Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Metronomy, BROODS, Sally Shapiro, Hurray For The Riff Raff, Khruangbin & Leon Bridges, White Lies, Nasty Geographic e Abraham Fogg.
• Metronomy – Small World
(Because Music)
Embora Joe Mount, líder do Metronomy, não goste do rótulo “álbum pandêmico”, o sétimo registro do grupo é um ato de experimentação e renovação através de paisagens sonoras. Small World revela um certo aconchego, especula sonoridades nostálgicas (“Right on time”) e novas ideias. É um retorno aos prazeres simples, à natureza e uma sonoridade reduzida a um sentimentalismo quase existencial (“Love factory”). Com nuances sombrias (“Loneliness on the run”) e contornado de otimismo (“Things will be fine”), o disco entrega momentos puros de entusiasmo (“It’s good to be back”, “hold me tonight” com Dana Margolin do Porridge Radio), com a sonoridade particular do grupo, mas arrisca-se em novos terrenos ao manifestar plenitude musical ao condicionar graça em tempos complicados.
• BROODS – Space Island
(Universal Music)
O quarto álbum dos irmãos Nott nasceu de um período conturbado para Georgia, enquanto ela passava por um divórcio (“Heartbreak”) e refletia emoções (“Like A Woman”), relações tóxicas (“Gaslight”) e dúvidas (“I Keep” com Tove Lo). De acordo com a imaginação desenfreada da dupla, as faixas existem em um reino sonoro surpreendentemente radiante com uma estética inspirada nos filmes B de ficção científica dos anos 60 e o exotismo de compositores como Les Baxter. Space Island instaura uma intensidade deslumbrante no indie pop atmosférico do BROODS, ao mesmo tempo em que fornece um poderoso canal para a catarse (“Piece Of My Mind”) numa constelação de detalhes sonoros, batidas de outro mundo, tons delirantes de guitarra e linhas efervescentes de sintetizador.
• Sally Shapiro – Sad Cities
(Italians Do It Better)
Embora tenha anunciado uma espécie de aposentadoria em 2016, a dupla sueca Sally Shapiro junta-se ao selo Italian Do It Better e efetua um retorno inesperado. Composto pela enigmática cantora Sally Shapiro e o produtor Johan Agebjörn, o duo retorna com sua eletrônica cósmica acomodado em elementos de yatch rock (“Sad City”), baladas synthwave (“Dulcinea”) e italo house (“Million Ways”). Mesmo sem fugir da fórmula de registros anteriores, Sad Cities é um generoso regresso para estar entre nós. Destaque para as colaborações do Electric Youth (“Love is Slow Motion”), Highway Superstar (“Down This Road”) e Tommy ’86 (“Tell Me How”) no material.
• Hurray For The Riff Raff – LIFE ON EARTH
(Nonesuch Records)
O oitavo disco de estúdio e estreia no selo Nonesuch do Hurray For The Riff Raff, projeto de Alynda Segarra, é sobre uma jornada de sobrevivência em meio ao tumulto e desastres deste momento atual. Segarra oferece um conjunto deslumbrante de músicas cheias de histórias convincentes – sobre prosperar, não apenas sobreviver, enquanto os desastres estão acontecendo (“PIERCED ARROW” e a revisitação do abuso sexual em “SAGA”) – e arranjos ecléticos em onze faixas cercadas de “natureza punk” como define. Com produção de Brad Cook (Waxahatchee, Bon Iver), LIFE ON EARTH é inspirado em The Clash, Beverly Glenn-Copeland, Bad Bunny, Patti Smith, jazz (“nightqueen”) ao rap de influência porto-riquenha (“PRECIOUS CARGO”) e groove eletropop (“WOLVES”) para Segarra encontrar beleza e iluminação espiritual num mundo arruinado.
• Khruangbin & Leon Bridges – Texas Moon
(Dead Oceans)
O trio instrumental Khruangbin e o músico de soul e R&B Leon Bridges lançam o segundo EP colaborativo. Onde Texas Sun buscou um encontro entre o soul de Bridges e o funk psicodélico do Khruangbin, Texas Moon explora uma sonoridade regional mais sinistra. Embora seja uma continuação do primeiro projeto, as canções têm uma identidade introspectiva acentuada nas interpretações de Bridges (“Chocolate Hills”), enquanto o Khruangbin mostra-se mais relaxado (“B-Side”, “Doris”) no projeto. O resultado é um combinação de talentos para criar algo novo: não é Khruangbin, não é Leon, é um universo concebido juntos.
• White Lies – As I Try Not to Fall Apart
(PIAS)
As I Try Not To Fall Apart, a continuação de Five, é o álbum mais expansivo até hoje do White Lies. Combinando rock explosivo, eletropop eufórico, invenções inspiradas no prog (“Blue Drift”), grooves melódicos tingidos de funk (“Am I Really Going To Die?”) e ganchos resistentes, a banda encontra o equilíbrio de criar faixas acessíveis para as rádios (“As I Try Not to Fall Apart”) e conservar a sonoridade indie clássica (“I Don’t Want To Go To Mars”, uma crítica a Elon Musk) que os catapultou. É um álbum sombrio, que muito se fixa em morte e mortalidade, feito predominantemente durante a pandemia, embora as melodias sejam iluminada e potencializas na obra.
• Nasty Geographic – BAD POP
(Gold Boy International)
O Nasty Geographic, projeto do cantor e compositor Joe Blackhurst, é um mistura de funk, blues e hip hop para moldar um corte pop rock com o espírito de produções do Royal Blood, Muse, Red Hot Chili Peppers e Labrinth. BAD POP é uma exploração de mundos diferentes e gêneros musicais para dedicar-se à temas como cultura do namoro (“Reputation”), perseguição, manipulação nos relacionamentos (“Grow Up”), amor e drogas. Blackhurst praticamente assume uma atitude antiperfeccionista em relação às composições em que escreveu e gravou em uma semana.
• Abraham Fogg – Blåkulla
(Znprk)
O projeto audiovisual francês Abraham Fogg, dos compositores e diretores Charles-Edouard Dangelser e Grégoire Vaillant, lança o álbum de estreia Blåkulla. Utilizando sons eletrônicos misteriosos, batidas sujas e sintetizadores nebulosos, criando uma atmosfera fantasmagórica e infernal, a dupla nos leva à uma caminhada aterrorizante (“Money”) por um conto clássico de velho mundo de superstição e medo; de arrependimento e tragédia; e de manipulação e morte (“The Devil’s Appearance”) em treze títulos experimentais e angustiosos.