9 discos para ouvir hoje: Deb Never, The Vaccines, Sleigh Bells, Martina Topley-Bird e mais

Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Deb Never, The Vaccines, Sleigh Bells, Spencer., Martina Topley-Bird, 박혜진 Park Hye Jin, Kacey Musgraves, YEBBA e Sneaker Pimps.

Deb NeverWhere Have All The Flowers Gone?
(Moonlading)

Conhecida por colaborações com nomes como BROCKHAMPTON e slowthai, a coreana americana Deb Never expande as qualidades do currículo alt pop lo-fi em Where Have All The Flowers Gone?. Com uma capacidade de transmutar de guitarras grunge a um número drum n bass (“Someone Else”), a artista encontra-se pronta para ter um lugar próprio nos holofotes. São canções calorosas sobre angústias (“Sorry”), crises existências (“Disassociate”), descrenças amorosas e arrependimentos que funcionam como uma sessão de terapia para dominar os perrengues da vida.

The VaccinesBack in Love City
(Super Easy/AWAL)

O The Vaccines experimenta a euforia do pop moderno (“XCT”), nostálgico (na faixa-título com traços de ABBA, o surf rock dos anos 60 em “Alone Star” e doo-wop em “Pink Water Pistols”) e despretensioso (“Headphones Baby”) em Back in Love City. Definido como emocional e narrativamente impressionante, o registro conceitual é inspirado em locações fictícias para criar a cidade do amor tendo em vista os universos futuristas de ‘Blade Runner’, mas ilustrada por variantes do spaghetti western de Ennio Morricone (“Wanderlust”, “Paranormal Romance”) e luzes neon dos anos 80 (“Heart Land”) em suas paisagens. O disco é uma fuga radiante da monotonia da pandemia em hits prontos para levar aos próximos festivais.

Sleigh BellsTexis
(Mon+Pop)

Em Texis, o duo noise pop Sleigh Bells, de Alexis Krauss e Derek Miller, recupera a fórmula alucinante, incendiária e adocicada que os catapultou há dez anos com o disco de estreia Treats. O álbum soa como um dèja vú perfeitamente exaltado (“Justine Go Genesis”, “Hummingbird Bomb”) em guitarras robustas, beats eletrônicos frenéticos, sintetizadores impactantes e vocais angelicais (“Locust Laced”) – com direito a momentos de pura bonança (“True Seekers”) – para recuperar de fato o nome do grupo ao centro das atenções.

Spencer.Are U Down?
(4AD)

Aclamado pela sonoridade R&B experimental e casual, a estreia de Spencer. é inspirada pelas narrativas do amor moderno. Por intermédio de letras simples, o músico aponta relacionamento vulneráveis, estimulantes (“MyLuv”) e cercados de insegurança – mas que ainda lhe dão motivo de distração – em melodias montadas em guitarras moderadas, sintetizadores tênues e inspiração vinda de nomes como Erykah Baduh (“Lonely as I Ever Was”), Steve Lacey (“staymecassette”) e Frank Ocean (“Heart Freestyle”). Are U Down? é um trabalho simples e encantador pronto para manifestar um nome promissor ao futuro da música.

Martina Topley-BirdForever I Wait
(Martina Topley-Bird)

Após mais de dez anos do lançamento do álbum Some Place Simple, o ícone do trip hop Martina Topley-Bird retorna com uma longa jornada (“Hunt”) para afrontar e refletir a vida e rumos imprevisíveis em busca de paz (“Pure Heart”). Em 2019, Mina, sua filha com Tricky, cometeu suicídio. Apesar de quase todo o disco ter sido finalizado antes da trágica morte da garota, parte do material soa como se a artista estivesse numa viagem por sua psique (“Free”), de paisagens sonoras assombradas pela autodestruição e tendências suicidas, de forma misteriosa e tempestuosa.

박혜진 Park Hye JinBefore I Die
(Ninja Tune)

박혜진 Park Hye Jin lança o aguardado álbum de estreia Before I Die. Inteiramente escrito, produzido e interpretado pela artista sul-coreana, o material segue o sucesso do EP How Can I e colaborações com nomes como Blood Orange, Clams Casino e Take A Daytrip. “Let’s Sing Let’s Dance” é um número dançante melancólico que coloca os vocais e mantras de Hye Jin sobre a influência do house. Em outras partes, ela avança na paleta sonora com influências que incluem sensibilidade eletrônica, rap (“Whatchu Doin Later”), hip hop (“I Need You”, “Never Give Up”) e downtempo para autenticar a visão mais completa de seu som.

Kacey Musgravesstar-crossed
(Interscope)

Se o premiado álbum Golden Hour era sobre apaixonar-se, star-crossed é inspirado por uma força igualmente desconcertante: o divórcio. A história deste evento na vida de Musgraves, sua jornada de autodescoberta, cura e estágios de emoções conflitantes. Com influência do country, spaghetti western, R&B, indie e pop e nomes como Daft Punk (“there is a light” com trejeitos de “Get Lucky”), Eagles e Sade, star-crossed é um trabalho cativante (“breadwinner” e “cherry blossom” soam como trabalhos do Phoenix) e honesto (“justified” em que canta sobre sentir perdida diante dos eventos). Não é para ser apreciado como uma tragédia singular, mas como um novo capítulo, ou mesmo um companheiro para Golden Hour, já que nenhum existe sem o outro.

YEBBADawn
(Sony Music)

Perder um ente querido, especialmente uma mãe por suicídio, é nada menos que uma tragédia. Para YEBBA aconteceu no pico de uma promissora carreira em 2016, compreensivelmente colocando-a num período de resguardo. Agora, depois de anos realizando parceiras com nomes como Michael Kiwanuka, Drake e Mark Ronson – o produtor do trabalho -, a artista lança um álbum que não só leva o nome da mãe, mas também mira em dias melhores diante dos próprios traumas (“October Sky”) e romances (“Boomerang”, uma resposta à fuga para uma amiga de um casamento abusivo) com um pop e R&B elegante que memora nomes como Adele e Brittany Howard.

Sneaker PimpsSquaring The Circle
(UNFALL)

Sneaker Pimps, um dos grupos pioneiros do trip hop dos anos 90, está de volta quase 20 anos desde o álbum Bloodsport. Após uma decisão mútua de explorar outros caminhos, os membros fundadores Chris Corner (IAMX) e Liam Howe (AMP) criaram seus próprios projetos musicais e visuais de grande sucesso, colaborando com artistas diversos como Gary Numan e Lana del Rey. Agora com base em Los Angeles e Londres, respectivamente, o grupo se reúne ao lado da nova vocalista Simonne Jones em músicas com uma atmosfera deturpada tradicional (“Fighter”), eletrônica acústica sentimental (“SOS”) e eufórica (“Stripes”).