6 discos para ouvir hoje: Billie Eilish, Beth Gibbons, of Montreal, Cage The Elephant e mais

Billie Eilish / Petros Studio

Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Billie Eilish, Beth Gibbons, of Montreal, Cage The Elephant, Crumb e o tributo ao Talking Heads, Everyone’s Getting Involved.

Billie EilishHIT ME HARD AND SOFT
(Darkroom/Interscope Records)

HIT ME HARD AND SOFT, o terceiro disco de estúdio de Billie Eilish permaneceu em grande parte um mistério até o lançamento. A artista optou por não lançar nenhuma das 10 faixas do álbum como single, pois queria que seus fãs consumissem o projeto como um todo. “SKINNY” é uma balada com uma guitarra dedilhada que rumina em direção a uma orquestração elegante que lida com questões existenciais. O dinâmico funk synth rock “LUNCH” explora temas de identidade e usa o sexo como metáfora para comida, retratando uma garota irresistível e sedutora que Eilish quer devorar. “CHIRIRO” começa suave e termina intensa nos sintetizadores e batidas de house – caminhando próximo a uma produção do Daft Punk – para expressar sentimentos de perda e busca de reconciliação. “BIRDS OF FEATHER” é uma declaração de amor brilhante com uma sonoridade pop pura, enquanto “THE GREATEST” lamenta um amor que se esperava que fosse incondicional. “L’AMOUR DE MA VIE” passa de uma balada para uma explosão de sintetizadores dos anos 80 e vocais distorcidos para explorar as complexidades de um romance passado marcado por turbulências emocionais e eventual libertação. “THE DINER” resgata a atmosfera gótica do álbum When We All Fall Asleep, Where Do We Go?, e “BLUE” descreve o fim de um relacionamento com mudanças habilidosas de ritmo e vocais. Em HIT ME HARD AND SOFT, Billie prova mais uma vez ser uma das artistas mais criativas do pop, e uma compositora encontrando seu caminho, sem medo de ser honesta com seus sentimentos.

Beth GibbonsLives Outgrown
(Domino)

Beth Gibbons lança seu álbum solo de estreia, Lives Outgrown, composto por 10 novas canções gravadas ao longo de uma década. Produzido pela artista e James Ford (Arctic Monkeys, Fontaines D.C.), com produção adicional de Lee Harris (Talk Talk), o registro é considerado a obra mais pessoal e vulnerável de Gibbons. Resultado de um período de reflexão e mudanças, suas letras abordam despedidas de familiares, amigos e de si mesma (“Reaching Out”), em canções envolvidas por uma atmosfera de art folk sombria e inquieta, com guitarras acústicas dedilhadas, batidas percussivas vigorosas e cordas amedrontadoras. “Rewind” é um lembrete soturno da mortalidade, enquanto “Whispering Love” é um apelo para valorizar a vida e aqueles ao nosso redor. As músicas refletem a meia-idade, quando olhar para o futuro não traz o mesmo que antes, e o passado ganha um foco mais nítido (“Burden of Life”). O registro também explora o processo de envelhecimento das mulheres (“Lost Changes”), especialmente a maternidade (“Floating on a Moment”) e a menopausa (“Oceans”), e seus efeitos no corpo, através da voz tétrica da artista entrelaçando-se a batidas tribais e coros fantasmagóricos.

of MontrealLady On The Cusp
(Polyvinyl)

Nas últimas duas décadas, Kevin Barnes, força criativa do of Montreal, tem impressionado os fãs com seu vasto catálogo de pop infinitamente fascinante. Em Lady on the Cusp, sucessor de Freewave Lucifer f<ck f^ck f>ck, o artista transita entre gêneros em cada uma das faixas. Em “Rude Girl on Rotation”, revisita os sons do pop de guitarra do final dos anos 60 dos Byrds; em “Yung Hearts Bleed Free” e “Music Hurts The Head” seu amor pelo pop experimental de funk influenciado por Bootsy Collins que esteve presente em grande parte da discografia da banda; “Soporific Cell” é uma canção de amor desenfreada influenciada pelo afrofuturismo do filme musical ‘Neptune Frost’ de Saul Williams e pelo R&B da banda Hot Chocolate; e “PI$$ Pi$$” é um número dance pop para deixar traumas da infância no passado. Lady On The Cusp é uma reintrodução convincente do of Montreal, um projeto que nunca estagnou, mas encontrou desta vez novas fontes de inspiração.

Cage The ElephantNeon Pill
(RCA)

O Cage The Elephant retorna com o álbum Neon Pill, a primeira novidade desde o álbum Social Cues, que ganhou o prêmio de Melhor Álbum de Rock no Grammy de 2019. Com 12 faixas em menos de 40 minutos, o trabalho demonstra um som garage rock cru que se acomoda com o estilo indie pop apurado da banda. “HiFi (True Light)” é um alt rock preciso com guitarras salientes, vocais distorcidos e uma melodia leve, enquanto “Rainbow” segue com uma atmosfera semelhante, mas é mais lenta e harmônica, com Matt Shultz cantando sobre alguém cuja presença é essencial. A enérgica “Good Time” é influenciada pelos clássicos de meados de 2010 da banda, com baterias intensas, camadas acústicas de acordes de guitarra e teclados distorcidos. “Metaverse” lembra o garage rock dos anos 2000, com riffs que remetem aos primeiros trabalhos dos Strokes, e “Ball and Chain” se sobressai com uma linha de baixo contagiante, mostrando o espírito divertido do grupo. Após quase 20 anos juntos, o sexteto de Kentucky claramente não perdeu a essência e ainda sabe como conceber músicas cativantes.

CrumbAMAMA
(Crumb Records)

A banda de psych pop de Nova Iorque, Crumb, retorna com AMAMA, seu álbum mais despreocupado e de coração aberto até hoje. Com um cenário sonoro cheio de experimentações lúdicas e variadas – efeitos vocais, gravações de celular, sons náuticos, solos de saxofone, samples de bateria distorcidas e cordas de piano abafadas – o álbum continua a aprofundar o som hipnótico da banda de forma coesa. Produzido em parceria com Jonathan Rado (Weyes Blood, Whitney) e Johnscott Sanford, o álbum está no cruzamento do pop, jazz e rock psicodélico, e consolida Crumb como uma banda única. AMAMA é uma declaração incandescente sobre a busca por um terreno sólido, conexão e clareza em uma vida de tumulto nômade.

Vários ArtistasEveryone’s Getting Involved: A Tribute to Talking Heads’ Stop Making Sense
(A24 Music)

No ano passado, o filme ‘Stop Making Sense’ do Talking Heads ganhou uma nova vida ao ser relançado nos cinemas em comemoração ao seu 40º aniversário. Agora, a produtora A24 lança o álbum Everyone’s Getting Involved: A Tribute to Talking Heads’ Stop Making Sense, um tributo ao filme. As novas e empolgantes reinterpretações das faixas do registro original criam conteúdo fresco para os antigos fãs da banda e apresentam a magia da música a uma nova geração. A seleção brilhante de artistas – de Miley Cyrus (“Psycho Killer”), girl in red (“Girlfriend Is Better”), Blondshell (“Thank You for Sending Me an Angel”), Paramore (“Burning Down the House”), Lorde (“Take Me to the River”), The National (“Heaven”), Kevin Abstract (“Once in a Lifetime”), The Linda Lindas (“Found a Job”), entre outros -, recontextualiza o registro na música e cultura popular, destacando a diversidade geracional e estilística.