7 discos para ouvir hoje: Girl Ray, Holy Wave, Annie Hart, Bambii e mais

Girl Ray / Bandcamp

Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Girl Ray, Miles Kane, Vinyl Williams, Annie Hart, Current Joys, Holy Wave e Bambii.

Girl RayPrestige
(Moshi Moshi)

A banda londrina Girl Ray, composta por Poppy Hankin, Iris McConnell e Sophie Moss, lança o terceiro álbum, Prestige, coproduzido por Ben H. Allen (M.I.A, Gnarls Barkley) juntamente com a cantora e compositora da banda, Poppy Hankin. O trabalho incorpora o charme desajeitado da estreia, Earl Grey (2017) e o R&B com influências indie de Girl (2019), ao injetar um impulso de pop disco Hi-NRG dos anos oitenta com influências nostálgicas de Tom Tom Club, CHIC (nas guitarras à la Nile Rodgers em “Everybody’s Saying That”), Bananarama e contemporâneas como Jessie Ware, Róisín Murphy e Hot Chip (“Give Me Your Love” é coproduzida pelo integrante Joe Goddard). Prestige é a charmosa sonoridade do trio resgatando a música disco como a celebração da sexualidade e da cultura marginalizada que ela costumava ser. Inspirado na série de televisão ‘Pose’, que retrata a cena de bailes queer em Nova York nos anos 80, o disco é uma viagem a um mundo de clubes de fantasia, dançar com os amigos (“Wanna Dance”) e se apaixonar de forma realista e clichê, retratado nos vocais sussurrantes de Poppy, letras românticas (“Hold Tight”) e muito groove.

Miles KaneOne Man Band
(Modern Sky)

Miles Kane lança o quinto álbum de estúdio, intitulado One Man Band, pouco mais de um ano após Change the Show. O disco anterior marcou uma incursão do artista além de seu som indie característico, incorporando influências de jazz, soul e funk. Neste novo trabalho, o músico retorna às suas origens, voltando a Liverpool para sua criação e refletindo sobre sua jornada. O álbum inicia com “Troubled Son”, um indie cru impulsionado por um pop vibrante, perfeito para palcos de festivais e que estabelece o tom enérgico do trabalho, numa letra sobre as lutas que todos nós enfrentamos na vida. Além disso, ele exibe uma atitude marcante, como evidenciado em faixas como “Never Take Me Alive”, que apresenta um riff de blues lembrando o estilo do The Black Keys, enquanto as letras fazem referências a astros de Hollywood como Al Pacino e Robert De Niro. Kane retoma com sua identidade marcante de “guitar hero” em “One Man Band”, focando em ganchos poderosos e hinos ainda mais grandiosos. O álbum é afiado, envolvente, urgente e repleto de momentos para cantar junto, demonstrando o artista no auge de seu talento.

Vinyl WilliamsAeterna
(Harmony Records)

Vinyl Williams, o projeto musical do artista e músico Lionel Williams, lança o sétimo álbum de estúdio, Aeterna, representando sua experiência exoplanetária mais orquestrada até o momento. Ele começou sua jornada musical sob esse pseudônimo em 2007 e ao longo dos anos ganhou reconhecimento por sua fusão única e etérea de pop psicodélico e dream pop, inspirado por nomes como Brian Wilson, Burt Bacharach e Arthur Verocai. Sua música é marcada por suas ricas paisagens sonoras, repletas de camadas de instrumentação, enquanto seus vocais nos guiam por uma jornada mágica de sons e imagens que exploram geometria sagrada e corpos celestiais. Com canções que abordam temas como romances de verão (“Love Is a Sound”), momentos reflexivos (“Electric Electric”), a dicotomia entre percepção e realidade (“Self-Fulfilling Prophecy”) e a busca pela verdadeira consciência (“Waking Up”), Aeterna proporciona uma experiência idílica de paisagens celestiais, representando um estado de espírito de pura imaginação por meio de um pop cósmico e imersivo (“Petroglyph”).

