9 discos para ouvir hoje: Kali Uchis, Rubel, Chiiild, Tommy Ashby, slowthai e mais

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Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Kali Uchis, Chiiild, Tagua Tagua, Rubel, Kate NV, slowthai, Tommy Ashby, Xiu Xiu e Dry Cleaning.

Kali UchisRed Moon In Venus
(Geffen Records)

Em Red Moon In Venus, a colombiana Kali Uchis retorna com o que faz de melhor: cantar a língua do amor como poucas. Seu universo distinto e sedutor é moldado pelo soul, R&B, hip hop, jazz, pop e texturas mais experimentais. O sucessor de Sin Miedo (del Amor y Otros Demonios) ∞ é uma odisseia atemporal e ardente do desejo, insatisfação, confiança e honestidade ao refletir a feminilidade divina do cosmo. No registro, a artista simboliza os diversos níveis do amor: deixando alguém com carinho (“I Wish You Roses”), atraindo novos amores para a vida (“Love Between…” – interpolando “Love…Can Be So Wonderful” do The Temprees – e “Worth the Wait” com Omar Apollo), vivendo um estado de amor legítimo (“Fantasy” com Don Toliver), aceitando o autoamor após uma desilusão (“Deserve Me” com Summer Walker) e voltando a ser confiante (“Happy Now”). O resultado é um trabalho que, como Uchis vem aperfeiçoando ao longo de seu catálogo, transcende gênero ou classificação, um reflexo puro de sua alma.

ChiiildBetter Luck In The Next Life
(Avant Garden / 4th & Broadway / Def Jam Recordings)

Chiiild, projeto de soul experimental do cantor, compositor e produtor canadense Yoni Ayal, apresenta o sucessor de Hope For Sale. Better Luck In The Next Life, uma progressão natural do disco anterior, é uma viagem eclética em direção à verdade de si mesmo (“You Get Me (A Final Word)”), uma exploração profunda e poética da liberdade criativa (“Bon Voyage”), equilíbrio pessoal através do amor (“Antidote”) e importância de viver o momento (“Good For Now” com Lucky Daye). O registro é uma combinação assertiva de elementos do jazz, grunge, R&B, rock psicodélico, trip hop, soul e indie eletrônico (“I Hope I Packed A Parachute” com Charlotte Cardin). O instrumental descomplicado, as distorções sonoras e a reverberação enraizada nas produções colocam os vocais nítidos do artista e as letras introspectivas no centro das atenções, levando-nos a uma excursão pelo seu mundo.

Tagua TaguaTanto
(Tagua Tagua)

O produtor musical gaúcho Felipe Puperi, a identidade por trás do Tagua Tagua, lança o álbum sucessor de Inteiro Metade. Há um sentimento de romance e saudade nas dez músicas de amor que se movimentam entre o pop psicodélico e o neo soul com uma simetria contemporânea ao remeter artistas clássicos como Marcos Valle, Shuggie Ottis e Bill Withers. Tanto é sobre se apaixonar, se envolver e toda a magia que se enrola neste período: a nostálgica e a busca por algo novo (“Pra Trás”), o entusiasmo de se apaixonar (“Colors”, “Tanto”) e se entregar por completo (“Te Dizer”). Uma jornada passional com canções de coração aberto que soam como serenatas em arranjos de cordas, orquestrações apuradas, guitarras sedutoras, baixos borbulhantes, sintetizadores deslizantes, batidas sedutoras e vocais íntimos – com um toque sussurrado – de Puperi.

RubelAS PALAVRAS, VOL. 1 & 2
(Dorileo)

Após cinco anos do lançamento do álbum Casas, Rubel retorna em dose dupla com AS PALAVRAS, VOL. 1 & 2 e um time estelar de parcerias, como: Milton Nascimento (“Lua de Garrafa”), Tim Bernardes (“As Palavras”), a banda Bala Desejo (“Toda Beleza”), Liniker e Luedji Luna (“Torto Arado”), MC Carol e DJ Gabriel do Borel (“PUT@RIA!”), o duo Deekapz (“Rebelía”), Xande de Pilares (“Grão de Areia”), entre outros. Como revelado em teaser, o material funciona como um experimento de vinte faixas para manifestar a beleza e diversidade da música brasileira com suas misturas de sons e ritmos – um mexido de samba, funk carioca, forró, baião e MPB em letras que vão da sofrência à putaria direta – para seres místicos de outro planeta. Aclarar, de fato, para os visitantes inesperados o que é o Brasil e permitir que o próprio Rubel manifeste uma liberdade criativa.

