Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Billie Eilish, LUMP, TORRES, Bleachers, Durand Jones & The Indications, Prince, L Devine, Mark Ronson e John Glacier.
• Billie Eilish – Happier Than Ever
(Darkroom/Interscope)
Billie Eilish atravessa com tranquilidade a prova do temido segundo disco de estúdio. Depois do sucesso estrondoso da estreia, When We All Fall Asleep, Where Do We Go?, a artista mergulha numa série de influências musicais, sem necessariamente repetir a fórmula anterior, para trazer temas como fama, desilusões e misoginia. Com uma produção imprevisível que distorce narrativas em torno de melodias R&B, batidas techno geradas de medo (“Oxytocin”), vocais de jazz (“my future”), rock (na metade da faixa-título), folk acústico (“Your Power”), pop minimalista (“Lost Cause”) e até bossa nova (“Billie Bossa Nova”), a garota cria um universo sufocante sobre ser uma celebridade e, ainda assim, uma adolescente em direção à vida adulta (“NDA”).
• LUMP – Animal
(Chrysalis / Partisan Records)
O segundo álbum do LUMP, projeto musical de Laura Marling e Mike Lindsay, é uma obra-prima vívida e psicodélica. Animal é um união insana de mundos criativos que manifestam ideias totalmente à parte de forma homogênea. Há ensejos de pura hipnose pop rock (“Climb Every Wall”), eletrônica distorcida (“Gamma Ray”), sonoridades cativantes (“Animal” soa como uma peripécia do Metronomy) e remota serenidade (“Red Snakes”) na sonoridade experimental do duo. As letras, inspiradas nos estudos de Marling sobre psicanálise (“We Cannot Resist”), refletem temas de cunho pessoal, artístico e de desejo.
• TORRES – Thistier
(Merge)
Thirstier marca um regresso em direção a um som maior e impulsivo para Mackenzie Scott (a.k.a. TORRES) nas canções feitas sob medida para um novo capítulo. Produzido ao lado de Rob Ellis (PJ Harvey, Marianne Faithfull), o registro acumula canções de amor sob inúmeras lentes em guitarras angulares e refrões nervosos que enrodilham na linha do art rock. São romances construídos em falsas promessas (“Don’t Go Puttin Wishes in My Head”), intensidade (“Hug From a Dinosaur”) e que não conhecem a escassez (“Thirstier”) sob o olhar singular de Scott.
• Bleachers – Take the Sadness Out of Saturday Night
(RCA Records)
Depois de produzir discos para Taylor Swift, St. Vincent e Lorde, o produtor Jack Antonoff retoma o projeto Bleachers e lança o terceiro disco de estúdio. Acompanhado de nomes como Bruce Springsteen (“Chinatown”) e Lana Del Rey (“Secret Life”), o artista mantém o renascimento pop na onda dos anos 80 – de guitarras calorosas, cordas elegantes e solos de saxofone radiantes – em canções sobre esperança, morte, luto e desilusões para exorcizar alguns fantasmas do passado.
• Durand Jones & The Indications – Private Space
(Dead Oceans)
Private Space, o terceiro álbum do Durand Jones & The Indications, é uma vibração até então inexplorada no coração do grupo. Indo além dos limites do funk e do soul dos trabalhos anteriores, o registro abre as portas para uma gama mais vasta de sons e avança com ousadia em um mundo de soul moderno e batidas disco pontilhadas com cordas em números otimistas (“Love Will Work It Out”) preservados com o reluzir de uma discoteca (“The Way I Do”, “Witchoo”).
• Prince – Welcome 2 America
(Legacy Recordings)
Gravado na primavera de 2010 e, em seguida, misteriosamente abandonado por Prince antes de seu lançamento, Welcome 2 America documenta as preocupações, esperanças e visões do artista para uma sociedade em mudança, pressagiando uma era de divisão política, desinformação e uma luta renovada por justiça racial (“Welcome 2 America”). É um álbum fantástico de pop funky (“Hot Summer”), soul (“Born 2 Die”) e R&B que corrobora o quão pouco confiável era o instinto do músico desde que ele o engavetou na época.
• L Devine – Near Life Experience Part One
(Warner Music)
A cantora e compositora alt-pop Olivia Rebecca Devine (a.k.a. L Devine) lança a primeira parte (de duas) do EP Near Life Experience Part One. Como uma descendente de Charli XCX e Tove Lo, a menina canta sobre relações amorosas desgastantes (“Priorities”), autoestima (“Wish That You Saw Me”) e a imprescindibilidade de alívio sexual (“Naked Alone”, “Girls Like Sex”) em faixas que se aventuram por um pop encantador que flerta com o R&B, groovy e eletrônica.
• Mark Ronson – Watch the Sound
(Sony Music)
Mark Ronson lança a trilha sonora da série ‘Watch The Sound With Mark Ronson’ exibido na Apple TV+. A série de seis capítulos explora tecnologias de gravação revolucionárias na música por meio de conversas com estrelas da indústria. O resultado de cada episódio termina com produtor criando uma peça musical original usando as técnicas discutidas: auto-tune, sample, reverberação, sintetizadores, baterias eletrônicas e distorção. As faixas apresentam colaborações ao lado de nomes como Paul McCartney, Santigold, Jónsi, Kathleen Hanna, King Princess, entre outros.
• John Glacier – SHILOH: Lost For Words
(PLZ Make It Ruins)
Produzido por Vegyn (Frank Ocean) e Holly (Baauer), SHILOH: Lost For Words evidencia as habilidades incomparáveis de contar histórias de John Glacier, assumindo um tom biográfico não convencional – destacando suas próprias experiências crescendo em Hackney (Londres) como uma jovem mulher -, combinando seu próprio estilo lírico e rimas descontraídas que soam como se fossem encomendadas pelos cosmos (“If Anything”, “Icing”). Tudo o que ela escreve, em suas canções pop eletrônicas de poetisa punk, é intrinsecamente vulnerável (“Some Other Thing”).