Annie HartWeight Of A Wave
(Uninhabitable Mansions)

A cantora e compositora Annie Hart, anteriormente integrante do Au Revoir Simone, lança seu quarto álbum de estúdio completo intitulado The Weight of A Wave. Suas “canções pop minimalistas” exploram os territórios da new wave, pop e música ambiente, com letras que abordam temas como o amor (“Boy You Got Me Good”), a superficialidade das redes sociais (“Stop Staring At You”), a falta de elementos que despertam emoções obscuras (“Nothing Makes Me Happy Anymore”, “What Makes Me Me”) e reflexões sobre solidão (“While Without”). As dez faixaas de Weight Of A Wave são construídas com timbres de teclados, batidas programadas e sintetizadores atmosféricos, revelando melodias envolventes e melancólicas, cantadas docemente na voz suave e sombria de Hart. O álbum foi gravado principalmente em seu porão e em várias residências artísticas ao redor do mundo, sendo mixado por Jorge Elbrecht (Japanese Breakfast, Hatchie), Joshua Druckman (Snail Mail) e Justin Pizzoferrato (Wild Pink, Dinosaur Jr.) em diferentes partes.

Current JoysLOVE + POP
(Secretly Canadian)

LOVE + POP é um retrato vibrante e ousado que captura o espírito de Nick Rattigan, o criador por trás do projeto Current Joys, através de músicas que se movem rapidamente do conceito à conclusão. O álbum desafia as expectativas ao incorporar uma produção agressiva e desconstruída, abraçando influências que vão do pop punk a elementos góticos (“CIGARETTES”) e hyperpop (“Dr Satan”), com participações especiais de Lil Yachty (“Gatsby”), Oddbody (“My Shadow Life”), Slow Hollows (“3lefant”) e YOUR ANGEL (“LOVE + POP”). O trabalho começa como uma festa em casa, simbolizando destruição e renovação, e evolui de uma homenagem a Lil Peep (no cover de “Walk Away as the Door Slams”), após o artista assistir ao documentário ‘Everybody’s Everything’, para algo mais profundo e criativo. Gravado em um ambiente caseiro, o que começou como um projeto de paixão singular cresceu inesperadamente para se tornar um álbum exclusivamente colaborativo que destaca diversas influências e estilos, habilmente e com confiança administrados por Rattigan.

Holy WaveFive Of Cups
(Suicide Squeeze Records)

Five of Cups, o sexto álbum de estúdio do Holy Wave, inicia com a faixa-título, estabelecendo a sonoridade e o tema do álbum. A distintiva textura lisérgica da banda se destaca no sintetizador ondulante e nas guitarras, enquanto progressões de acordes e a melodia vocal exploram a interação entre autodeterminação e derrotismo. Em “Bog Song”, o grupo continua a explorar o caminho melancólico e fantasmagórico, alternando entre acordes menores austeros e camadas de orquestração elétrica. A segunda metade do álbum ganha destaque, incluindo colaborações com o duo mexicano de música psicodélica Lorelle Meets the Obsolete (em “The Darkest Timeline”) explorando grooves envolventes e camadas etéreas. A faixa de encerramento, “Happier”, confronta a luta contra a derrota e questiona a construção da felicidade na era moderna, com um tom de reflexão e um lembrete sobre a complexidade da experiência humana. O álbum não adota um lamento niilista, mas sim convida a explorar além do conhecido em busca de euforia. Assim como o Pink Floyd do início dos anos 70, o Holy Wave descobriu como criar uma sensação de profunda exaltação a partir do pathos, filtrando elementos sombrios por uma lente e transformando-os em um caleidoscópio de luz.

BambiiINFINITY CLUB
(Innovative Leisure)

INFINITY CLUB encontra Bambii expandindo sua já impressionante diversidade sonora, capturando o som de uma geração de jovens da diáspora caribenha que navegam entre dois universos. Depois de contribuir com sua dinâmica produção para o recente álbum de Kelela, Raven, este EP de estreia consolida Bambii como uma voz pioneira nos intercruzados mundos da música eletrônica e caribenha, onde elementos de jungle, dancehall e R&B se entrelaçam. O EP também traz participações especiais de Aluna (“Hooked”), Ragz Originale (“Slip Slide”), Lady Lykez (“WICKED GYAL”) e Sydanie (“Sydanie’s Interlude”).