Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Yaya Bey, How To Dress Well, A. G. Cook, King Of Leon, Iglooghost, Orville Peck, Låpsley e Cosha.
• Yaya Bey – Ten Fold
(Big Dada)
A cantora e compositora de R&B Yaya Bey lança o álbum Ten Fold, o sucessor de Remember Your North Star e do EP Exodus the North Star, abordando preocupações da vida real, como em “eric adams in the club”, uma sátira do atual prefeito de Nova Iorque embalada por um groove e uma amostra do tema de ‘Arquivo X’. O álbum também explora temas como a busca por aceitação na indústria da música em “chasing the bus” e a falta de confiança, além da perda de seu pai, o músico de hip hop Grand Daddy IU, após o lançamento do disco anterior, presente em faixas como “crying through my teeth”, “so fantastic”. Ten Fold abrange uma variedade de estilos musicais, desde o reggae apaixonado de “slow dancing in the kitchen”, o funky nostálgico de “all around los angeles”, até o groove house de “sir princess bad bitch”, trip hop e jazz de “me and all my niggas”. Com uma produção refinada de Corey Fonville do grupo de jazz Butcher Brown, Karriem Riggins, Jay Daniel, Exaktly e Boston Chery, Yaya entrega uma obra-prima sensual e introspectiva que expressa uma jornada melódica imersiva pelas complexidades do amor, identidade e autodescoberta.
• How To Dress Well – I Am Toward You
(Sargent House)
O músico e produtor Tom Krell, nome responsável pelo projeto How To Dress Well, retorna com seu primeiro álbum em seis anos, intitulado I Am Toward You. No registro, o artista explora temas de amor (“nothingprayer”), perda e autoconhecimento, refletindo sobre suas experiências (“On It and Around It”), arrependimentos (“New Confusion”) e decisões ao longo da vida (“Contingency/Necessity (Modality of Fate)”), além do distanciamento da indústria musical. Com vocais lindamente assombrosos e produção intricada, as letras emotivas de Krell combinadas com paisagens sonoras luxuosas construídas em uma combinação de influências – de folk, ambient, slowcore, shoegaze, art rock e R&B – desde baladas até faixas eletrônicas animadas, revelam a versatilidade de How to Dress Well como artista.
• A. G. Cook – Britpop
(New Alias)
O produtor A. G. Cook lança seu terceiro álbum de estúdio, Britpop, uma odisseia em três partes com 24 músicas que mistura nostalgia e inovação, combinando sons do passado com experimentação, refletindo sua visão contemporânea da música pop e as implicações do “britanicismo”. O primeiro ato, intitulado de forma apropriada de ‘Passado’, mergulha no estilo eletrônico desenfreado de Cook e na essência da sua gravadora, PC Music, que definiu uma era, exemplificada por faixas como “Britpop” com Charli XCX e “Prismatic”. O segundo ato, ‘Presente’, encontra seu som em algo mais próximo da essência do indie rock, britpop e grunge dos anos 90, com faixas como “Bewitched” e “Without”, um tributo a SOPHIE. No ato final, ‘Futuro’, retorna ao estilo do primeiro ato e se inspira em sua rica história, oferecendo sua própria visão do que está por vir no mundo da música pop em canções como “Lucifer” – com a participaçao de Charli XCX e Addison Rae – e “Soulbreaker”.
• Kings Of Leon – Can We Please Have Fun
(Capitol)
Após cinco anos de hiato, o Kings of Leon retorna com o nono álbum de estúdio, Can We Please Have Fun. Como o título sugere, é um registro de uma das grandes bandas de rock desta era se soltando, experimentando coisas novas e, sim, se divertindo. Gravado no estúdio Dark Horse e produzido com o novo colaborador Kid Harpoon (Harry Styles, Florence and the Machine), o trabalho revela um retorno às suas origens cruas (“Rainbow Ball”) e baladas características (“Ease Me On”, “Don’t Stop The Bleeding”) ao mesmo tempo em que encontra novos rumos (nas guitarras pós-punk e ritmo groove dançante de “Nowhere To Run”, por exemplo). É o som de uma banda unificada em visão e propósito, liberta de quaisquer expectativas, e o álbum que a banda diz ter sempre querido fazer. Com músicas como “Mustang” e “Ballerina Radio”, o álbum mostra uma energia renovada e momentos de pura animação. Ao abordar temas de desconexão, a luta para encontrar significado no turbilhão da vida e a crise da meia idade (“Split Screen”), o Kings of Leon apresenta um material criado pela emoção de se entreter e não se levar a sério.
