Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Magdalena Bay, SOFI TUKKER, Fontaines D.C., Nicole Miglis, Mura Masa e Luna Li.
• Magdalena Bay – Imaginal Disk
(Mom+Pop)
O duo de eletropop Magdalena Bay, formado por Mica Tenenbaum e Matthew Lewin, lança o álbum Imaginal Disk, sucessor de sua estreia Mercurial World. O trabalho apresenta uma história de fundo, visível nos videoclipes, sobre uma personagem chamada True, que explora o significado de ser humano após receber uma atualização de consciência na forma de um disco implantado em sua testa. Com os vocais etéreos de Tenenbaum, sintetizadores espaciais, psicodelia pop dos anos 60/70 e new age, a dupla constrói uma jornada divertida em um cenário sci-fi, em uma trajetória de autodescoberta (“Image”) e reflexão (“She Looked Like Me!”). “That’s My Floor” mistura elementos retrô e futuristas, com uma eletrônica de sintetizadores instáveis, baixo grunge ruidoso e guitarras distorcidas que evocam St. Vincent, expressando o desejo de escapar da rotina e buscar novas experiências. “Love Is Everywhere” e “Killing Time” revelam a versatilidade da banda, combinando pop, disco e prog rock com um toque experimental e maximalista. “Tunnel Vision” começa como uma balada com sintetizadores caleidoscópicos, sons de cordas arpejadas como uma melodia de ninar e os vocais delicados de Tenenbaum, antes de culminar em um synthrock agressivo. Interlúdios como “True Blue Interlude” e “Feeling DiskInserted?” conectam-se ao universo visionário da obra. Imaginal Disk é um pop conceitual e moderno que olha para o passado enquanto imagina um futuro desconhecido diante da inteligência artificial e suas complexidades existenciais.
• SOFI TUKKER – BREAD
(SOFI TUKKER, LLC)
O duo de música eletrônica SOFI TUKKER, composto por Sophie Hawley-Weld e Tucker Halpern, lança seu terceiro disco de estúdio, BREAD – um acrônimo para “Be Really Energetic And Dance” – repleto de canções que combinam elementos de house music, pop e funk carioca (“Goddess In Disguise”, construída a partir do sample de “Ela É Top Capa de Revista” com MC Bola). “Throw Some Ass” sintetiza a inspiração do disco, com uma letra que encontra prazer e liberdade na dança e no movimento do corpo – jogando a bunda -, com o objetivo de aliviar uma dor crônica nas costas. “Woof”, com a participação da cantora nigeriana Kah-Lo e sample de “Torpedo Boyz” do Fatman’s Walk, mistura quatro idiomas – inglês, francês, alemão e português -, criando uma sensação de caos controlado com suas diferentes seções vocais unificadas pela base da música. “Spiral” é um pop enérgico, com elementos de eurodance e as guitarras características de Hawley-Weld, e tem uma letra sobre a dificuldade de aceitar o fim de um relacionamento. “Hey Homie”, sobre valorizar uma conexão especial, combina a suavidade da bossa nova no violão dedilhado com a euforia do drum ‘n’ bass. “Cafuné”, com Channel Tres, explora a intimidade em um contexto de uma relação próxima, enquanto faz referências à cultura brasileira e ao house, e “Jacaré”, uma homenagem às belezas do Brasil e à comunidade LGBTQ+ em geral, traz influências eletrônicas envolvidas de merengue, samba e jazz. BREAD é um disco animado, sensual e com espírito malandro tupiniquim.
• Fontaines D.C. – Romance
(XL Recordings)
O Fontaines D.C. mudou radicalmente sua abordagem após seus três primeiros álbuns aclamados. Despediram-se do produtor Dan Carey e trouxeram o colaborador do Depeche Mode e Arctic Monkeys, James Ford, para abrir novos horizontes para o grupo. A sonoridade garage e post-punk dos trabalhos anteriores dá lugar a um rock grandioso e cinematográfico, enquanto suas composições exploram o conceito de amor em um mundo caótico, afastando-se das referências musicais e culturais da Irlanda. A faixa de abertura apresenta uma atmosfera ameaçadora, refletindo o tema central: a aceitação das possibilidades e limitações do romance. A instrumentação é rica e texturizada, com guitarras distorcidas, linhas de baixo pulsantes e sintetizadores envolventes. Grian Chatten, o vocalista, mantém sua intensidade e entrega letras poéticas e sombrias, como em “Death Kink”, que canta um relacionamento abusivo, e em “Bug”, que reflete sobre seu afastamento de uma situação dolorosa e a sensação de ter sido deixado para trás. Faixas como “Starburster”, “In the Modern World” e “Favourite” se destacam, com arranjos variados que vão do rock ao synthpop e shoegaze, com uma abordagem moderna. Romance é descrito como niilista, mas romântico, mostrando que, apesar da escuridão, a banda, em sua identidade renovada, ainda acredita no poder do amor.
