Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Ela Minus, boy pablo, Adrianne Lenker, Actress, Major Lazer, Jeff Tweedy e The Brooks.
• Ela Minus – acts of rebellion
(Domino)
Executado, produzido e gravado inteiramente pela musicista colombiana Ela Minus, acts of rebellion é um manifesto complexo sobre a simplicidade, um chamado para lutar, para viver, para estar presente. Uma coleção sobre o pessoal como político, que abrange a beleza de pequenos atos de revolução em nossa vida cotidiana, em meio de paisagens sonoras eletrônicas alternadamente paliativas e excitantes (“megapunk”). Ela cria música complexa e técnica que emana uma vibração calorosa, junto com uma compreensão mais sombria (“they told us it was hard, but they were wrong.”), quase comemorativa (“el cielo no es de nadie”), de que nossas existências são finitas.
• boy pablo – Wachito Rico
(777 Music)
A estreia do multi-instrumentista norueguês/chileno Nicolas Muñoz (a.k.a. boy pablo) é um disco híbrido, conceitual e autobiográfico. Wachito Rico, uma expressão chilena que significa “menino bonito” e a ideia de amor jovem, é o tema abrangente e um personagem que Muñoz acompanha no álbum. Através de sua sonoridade indie pop romântica, carismática e melancólica (“Honey”), ele compartilha os altos (“Hey Girl”) e baixos (“Leave Me Alone!”) da vida afetiva do seu alter ego.
• Adrianne Lenker – songs / instrumentals
(4AD)
Adrianne Lenker, a vocalista e guitarrista do Big Thief, lança songs e instrumentals. Duas coleções distintas, ambas escritas e gravadas em abril, depois que a turnê da banda foi interrompida devido ao coronavírus. Após retornar da Europa, Lenker mudou-se para uma cabana de um cômodo nas montanhas do oeste de Massachusetts, nos Estados Unidos. Nenhum processo digital foi utilizado na produção destas gravações de som, sendo 100% analógicas. São baladas folk rústicas e intimistas construídas no vocal afetivo da artista, violão acústico categórico, percussão mínima (“anything”) e letras referente a sentimentos tangíveis (“dragon eyes”). É Lenker encontrando beleza e afeição em pequenos momentos e na sua própria companhia enquanto o mundo ao seu redor sobrevive em uma verdadeira confusão.
• Actress – Karma & Desire
(Ninja Tune)
O produtor eletrônico experimental Darren J. Cunningham (a.k.a. Actress) volta com Karma & Desire, seu trabalho mais acessível, mas ainda assim instigante, e o primeiro com artistas em destaque – incluindo nomes como: Sampha (“Walking Flames”), Zsela, Aura T-09, a pianista italiana e a maestra Vanessa Benelli Mosell e a vocalista Rebekah Christel. São texturas eletrônicas, batidas techno, mistura de sons eletrônicos, gravações de piano ao vivo (“Leaves Me Against the Sky”) e floreios de música experimental que não soam como ninguém. Um álbum complexo de um artista que não se deixa levar por tendências e segue a própria intuição.
• Major Lazer – Music Is The Weapon
(Mad Decent)
Após cinco anos, Diplo e companhia retornam com o sucessor de Peace Is The Mission e sua sonoridade moombahton, dancehall, afrobeat, funky, eletrônica e com uma aposta extra no country (com Marcus Mumford em “Lay Your Head On Me”). O destaque do registro está na coleção de parcerias e nomes como Alessia Cara, Anitta (no eletro funky carioca “Rave de Favela” com MC Lan), Khalid (“Trigger”), J Balvin (“Que Calor”), Nicki Minaj, entre outros famosos para conquistar os mais diversos públicos ao redor do mundo.
• Jeff Tweedy – Love Is King
(dBpm Records)
Love Is The King, uma “ode lindamente honesta ao amor e à esperança”, é o seguimento de WARM e WARMER, e vem na esteira do segundo livro de Tweedy, ‘How To Write One Song’. Uma coleção de onze canções realizadas na companhia dos dois filhos do músico, Sammy e Spencer Tweedy, envolvidas de histórias de medo, ansiedade, amores (“Gwendolyn”) e autorreflexão. São composições especiais em tempos de crise (“Love Is The King”), escritas durante o início do isolamento social, embaladas pelo mais puro country folk da família Tweedy.
• The Brooks – Any Day Now
(Underdog Records)
Os integrantes do The Brooks são frequentemente citados pelas publicações especializadas como “o segredo mais bem guardado da cena funk soul canadense”. São músicos extremamente experientes e com anos de estrada – por exemplo, o icônico Alan Prater dividiu o palcos com os Jacksons. Any Day Now é álbum conceitual que combina elegância e energia em números instrumentais e nostálgicos com elementos do groove e modernidade (“Gameplay”) numa combinação para todas as gerações. Em seus shows ao vivo e discos, pode-se ouvir a meticulosidade de James Brown, o encanto de D’Angelo, o brilho de Fela Kuti, a abertura intergeracional de Herbie Hancock e o espírito inovador de J. Dilla.