10 discos para ouvir hoje: SBTRKT, Mahmundi, felicita, Durand Jones, Westerman e mais

Divulgação / El Hardwick

Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: SBTRKT, Mahmundi, felicita, Nanna, The Lemon Twigs, Westerman, Fred again.. and Brian Eno, billy woods & Kenny Segal, Durand Jones e Snakehips.

SBTRKTTHE RAT ROAD
(Save Yourself)

Emergindo de seis anos de exploração sonora, o produtor de música eletrônica Aaron Jerome (a.k.a. SBTRKT) retorna com o álbum THE RAT ROAD, seu primeiro lançamento desde o EP SAVE YOURSELF (2016). O trabalho serve como uma reflexão sobre as mudanças sociais ocorridas durante o período de criação do trabalho, e como uma reflexão pessoal da jornada do artista, incluindo sua decisão de se afastar da persona enigmática e mascarada que o definiu inicialmente. Conhecido por sua produção sinestésica icônica, que combina elementos de vários gêneros musicais, o material conta com um incrível grupo de colaboradores que dão vida à visão do artista, incluindo Leilah (a voz mais presente no álbum, em faixas como em “NO INTENTION”, “FORWARD”, “DRIFT”) Toro y Moi (“DAYS GO BY”, “DEMONS”), Teezo Touchdown (“WAITING”), Anna of the North, Sampha (“L.F.O.”, “LIMITLESS”), Little Dragon (“I SEE A STAIR”) e outros. THE RAT ROAD é uma mistura experimental e hipnótica de eletrônica, dub, hip hop, jazz, R&B, funk e pop, que reflete a ambição musical de Jerome, refinando sua antiga fórmula e destacando sua visão criativa através de melodias profundamente emocionais que transitam da euforia à tristeza. É um retorno triunfante, mostrando o contínuo crescimento e evolução de SBTRKT como artista.

MahmundiAmor Fati
(Universal Music)

Depois de quase dois anos de hiato, a cantora e compositora carioca Marcela Vale (a.k.a. Mahmundi) lança o quarto álbum de estúdio, intitulado Amor Fati. No trabalho, a artista desdobra o tema do amor (“Diamante”), seus jogos e inseguranças (“Sem Necessidade” com o Tagua Tagua), devaneios (“Noites Tropicais”) e desfechos (“Pera Aí”) com letras cativantes e sinceras. Com uma musicalidade afetuosa, ela mescla com o pop ao R&B e o soul com pitadas de sonoridade dos anos 80, mergulhando profundamente no universo da música para dar vida ao projeto.

felicitaSpalarkle
(PC music)

felicita lança o segundo disco de estúdio, o sucessor de Hej!, liderado por singles como “Spalarkle (Alys)” (com Caroline Polachek), “Cluck” (com Kero Kero Bonito) e “Beast” (com YoungQueenz). O álbum brilha com cores vivas e reviravoltas inesperadas, enquanto explora diversos temas líricos, desde a imaginação e sexo transumano até as profundezas do amor e da perda. Spalarkle reimagina a psicodelia para uma nova geração com surrealismo, combinando tendências avant-pop. É o som intuitivamente experimental que explora momentos pessoais e culturais e os transforma em novas experiências emocionantes, criando um universo sonoro divertido e de vanguarda, onde os sons brotam, se espalham e colapsam.

NannaHow To Start A Garden
(Republic Records)

Nanna, mais conhecida por seu sucesso como escritora, produtora, vocalista e guitarrista da banda Of Monsters and Men, embarca em um novo caminho com o álbum de estreia solo How To Start A Garden. Uma oferta melancólica, evocativa e romântica com produção de Aaron Dessner (do The National e responsável por folklore e evermore de Taylor Swift) e Josh Kaufman (do Bonny Light Horseman). Com melodias delicadas, essência indie folk moldada em guitarras dedilhadas, pianos melancólicos e cordas encantadoras, a artista canta sobre solidão (“Godzilla”), ciclos viciosos (“Disaster Master”) e antigos e novos relacionamentos (“Crybaby”) com um ar de incerteza, mas com uma sensação de que as coisas melhores estão por vir. Gravado em um estúdio improvisado numa cabana em Reykjavik, How To Start A Garden captura uma sensação de intimidade e aconchego, evitando se perder na ideia de perfeição.