• Iglooghost – Tidal Memory Exo
(LUCKYME®)
Ninguém constrói um mundo como o produtor inglês Seamus Rawles Malliagh (a.k.a. Iglooghost). Seu terceiro álbum completo, Tidal Memory Exo, mergulha na história das raves do Reino Unido e estações de rádio piratas, evocando a imagem de uma festa livre. Iglooghost assume a forma de um MC transmitindo músicas ilegais de uma plataforma de petróleo enferrujada, adentrando confiantemente no rap sujo e fluxos aluviais nestas transmissões piratas marítimas. O álbum está imerso em uma continuidade de graves vibrantes e sintetizadores serrilhados, com imagens evocativas retiradas de letras misteriosamente esotéricas. Tidal Memory Exo mostra Iglooghost em seu auge, tecendo uma narrativa de outro mundo através de sua obra mais maximalista até o momento.
• Orville Peck – Stampede Vol. 1
(Warner)
O aclamado cantor mascarado do country, Orville Peck, lança o álbum Stampede Vol. 1, sucessor de Bronco, com uma lista de nomes famosos, incluindo: Noah Cyrus (na comovente “How Far Will We Take It?”), Elton John, o grupo country Midland, Allison Russell, Nathaniel Rateliff, a atriz e cantora italo-mexicana Bu Cuaron (na bilíngue “Miénteme”) e Willie Nelson. O disco com cinco faixas originais e dois covers – o hino gay cowboy “Cowboys Are Frequently Secretly Fond of Each Other” (1981) de Ned Sublette e o rock glam clássico “Saturday Nights Alright (For Fighting)” (1973) de Elton John – marca o primeiro lançamento do artista pelo selo Warner. Embora os vocais de Peck tenham sido comparados aos de um imitador de Elvis quando ele apareceu na cena com o disco de estreia em 2019, ele escolheu com sabedoria os convidados em Stampede: Vol. 1 cujas vozes complementam a sua própria.
• Låpsley – A Guilty Heart Can Never Rest
(Believe UK)
Após o lançamento do álbum Cautionary Tales Of Youth, a cantora e compositora Holly Lapsley Fletcher (a.k.a. Låpsley) retorna com o EP A Guilty Heart Can Never Rest. Em cinco faixas, a artista aborda uma série de emoções, misturando luz e sombra de forma enfática. Em “4AM Ascension Day”, um soul impulsionado por guitarras vibrantes e batidas drum ‘n’bass, canta sobre o fim de um relacionamento, remorso e busca por redenção. “Kerosene Dreams” documenta um relacionamento tóxico e combate a vontade de se autodestruir; em contraste, a última faixa, “Build A Man”, parece alcançar alguma forma de otimismo amoroso e a realidade imperfeita dos relacionamentos. A Guilty Heart Can Never Rest é mais uma amostra poderosa do universo criativo de Fletcher e sua representação pop em sua forma mais verdadeira.
• Cosha – MurMurs
(Believe UK)
Cosha, projeto musical da cantora e compositora irlandesa de Cassia O’Reilly (ex-Bonzai), lança o EP MurMurs, sucessor do disco de estreia Mt. Pleasant. O compacto, com sua sonoridade etérea influenciada pelo afrobeats e R&B, incorpora referências à natureza, especialmente imagens de ondas do oceano e paisagens extensas. Ele marca uma nova era para a artista, dançando entre os pontos onde a dor e a alegria se encontram enquanto ela navega por temas como resiliência, reflexão e otimismo (“Sun Black”) após abandonar sua antiga gravadora, empresa de gerenciamento e um relacionamento de longa data (“Glow”, “MurMurs Interlude”). A faixa de abertura do EP, “Fire Me Up”, oferece uma emocionante ode às complexidades do romance – a beleza de conhecer um grande amor e a dor de deixá-lo ir.