• Nicole Miglis – Myopia
(Sargent House)
Myopia é o primeiro álbum solo de Nicole Miglis, multi-instrumentista e vocalista do grupo indie pop Hundred Waters. No álbum, a artista explora estados entrelaçados de obsessão, amor e perda, combinando uma variedade eclética de sons orgânicos e digitais. Suas gravações de campo modificam o clima das músicas, evocando momentos e lugares específicos, como noites apaixonadas na cidade ou tardes restauradoras nas montanhas. Ele mistura texturas e gêneros, incluindo pianos, cordas, acústica de harpa e loops etéreos, criando uma ponte entre o clássico e o moderno e atraindo fãs de música eletrônica, orquestral e pop. “Sleep All Day” é uma bela balada que combina de forma elegante o pop eletrônico intenso com uma grandiosidade orquestral. “Autograph” é um eletropop suave com batidas aceleradas, destacando o vocal frágil de Miglis. A música descreve um encontro nostálgico e emocional, onde ela deseja uma conexão mais profunda e autêntica, pedindo confiança mútua em vez de superficialidades, enquanto reflete sobre mudanças e memórias do passado. “Lure” começa como uma balada eletrônica lenta e se transforma em um frenético dance pop com uma programação de bateria altamente sincopada, com Miglis descreve a canção como abordando temas de atração, desejo, luta pelo poder no amor e a sensação de ser atraída e descartada como uma isca de pesca. O álbum é o resultado de uma vida de empreendimentos artísticos, reunindo momentos de toda sua carreira em sua coleção mais rica e envolvente de canções até hoje.
• Mura Masa – Curve 1
(Pond)
O produtor britânico de música eletrônica Alex Crossan (a.k.a. Mura Masa) lança seu quarto álbum de estúdio, intitulado Curve 1, seu primeiro trabalho em dois anos, desde demon time (2022), e o primeiro sob seu próprio selo, Pond Recordings, como artista independente. Com foco em batidas de clube e uma atitude irreverente, o álbum marca o retorno do artista à música eletrônica e ao estilo DIY com o qual começou sua carreira, apresentando uma série de faixas inventivas e ritmicamente empolgantes. “Gimme” oferece uma sonoridade experimental com atmosfera de rave, “Giddyup” mergulha no hyperpop, “We Are Making Out” é um eletropop com batidas pesadas e sintetizadores influenciados pelo eletroclash, em colaboração com yeule, “Drugs” é uma faixa atmosférica e envolvente com Daniela Lalita, “Whenever I Want” inspira-se no jungle, jersey club e breakcore, e “FLY” é um pop house empolgante em colaboração com o quarteto de soul e R&B Cherish. Entre animação e melancolia, abordando temas como drogas, sexo, beijo e euforia, Crossan apresenta um manifesto de ignorar tudo ao seu redor e soar o mais livre possível.
• Luna Li – When A Thought Grows Wings
(In Real Life/AWAL)
A cantora, compositora e multi-instrumentista Luna Li lança o álbum When a Thought Grows Wings, sucessor da estreia Duality. O trabalho começou a tomar forma após a artista se separar de seu parceiro de oito anos (“Confusion Song”) e deixar sua família e amigos em Toronto para começar uma nova vida em Los Angeles (“That’s Life”). Com influências da artista de soul Minnie Riperton e a harpista de jazz Dorothy Ashby, o registro transmite esperança e confiança, destacando a habilidade musical e poética de Li. “Bon Voyage” combina cordas intensas, harpas encantadoras, guitarras psicodélicas e instrumentos de sopro em uma orquestra grandiosa; “Golden Hour” é uma balada introspectiva com piano onírico que se mistura de forma sublime com vocais hipnotizantes, enquanto “Minnie Says (Would You Be My)” explora o desejo intenso de conexão e amor com uma sonoridade que traz elementos dos anos 70 e um solo sublime de flauta. explora o desejo intenso de conexão e amor, com uma sonoridade que traz elementos dos anos 70 e um solo sublime de flauta. Com sonoridades etéreas e composições poéticas, When A Thought Grows Wings reflete um ponto de transição na vida pessoal e sentimental de Luna Li.