Kate NVWOW
(RVNG Intl.)

Com influência dos jogos de 16 bits (“meow chat”), animações infantis, música russa e japonesa dos anos 1970, a artista moscovita de pop experimental Kate NV apresenta uma mudança prismática em perspectiva e escala, uma dimensão paralela na qual o mundano se torna brincalhão, incógnito e completamente extraordinário. WOW distorce e desliza, tropeça em seus próprios pés e ri disso. Shilonosova é uma usuária de longa data do pacote de samples Broken Orchestra da Found Sound Nation, um catálogo de sons de mais de mil instrumentos dilapidados provenientes de escolas públicas da Filadélfia. Essas bases imperfeitas são imensamente unidas na colcha de retalhos e reestruturadas com sons de clarinetes, flautas e marimbas. Com uma riqueza sonora e melodias falhas em linhas de sintetizador multicoloridas, polirritmias propulsivas, samples vocais astutos e melodias desgovernadas (“oni (they)”), a artista coloca som, objeto e ritual sob o microscópio para ampliar o deleite escondido à vista da vida banal.

slowthaiUGLY
(Method Records)

UGLY, um acrônimo para U Gotta Love Yourself, é o rapper slowthai expondo ansiedades dos últimos dois anos. Musicalmente, o álbum revela um lado que as pessoas nunca ouviram antes. Entregando-se drasticamente ao universo do punk, rock alternativo e eletrônica (“Never Again”) – tanto canto quanto rap -, o trabalho é uma partida significativa para o rapper reconectar-se com princípios e conflitos. Já suas letras são reflexões filosóficas sobre a vida: como ele se sente (“Sooner”, “Fuck It Puppet”), com o que quer ser e a desorientação de se tornar pai (“Selfish”). Gravado no estúdio caseiro do produtor Dan Carey ao lado do frequente colaborador Kwes Darko, UGLY é uma combinação fluida de músicos, incluindo Ethan P. Flynn, Taylor Skye do Jockstrap, o guitarrista Jacob Bugden (do beabadoobee), Shygirl nos backing vocals de “Feel Good”, o baterista Liam Toon e, na sombria e vertiginosa faixa-título, seus amigos Fontaines D.C..

Tommy AshbyLamplighter
(Dance To The Radio)

O músico escocês de indie folk Tommy Ashby revela uma habilidade distinta para compartilhar a beleza inata dos momentos cotidianos em uma eufonia única de sons etéreos, sensibilidade acústica e vocais emotivos. Seu álbum de estreia destila a ideia de que depois que alguém significativo entra em nossas vidas, a luz que ela transmite se espalhará e iluminará outros. Uma meditação sincera e tocante sobre o lado bom – e nem tanto – dos relacionamentos (“When Love Goes Dark”), família, amizade (“Moonflowers (Best Friend)”) e as coisas que deixamos de dizer. Capturando a essêcia das pessoas, lugares e momentos no tempo, o trabalho ilustra perfeitamente o efeito que cada ação resulta e molda nossas vidas e relacionamentos (“A Beautiful Day”).

Xiu XiuIgnore Grief
(Polyvinyl Record Co.)

O Xiu Xiu passou vinte anos lutando para saber como processar, ter empatia, desobedecer e reorganizar o horror. Ignore Grief, com sua sonoridade cacofônica (“Esquerite, Little Richard”) e macabra (“Tarsier, Tarsier, Tarsier, Tarsier”), é um disco de metades. Angela Seo canta na metade do disco e Jamie Stewart na outra. Metade disso é real, a outra é imaginária. Metade das canções são industriais experimentais, a outra são clássicas modernas experimentais. As músicas reais tentam transformar o pior que a vida ofereceu a cinco pessoas com as quais a banda está conectada em algum tipo de forma desesperada que faz algo, qualquer coisa, além de triturar e brutalizar seus corações e memórias dentro dessas experiências horrendas. O objetivo do exame estético é ver se há alguma maneira de sair do outro lado ou se há algum motivo. Em ambos os casos, pode não haver, mas simplesmente se afastar seria mais um ato de destruição.

Dry CleaningSwampy EP
(4AD)

Swampy, o EP do quarteto de post-punk Dry Cleaning, serve como um lançamento complementar ao álbum do ano passado, Stumpwork. O compacto traz cinco faixas, incluindo a faixa-título e a instrumental “Sombre Two”, além de uma demo de “Peanuts” e remixes de Charlotte Adigéry & Bolis Pupul para “Hot Penny Day” e Nourished By Time para “Gary Ashby”.