Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Lana Del Rey, DEBBY FRIDAY, Depeche Mode, Kele, Benny Sings, Caroline Rose, Lucinda Chua e Yaya Bey.
• Lana Del Rey – Did You Know That There’s a Tunnel Under Ocean Blvd
(Universal Music)
Did You Know That There’s A Tunnel Under Ocean Blvd é emocionalmente complexo, sexy e espiritual ao abordar temas sobre família, memórias, paixões, perda e identidade, além de religiosos – como o interlude com um sermão do pastor Judah Smith, que fala sobre amor e luxúria – em canções que variam momentos de autoconfiança (“Kintsugi”), drama e tensão (“A&W”). Com uma atmosfera como uma performance ao vivo com a artista na frente de uma orquestra, as músicas soam como que saíssem diretamente das páginas de um romance, com a sensação de Lana Del Rey no palco. O disco conta participações da rapper Tommy Genesis (em “On Peppers” com sample de “Angelina”), Jon Batiste (em “Candy Necklace”), SYML (em “Paris, Texas” em que brinca com noções românticas de fugir para a Europa), Father John Misty (na balada americana apaixonada “Let The Light In”) e o Bleachers (em “Margaret” sobre a noiva de Jack Antonoff, a atriz Margaret Qualley). Did You Know That There’s a Tunnel Under Ocean Blvd é divinamente cinematográfico e, talvez, o trabalho mais pessoal da artista ao proporcionar uma experiência imersiva e impactante.
• DEBBY FRIDAY – GOOD LUCK
(Sub Pop)
DEBBY FRIDAY é uma artista de eletrônica experimental sombria e distorcida que passou por ciclos de altos e baixos, e seu disco de estreia, GOOD LUCK, enfrenta as dificuldades da jornada e celebra os momentos de sucesso. Sua vida noturna a levou a descobrir a paixão pela música e produção, e ela encontrou força em sua arte para superar os desafios. Além disso, sua disciplina e estudos em astrologia, psicologia e filosofia a ajudaram a se conectar consigo mesma e com o mundo. O álbum, produzido ao lado de Graham Walsh (Holy Fuck), abrange uma ampla variedade de gêneros – de elementos ferozes do eletropop, hip hop, ghetto house e industrial com traços de Nine Inch Nails, Death Grips e Crystal Castles – e emoções, explorando as nuances de uma vida rica em experiências e aprendizados, tanto no âmbito pessoal quanto profissional. GOOD LUCK é acompanhado por um curta-metragem codirigido pela artista, que examina a individuação e a investigação das emoções por trás da tristeza e crueldade. As explorações corajosas e profundas de DEBBY são uma verdadeira obra de arte.
• Depeche Mode – Memento Mori
(Columbia)
A morte de Andy Fletcher poderia ter acabado com o Depeche Mode, mas em vez disso, Martin Gore e Dave Gahan lançam o álbum Memento Mori, que em latim significa “lembre-se, um dia você morrerá”, uma despedida para o tecladista e fundador do grupo. Sua ausência exigiu que a banda trabalhasse mais em conjunto, o que aproximou Gore e Gahan. O trabalho, produzido por James Ford (Arctic Monkeys, Florence and the Machine), apresenta um som sinistro e elegante que destaca as músicas e performances vocais em canções de fantasmas, anjos e flores fúnebres. “Ghosts Again”, co-escrita com Richard Butler (do The Psychedelic Furs), traz o som clássico da banda. Outras faixas, como “My Favorite Stranger” e “Caroline’s Monkey”, revelam fortes influências de Kraftwerk e refrões marcantes. Com temas como fé e devoção (“Before We Drown“), o brilho do registro fica na abordagem romântica do tema do luto (“Soul With Me”) e a tristeza (“Wagging Tongue”), mas com o intuito da, agora, dupla seguir em frente. Apesar de ser sobre a morte, o álbum está repleto de vida.