The Lemon TwigsEverything Harmony
(Captured Tracks)

Em Everything Harmony, o quarto lançamento de estúdio do The Lemon Twigs, os irmãos Brian e Michael D’Addario apresentam 13 canções originais de uma beleza que evidencia uma profundidade emocional e sofisticação musical muito além de seus anos como banda. O registro combina com sucesso as personalidades distintas dos D’Addario, dando voz às suas influências ecléticas. Abrindo o álbum com o folk acústico despretensioso e melancólico de “When Winter Comes Around”, que ecoa a grandeza sofisticada das gravações clássicas de Simon & Garfunkel, eles rapidamente mudam para o tema pop clássico ensolarado dos Beach Boys em “In My Head”. “Corner of My Eye” canaliza uma melodia vocal semelhante a Art Garfunkel e musicalmente inspirada em McCartney, sobre uma faixa de fundo descontente e tingida por sons de vibrafone. “New To Me” foi inspirada pela experiência compartilhada com entes queridos que sofrem de Alzheimer, enquanto “Any Day Of Time” traz traços psicodélicos numa letra romântica. Everything Harmony revive sons nostálgicos para ilustrar um estado de pura tristeza com algumas pitadas de ironia (“Everyday Is The Worst Day Of My Life”, “Born To Be Lonely”).

WestermanAn Inbuilt Fault
(Partisan Records)

As nove canções de An Inbuilt Fault tomaram forma nas profundezas da pandemia, e a trilha sonora de Westerman avalia dois anos de intenso isolamento, solidão, desgosto e pavor (“A Lens Turning”). Por tudo isso, o álbum é visceral e soa ao vivo, cheio do som da respiração e dos gestos idiossincráticos dos instrumentos acústicos e percussão embaralhada. Ele cria uma sensação espacial (“Take”), soando como músicos reunidos em uma sala, passando ideias em evolução para frente e para trás. Coproduzido com o produtor e percussionista James Krivchenia (do Big Thief), o registro faz referência musical a tudo, desde o pop deliciosamente estranho e etéreo de Talk Talk, os truques rítmicos de David Byrne, o calor da intimidade de Cat Stevens e mais.

Fred again.. & Brian EnoSecret Life
(Text Records)

Os artistas britânicos Fred Gibson (a.k.a. Fred again..) conhecido por sua sonoridade festiva intensa e vibrante na série de álbuns Actual Life, e Brian Eno se uniram para a criação do álbum colaborativo Secret Life, em uma interessante fusão de dois universos musicais. Com a colaboração do lendário Eno, o estilo de Fred sofre uma reviravolta completa em uma coleção de onze faixas ambientes etéreas, vocais dispersos que remetem James Blake (“Enough”), e instrumentações suaves em pianos, sintetizadores e guitarras, criando uma sensação de tristeza e meditação após uma noite agitada de festas.

billy woods & Kenny SegalMaps
(Backwoodz Studioz/Fat Possum)

O rapper billy woods e o produtor Kenny Sega se uniram para seu primeiro projeto conjunto desde Hiding Places de 2019. A produção fluida e deliberada de Segal, em uma variedade de sons sombrios com tons de jazz e boom bap, servem para woods refletir sobre a vida na estrada durante as turnês (“FaceTime”, “Baby Steps”), sucesso na carreira e a sensação de deslocamento (“NYC Tapwater”). Ele é acompanhado por uma série de artistas convidados, incluindo Elucid (seu parceiro na dupla Armand Hammer), Quelle Chris, Sam Harring (do Future Islands), Danny Brown e Aesop Rock. Maps é uma obra-prima visceral e apreensiva de storytelling e poesia do rap, e mais uma prova da habilidade de woods como compositor.

Durand JonesWait Til I Get Over
(Dead Oceans)

Wait Til I Get Over, uma coleção que levou dez anos para ser produzida, é uma viagem pessoal e cultural pelo passado, presente e futuro. O álbum infunde temas do sul dos EUA em gêneros como rock, blues, folk, gospel e R&B, e é a trilha sonora de uma volta para casa – com odes, orações, crença, amor e pertencimento. O single principal, “Lord Have Mercy”, e a faixa-título exemplificam a abordagem de Durand Jones ao conceito e produção musical. “That Feeling” é uma ode ao amor queer negro, enquanto “Sadie” explora culpa e infidelidade. Jones prova ser um talento singular e digno de homenagem. Conhecido como um dos cantores e principais compositores do Durand Jones & The Indications, sua estreia solo o coloca em um lugar muito mais vulnerável e singular, e o estabelece como uma vanguarda moderna da música negra.

Snakehipsnever worry
(Payday Records)

Depois de uma série de singles aleatórios e EPs, a dupla britânica de música eletrônica Snakehips lança o aguardado disco de estreia. never worry é construído em torno do groove característico do duo, em uma mistura difusa de R&B, hip hop e dance music, e conta com colaborações especiais de artistas como Tinashe (“Who’s Gonna Love You Tonight”), Tkay Maidza (“Show Me The Money”), Duckwrth (“All Around The World”), BIA e Lucky Daye (“Solitude”), entre outros.