritualística própria de Dreijer (“What They Call Us”) com um acréscimo relevante de uma equipe de produtores talentosos, como: Vessel (“Carbon Dioxide”), Nídia (“Looking For A Ghost”) e o irmão e companheiro de The Knife, Olof Dreijer (“Kandy”, “New Utensils”), além da colaboração de Trent Reznor e Atticus Ross – ambos do Nine Inch Nails – em duas faixas, trazendo a experiência em rock industrial para “Even it Out” e “North”. Enquanto em “North” reflete sobre a difícil tarefa de distinguir as palavras das ações de uma pessoa, “Even it Out” confronta um valentão da escola do filho. Combinando novos e antigos elementos do The Knife e Fever Ray, o álbum se mantém fiel ao coração intransigente de Dreijer.
• The Blaze – JUNGLE
(Animal 63/Believe)
The Blaze, de Guillaume e Jonathan Alric, está de volta: após o lançamento do primeiro álbum, DANCEHALL, a dupla de produtores, diretores e primos fez uma turnê mundial de festivais e shows com ingressos esgotados. JUNGLE é composto e gravado com a perspectiva de um trabalho ao vivo em mente: música indie dance introspectiva e atmosférica em melodias embriagadas de emoção. Retendo a fórmula triunfante da estreia, com um impulso melancólico e videoclipes cinematográficos (“DREAMER”), JUNGLE consolida os ritmos no pop (“HAZE”) e experimentalismo (“DUST”) ao oferecer um trabalho em que cada ouvinte possa mergulhar em suas próprias memórias e sensações (“EYES”).
• Miley Cyrus – Endless Summer Vacation
(Columbia)
Miley Cyrus apresenta um álbum conceitualmente dividido em duas partes, ‘AM’ e ‘PM’, com canções que vão de números suaves a outros dançantes para cantar o fim de um relacionamento (“Flowers”) e o início de novas oportunidades. “Jaded”, uma canção sobre separação, garante um refrão grandioso com um tom alt rock. “Thousand Miles”, dueto com Brandi Carlile, mantém a artista no território familiar do pop country, enquanto “You” é uma balada vulnerável para lidar com a rejeição. Por outro lado, a synthpop frenética “River” e a eletrofunk oitentista “Violet Chemistry” (co-escrita com James Blake) revelam-se atos libertadores para as pistas de dança. O álbum fecha com “Wonder Woman”, uma balada emotiva sobre a força feminina. Endless Summer Vacation atesta a capacidade de Cyrus acomodar sua voz a diferentes estilos musicais, tornando o registro uma experiência curiosa para ouvintes de todos os estilos.
• Frankie Rose – Love As Projection
(Sub Pop Records)
Em seu quinto registro de estúdio, Frankie Rose explora o pop eletrônico contemporâneo, criando uma declaração suntuosa que medita sobre a decadência do mundo ocidental. Love As Projection é uma reintrodução do estilo estabelecido pela artista, gravado com o produtor Brandt Gassman e mixado pelo colaborador de longa data Jorge Elbrecht. O álbum apresenta composições luminosas e confiantes, repletas de ganchos e refrões, mas ainda transmitindo um otimismo inabalável. As músicas do álbum combinam elementos da música pop norte-americana dos anos 80, culturas vibrantes e atmosferas digitais. Uma coleção pessoal e acessível de arte pop, que Rose vem construindo ao longo de sua carreira.
• Nia Archives – Sunrise Bang Ur Head Against Tha Wall
(HIJINXX/Island Records)
Sunrise Bang Ur Head Against The Wall, de Nia Archives, é um EP de seis faixas que explora temas como crescimento pessoal, amor e perda, rejeição e ascensão. Com uma base sólida no drum ‘n’ bass, as músicas expandem-se ao mesclar influências brasileiras (com o sample do grupo Barbatuques em “Baianá” e a levada de bossa nova em “That’s Tha Way Life Goes”), soul (no dueto com Maverick Sabre em “No Need 2 B Sorry, Call Me?”), R&B dos anos 90 (“Conveniency”) e guitarras indie pop (“So Tell Me …”). Ela descreve a sensação do trabalho como estar em um after, com pensamentos passando pela cabeça, e o sol nascente trazendo uma mistura de repulsa e felicidade. Vê o projeto como um reflexo do capítulo recente de sua vida e um vislumbre do tipo de artista que ela deseja se tornar.
• Lonnie Holley – Oh Me Oh My
(Jagjaguwar)
Oh Me Oh My é um álbum sofisticado e feroz que transita habilmente entre momentos agitados e de alívio. Ao contar histórias globais e pessoais que encontram beleza poética no horror, Lonnie Holley traz à tona a angustiante, solitária e injusta juventude – desde a venda por uma garrafa de uísque até o abuso sofrido numa instalação correcional para garotos (“Mount Meigs”) – embalada pelo soul, a música de raiz americana e africana e o rock de vanguarda. No entanto, a música de Holley não é apenas uma performance de dor suportada, é uma demonstração de perseverança e esperança implacável. Uma conquista tremenda numa sonoridade própria e refinamento das letras impressionistas e cheias de consciência. Com colaboradores ilustres como Michael Stipe, Sharon Van Etten, Moor Mother e Justin Vernon (Bon Iver), o registro é uma prova da habilidade de Holley como uma força iconoclasta em toda a comunidade musical.
• Alice Longyu Gao – Let’s Hope Heteros Fail, Learn, and Retire
(ÂLÏÇĖ THE LÂBEL)
O “segundo EP de estreia” de Alice Longyu Gao é a declaração mais ousada da artista até agora. Oito faixas de sons incendiários que coincidem com o trabalho mais pessoal que a artista já lançou, o projeto é um marco tanto artisticamente quanto sonoramente, fundindo os mundos do punk e do hyperpop (“MAKE U 3 ME”) e fornecendo uma trilha sonora para aqueles que não se sentem apoiados por um sistema que deveria protegê-los e aqueles que sentem que o mundo é um ambiente muito hostil para existir. O projeto expõe corajosamente os problemas de Alice como uma artista estrangeira e não heterossexual que se esforça para ser uma artista de sucesso, enquanto voa entre o surrealismo dinâmico e o existencialismo confuso para encontrar curas para essas adversidades (“Hëłłœ Kįttÿ”).