Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: IDLES, serpentwithfeet, El Perro del Mar, Chromeo, Nouvelle Vague e Molly Lewis.
• IDLES – TANGK
(Partisan Records)
O quinto de estúdio do IDLES marca uma nova fase para a banda, com uma sonoridade que avança além do pós-punk que os caracterizava, incorporando padrões musicais inspirados em outros gêneros, seja nos traços trip hop de “POP POP POP” ou na estrutura pop clássica de “Roy”). Com produção de Nigel Godrich (Radiohead, Beck) e Kenny Beats (Denzel Curry, Vince Staples), ao lado do guitarrista Mark Bowen, TANGK é o trabalho mais ambicioso e marcante da banda até agora. Antes focados em desafiar o mundo e enfrentar seus próprios traumas, agora eles oferecem amor, alegria e gratidão pela simples oportunidade de existir. O álbum transmite um sentido radical de empoderamento desafiante, com uma mistura de músicas mais intensas (“Dancer”, com James Murphy e Nancy Whang do LCD Soundsystem) e delicadas (“IDEA 01”, “Grace”), “A Gospel”), letras que expressam sentimentos genuínos de alma e solidariedade, destinadas a serem hinos comunais para superar as adversidades.
• serpentwithfeet – GRIP
(Secretly Canadian)
O músico norte-americano de R&B experimental Josiah Wise (a.k.a. serpentwithfeet) lança o seu terceiro álbum, GRIP. O álbum explora os pequenos momentos de toque físico e como eles ocorrem, encontrando seu lar na pista de dança de clubes gays negros e nos momentos íntimos que ocorrem lá e depois (“Damn Gloves”). GRIP retrata sonoramente os altos e baixos de uma noite de festa e romance, destacando momentos que estão mais próximos do coração. Suas melodias contemplativas e envolventes, com arranjos eletrônicos, e suas letras alegres são mais sensuais (“Ellipsis”) do que no passado recente. “Deep End” aborda as consequências de uma noite de aventura, “Black Air Force” reflete sobre sentimentos inconvenientes numa festa e “Safe Word” é uma revelação profundamente erótica e íntima. Ao longo de sua carreira de sete anos, Wise demonstrou versatilidade através da música R&B, que transita entre o som sombrio, espiritual e animado. Em. Em GRIP, Wise continua a evoluir os limites de sua arte.
• El Perro del Mar – Big Anonymous
(City Slang)
Big Anonymous, o sétimo álbum de Sarah Assbring do El Perro del Mar, explora temas de morte e perda, investigando a incapacidade da linguagem e da música em capturar sua enormidade. Apesar do tema sombrio, o álbum não é desprovido de variedade. Faixas como “Underworld” e “Suburban Dreams” apresentam aberturas de cordas tensas e darkwave minimalista, enquanto “Cold Dark Pond” é uma balada fortemente produzida. No centro do álbum está “The Truth the Dead Know”, um synthscape instrumental nomeado em homenagem a um poema de Anne Sexton, refletindo as contradições centrais do álbum. A contemplação da escuridão e do silêncio de Assbring é evidente em faixas como “In Silence”, onde sua voz paira acima de um sussurro. No entanto, o álbum termina com uma nota relativamente otimista, com a artista declarando resiliência diante da morte. Big Anonymous é uma exploração comovente da brevidade da vida e da inevitabilidade do silêncio.
• Chromeo – Adult Contemporary
(BMG)
Ao se aproximarem da marca de 20 anos de carreira, o icônico duo canadense Chromeo apresenta seu sexto álbum de estúdio, Adult Contemporary. Nomeado de forma apropriada, o duo – Dave 1 (Dave Macklovitch) e P-Thugg (Patrick Gemayel) – mantém sua característica fusão de funk eletrônico com elementos de synthpop em canções que abordam as complexidades dos relacionamentos na meia-idade, acompanhando todos os altos e baixos (“Personal Effects”, “Words With You”) dessa nova fase da vida. O álbum é polido e sedutor, com destaques como “I Don’t Need a New Girl”, que combina elementos de Nile Rodgers e Giorgio Moroder dos anos 80 em suas composições cômicas e diretas. La Roux faz uma participação especial na faixa “Replacements”, acrescentando uma vibração funky. No geral, o álbum conserva a fórmula nostálgica moderna da dupla, com músicas cativantes e letras inteligentes, com uma leveza e diversão.
• Nouvelle Vague – Should I Stay Or Should I Go?
(PIAS)
O Nouvelle Vague, conhecido por reinterpretar clássicos em estilos como bossa nova e pós-punk, retorna com o álbum Should I Stay Or Should I Go?, mesmo após a morte de Olivier Libaux, uma das mentes por trás do projeto. Marc Collin, a outra metade, relutava em lançar mais um álbum sob a alcunha da Nouvelle Vague, até conhecer a cantora Alonya. Impressionado com sua voz, Collin decidiu gravar mais músicas com ela e outros vocalistas. O álbum apresenta novas versões de sucessos dos anos 80, transformando-os em algo fresco e intrigante. Alonya destaca-se em interpretações de músicas como “Should I Stay or Should I Go?” e “People Are People”, trazendo uma atmosfera sedutora às releituras. Outras vocalistas também contribuem, incluindo Marine Quéméré (“The Look of Love”, “What I Like Most About You is Your Girlfriend”), Elodie Frégé (“Rapture”), Phoebe Killdeer (“She’s in Parties”) e Mélanie Pain (“Rebel Yell”, “This Charming Man”), cada uma trazendo sua própria intensidade às faixas. Com arranjos habilmente reinventados e performances adoráveis, o álbum mostra que a Nouvelle Vague continua a surpreender e encantar seus ouvintes com sua abordagem única e encantadora.
• Molly Lewis – On The Lips
(Jagjaguwar)
A assobiadora profissional Molly Lewis lança seu álbum de estreia, On The Lips, gravado com o produtor Thomas Brenneck (Charles Bradley, Amy Winehouse) no Diamond West Studios em Pasadena. Com uma política de portas abertas durante as sessões, um fluxo de músicos aclamados juntou-se a Lewis no trabalho, incluindo Nick Hakim, o guitarrista brasileiro Rogê, Leland Whitty e Chester Hansen do BADBADNOTGOOD, o grupo de soul chicano Thee Sacred Souls na melancólica “Crushed Velvet”, o pianista de jazz experimental Marco Benevento e Leon Michels. O disco evoca a atmosfera de clubes de jazz clássicos de Hollywood, trilhas sonoras de cinema italiano e momentos intensos entre amantes, além de trazer versões do pop dos anos 1960 de Dave Berry, “The Crying Game”, e “Porque Te Vas”, de Jeanette, de 1974.