• Kele – The Flames pt. 2
(KOLA Records / !K7)
Kele Okereke, sob o nome de Kele – o líder do Bloc Party –, lança o sexto disco solo como uma resposta ao álbum The Waves Pt. 1. Se o trabalho anterior foi um lado mais introspectivo do artista, The Flames pt. 2 é a extroversão de Okereke usando a metáfora do fogo, para destruir o passado e criar algo novo. Inspirado por diversos sons, o artista explora o desejo ardente e o esgotamento puro em doze faixas distintas ao revisitar memórias dolorosas (“Someone To Make Me Laugh”), identidade (“Vandal” em que o artista de origem nigeriana questiona o que significa ser verdadeiramente britânico) e contemplar pequenos detalhes que se perdem (“True Love Knows No Death”). Com uma instrumentação mínima de guitarras cristalinas e bateria eletrônica, o material é uma prova da energia experimental (“No Risk No Reward”) e intuitiva de Okereke.
• Benny Sings – Young Hearts
(Stones Throw Records)
O cantor e compositor holandês Benny Sings lança Young Hearts, o oitavo álbum da carreira, e pela primeira vez trabalha com um único produtor em todo o processo: o talentoso Kenny Beats (FKA Twigs, IDLES). O resultado é um disco pop kitsch moderado de dez canções cativantes que combinam elementos de yacht rock (“Young Hearts”), R&B dos anos 70, bossa nova (“Pijamas” com Remi Wolf), hip hop e baladas inspiradas em The Beatles (“Love Will Find a Way”) que capturam memórias fugazes (“The World”) que transmitem emoções apaixonadas e obsessivas (“The Only One”). As músicas são divertidas, mas meticulosamente elaboradas e relacionáveis com os ouvintes, ao revelar a essência romântica mais pura do artista.
• Caroline Rose – The Art Of Forgetting
(New West Records)
Caroline Rose apresenta emoções cruas e intensas em cada uma das faixas de The Art Of Forgetting. O álbum é uma história comovente de uma pessoa que esqueceu, e talvez esteja reaprendendo, como amar a si mesma após uma série de relacionamentos fracassados (“Miami”). Rose gravou camadas básicas em seu estúdio caseiro e usou dispositivos e mídias que incorporam as características do desvanecimento ou das memórias defeituosas em paisagens sonoras extremamente dinâmicas com elementos experimentais, lo-fi, rock e pop barroco. O trabalho combina melodias otimistas com letras sombriamente cômicas, performances vocais emocionantes sussurradas, cordas grandiosas (“Lover / Lover / Friend”), guitarras difusas e percussão vibrante. Com composições sinceras e vulneráveis que contam histórias sobre a dor da perda e referências pessoais, como conversas com a terapeuta (“Jill Says”), The Art Of Forgetting encontra impulso na natureza confessional e desarmada de alguém frustrado pelo amor, mas sem vontade de desistir dele (“Where Do I Go From Here?”).
• Lucinda Chua – YIAN
(4AD)
O álbum de estreia de Lucinda Chua ajusta melodias orquestrais com um sentimento de esperança. YIAN explora temas como sentir-se suficiente para si mesmo, divisões geracionais (“Echo”) e reconciliação com o passado (“An Ocean”). Concebe uma paisagem sonora interminável para permitir a reflexão interior, busca por amor e um eu mais verdadeiro (“Something Other Than Years”). Combina elementos de música ambiente, clássica e R&B de forma singular, e a decisão de deixar de lado as batidas permite que as músicas flutuem suavemente e se aprofundem em vocais sussurrados com as notas graves do violoncelo. O momento mais comovente vem em “Golden”, uma poderosa e encantadora representação de auto-aceitação que pode confortar aqueles que vivem nas interseções de diferentes culturas e identidades. Com uma musicalidade sonhadora, artística e emocionalmente resistente, Chua se estabelece como uma artista capaz de criar obras profundamente pessoais.
• Yaya Bey – Exodus the North Star
(Big Dada)
A cantora de R&B Yaya Bey lança o EP Exodus the North Star, uma continuação do álbum Remember Your North Star. O compacto compreende uma montanha-russa emocional e incorpora elementos de vários gêneros musicais, incluindo R&B, soul, jazz, reggae, afrobeat, hip-hop e house music. As letras das músicas são intencionalmente cheias de esperança e finalmente alegres na companhia de nomes, como: Jay Daniel (“12 houses down”), Exaktly (“ascendent (mother fxcker)”) e Nativesun (“when saturn returns”)