9 discos para ouvir hoje: Arlo Parks, Madlib, Weezer, Buzzy Lee e mais

Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Arlo Parks, Buzzy Lee, Weezer, Celeste, Madlib, The Notwist, Baio, Goat Girl e Lia Ices.

Arlo ParksCollapsed In Sunbeams
(Transgressive Records)

No disco de estreia, a jovem cantora, compositora, produtora e poeta Arlo Parks reexamina a desafortunada adolescência inspirada em nomes como Allen Ginsberg, Sylvia Plath, Jim Morrison e Fela Kuti. Suas canções são como fotografias íntimas que manifestam amores platônicos (“Eugene”), romances desgastados (“Caroline”), inseguranças (“Green Eyes” com os vocais de Clairo), saúde mental (“Black Dog”) e mensagens de esperanças (“Hope”) protegidas por um soul pop R&B acolhedor e sofisticado.

Buzzy LeeSpoiled Love
(Future Classic)

Após três anos do EP Facepaint, o Buzzy Lee, projeto musical de Sasha Spielberg – filha do cineasta Steven Spielberg – compartilha o disco de estreia na companhia do amigo / renomado produtor Nicolas Jaar e motivações vindas das obras de Kate Bush, Lykke Li e Agnes Obel. A garota aponta uma coleção de canções concebidas em meio de separações e relacionamentos tóxicos (“What Has A Man Done”), originando numa ode sombria e melancólica tapada por notas ao piano, texturas eletrônicas tênues, sintetizadores elegantes e o vocal etéreo da artista que se martirizara para cogitar em encontrar uma vida nova.

WeezerOK Human
(Atlantic Records)

O Weezer solta quase de surpresa o álbum OK Human, idealizado durante o período de isolamento por conta da pandemia de COVID-19 e anunciado na semana do lançamento, concebido com o clássico Pet Sounds do Beach Boys em mente. Mirando no passado dos anos 1980 e início dos 1970, a banda abandona as guitarras acentuadas e abraça orquestrações cinematográficas (tudo de forma analógica) em uma série de canções intimistas e contagiantes que têm o cheiro da adolescência alienada, como um musical chamber pop da Broadway (“Playing My Piano”), de Rivers Cuomo (All My Favorite Songs).

CelesteNot Your Muse
(Polydor Records)

A cantora e compositora neo soul Celeste vem como uma versão remodelada de nomes como Aretha Franklin, Minnie Riperton, Alice Coltrane, Amy Winehouse e outras divas em Not Your Muse. Suas canções old school envolvida de um espírito pop combinam com o tom vocal cru e persuasivo da artista que esclarece relacionamento desperdiçados (“Strange”), a ânsia de dominar o amor (“Stop This Flame” que poderia ser uma canção de Adele) e as emoções que a perseguem (“Love Is Back” que assoma “You Know I’m No Good” de Amy Winehouse) e nem sempre reconhecidas (“A Kiss”).

Madlib – Sound Ancestors
(Madlib Invazion)

Em Sound Ancestors, o notório rapper Otis Jackson Jr. (a.k.a. Madlib) permite o produtor de eletrônica Kieran Hebden (a.k.a. Four Tet) expandir sua sonoridade e descontruir o trabalho num material atingível e experimental. O registro soa como uma jornada imersiva semelhante ao trabalho da dupla escocesa Boards of Canada em que Hebden arranja, edita, manipula e combina uma coleção de ideias de Jackson Jr. em loops, beats calorosos, instrumentações nebulosas (“Hopprock”), riffs lo-fi (“Dirknock”), interlúdios de jazz, batidas funk dos anos 1970 (“Road of the Lonely Ones”), latinidades (“Latino Negro”) e esquetes vocais como um difícil quebra-cabeça solucionado.

The NotwistVertigo Days
(Morr Music)

O trio de indie rock alemão The Notwist lança o primeiro álbum de estúdio em sete anos e arrisca-se num intercâmbio cultural ao intimar artistas de todos os cantos do mundo, como: os japoneses Saya (do Tenniscoats) e Zayaendo, a argentina Juana Molina (“Al Sur”) e os norte-americanos Ben LaMar Gay Angel Bat Dawid. Adicionando novas vozes, ideias e idiomas, a banda visualiza paisagens cordiais em colaborações dinâmicas para a sua trilha sonora krautrock, jazz e eletrônica encantadora e melancólica nutrida ao longo da quarentena (“Sans Soleil”).

BaioDead Hand Control
(Glassnote)

Baio, projeto musical de Chris Baio, integrante do Vampire Weekend, chega ao terceiro disco solo com Dead Hand Control. O material desloca-se em ziguezague entre o synthpop (“Endless Me, Endlessly”), indie (“What Do You Say When I’m Not There?”), art rock, country (“Dead Head Control”) e uma pitada de funk esquadrinhando o que significa cuidar uns dos outros (“Take It From Me”) na dianteira do cataclismo social.

Goat GirlOn All Fours
(Rough Trade)

Com produção de Dan Carey (Black Midi, Franz Ferdinand), o segundo registro do Goat Girl indica uma banda afastando-se do lirismo desordeiro da estreia e revelando um amadurecimento nas discussões sobre ansiedades, depressão, injustiças e preconceitos sociais do mundo (“Sad Cowboy”), usando a música para investigar o bem-estar global, humanitário, ambiental e consciente (“The Crack”, “Badibaba”). O uso frequente de sintetizadores que soam como uma obra de ficção científica, as progressões de acordes fora do ritmo, as baterias analógicas, os múltiplos estilos vocais e as guitarras destemidas expressam uma evolução no som com a linguagem musical e olhar do grupo.

Lia IcesFamily Album
(Natural Music)

Family Album é uma retomada na carreira de Lia Ices após uma ausência de mais de seis anos. O disco, gravado durante a gravidez do primeiro filho, evidencia uma série de números folk pop ensolarados (“Earthly”) com uma serenidade e honestidade (“Hymn”) ao referir-se sobre maternidade, a mudança para a Costa Oeste dos Estados Unidos e a liberdade conquistada com a autorrealização. A voz de Ices, um piano, violões e singelas orquestrações são o verdadeiro coração do trabalho que se torna uma obra deslumbrante com ecos de Laura Nyro e Joni Mitchell.