Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Jessie Ware, Indigo De Souza, The National, Deb Never, JFDR, Labrinth, Braids, Freya Ridings e Marina Sena.
• Jessie Ware – That! Feels Good!
(EMI / Universal Music)
Jessie Ware conquistou um público fiel com o lançamento do álbum What’s Your Pleasure?, que assim como Dua Lipa, Kylie Minogue e Roísín Murphy, elevou os ânimos durante o período da pandemia, o isolamento social e acolheu as pistas de dança despovoadas. Com That! Feels Good!, seu quinto disco de estúdio, a artista proporciona uma celebração da vida, prazer, amor próprio e liberdade, aprimorando a habilidade sonora retrô no universo do soul (“Hello Love”), R&B (“Lightinig”), disco (“Pearls”), funk (com vocais Róisín e Kylie na introdução, “Begin Again”) e pop (“Free Yourself”), com referências a artistas como Funkadelic, Chaka Khan, Donna Summer e Stevie Wonder. Com uma instrumentação elegante e poderosa nos metais da banda KOKOROKO, linhas de baixo rápidas, guitarras envolventes e cordas orquestrais sublimes, os vocais confiantes de Ware revelam a mais pura elegância e magnestimo, mesmo em momentos mais descontraídos (como em “Shake The Bottle”, a versão safada de “Ooh La La”, em que a artista canta uma série de homens de dispensou por vários motivos). É um retorno à vida normal, onde as pistas de dança estão abertas novamente (“Beautiful People”), para nos sentirmos acolhidos e livres.
• Indigo De Souza – All of This Will End
(Saddle Creek / LAB 344)
A artista de indie rock Indigo De Souza lança All of This Will End, a aguardada continuação de seu aclamado álbum Any Shape You Take (2021). O trabalho marca uma era mais ousada e calorosa para Souza, que fala sobre seguir em frente do passado para um presente cheio de gratidão, sentindo tudo a cada passo e escolhendo incorporar a consciência amorosa. Atravessando gêneros musicais, com sintetizadores e instrumentações sombrias, é um trabalho agressivo e radicalmente otimista que lida com a mortalidade, a importância da comunidade (“Smog”), de se centrar no presente e buscar o prazer nas coisas simples. Como um estudo da mente humana, as faixas são inspiradas nos momentos mais significativos da vida da artista, desde memórias de infância (“The Water”), desapontamento com uma figura paterna (“Always”) até momentos em que teve que se defender o corpo e espírito numa relação tóxica (“You Can Be Mean”, “Younger & Dumber”) que tirou tanto dela. All of This Will End é uma sessão de terapia e a obra mais verdadeira de Indigo de Souza.
• The National – First Two Pages of Frankenstein
(4AD)
O nono álbum de estúdio do The National, First Two Pages of Frankenstein, apresenta uma coleção de histórias devastadoras sobre nostalgia (“New Order T-Shirt”), inseguranças (“Tropic Morning News”) e relacionamentos destruídos (“Eucalyptus”) com uma atmosfera de esperança (“Send For Me”). Com sua musicalidade indie, art rock e folk melodramática e terna, com produções acaloradas e intimistas, o registro carrega uma sensação de escuridão e otimismo, mostrando a evolução da banda ao longo de duas décadas de carreira. O álbum apresenta colaborações discretas de artistas como Phoebe Bridgers (“This Isn’t Helping”, “Your Mind Is Not Your Friend”), Sufjan Stevens (“Once Upon A Poolside”) e Taylor Swift (na valsa “The Alcott”).
• Deb Never – Thank You For Attending
(Moonlanding)
A artista coreana-americana em ascensão Deb Never lança o EP Thank You For Attending, que é o sucessor de Where Have All The Flowers Gone? e será o último ato antes do tão esperado álbum de estreia. As seis faixas são moldadas pelo pop grunge, R&B, UK garage, jungle e hyperpop, resultando em letras melosas que mudam de ritmo para se tornarem números de dança cintilantes e urgentes (“Mania Bliss”). Uma combinação das potências de artistas como The Smashing Pumpkins, The Prodigy e The Strokes. Nas canções, Never reflete sobre sensações da vida amorosa, desde o frio na barriga ao momento de perceber que se tratava de um amor passageiro (“Momentary Sweetheart”) até o rompimento (“Paper Houses”).
• JFDR – Museum
(Houndstooth)
A cantora, compositora e multi-instrumentista islandesa Jófríður Ákadóttir (a.k.a. JFDR) lança o álbum Museum. Suas nove faixas esculpem instantes fugazes de experiência em objetos emocionais em sua voz, com aura brilhante em meio a uma névoa de sintetizadores cintilantes e instrumentação sublime. As canções do álbum se movem entre a abertura com a bela melodia de “The Orchid” e a sutileza das percussões em “Life Man”, que impulsionam a atmosfera onírica do disco, em letras existenciais. Faixas como “Air Unfolding” reúnem esperança em espirais de piano e sintetizadores, enquanto outras, como “Flower Bridge”, apresentam texturas sutis que estremecem com o som metálico do Langspil islandês, um instrumento de cordas tradicional.
• Labrinth – Ends & Begins
(Columbia Records)
O cantor e rapper Labrinth, popularizado por sua trilha sonora para o drama da HBO, ‘Euphoria’, lança o álbum Ends & Begins. Assim como a série que o tornou conhecido entre alguns fãs, o trabalho é elaborado sobre drama nas relações humanas (“Never Felt So Alone” com Billie Eiish) e sobre encontrar o amor na escuridão (“Kill For You Love”, “Power Couple”, “The Feels” com Zendaya). O registro também apresenta reflexões sonhadoras sobre como os menores momentos da vida podem parecer cósmicos. Com arranjos hipnóticos e batidas eletrônicas sombria, a produção característica e atrativa do artista que flui entre o trip hop, pop, gospel e sons vocais de “wha!”, “woo” e “yeah”.
• Braids – Euphoric Recall
(Secret City Records)
Braids é uma banda canadense que se dedica a explorar sua arte, criando um catálogo ousado e fluido na cena pop experimental. Em seu quinto álbum, Euphoric Recall, o trio se dedica perseguir a alegria espontânea em canções vivas, com ritmos e texturas mais vibrantes e soltas (“Evolution”), acompanhado de letras diretas e evocativas que retratam o amor (“Left/Right”, “Apple”) e cura (“Lucky Star”), em todos os seus aspectos de maneira sonhadora. O vocal frágil de Raphaelle Standell-Preston combina algo entre Kate Bush e Björk. Pela primeira vez, a banda compôs e arranjou partes de cordas, contando com a ajuda de um conjunto de violoncelos, violas e violinos, resultando numa mistura encantadora de experimentação eletrônica e instrumentos orgânicos. O som é luxuoso, expansivo e sonhador, uma supernova de canções pop arrojadas, encantadoras e sinfônicas, rendidas ao presente.
• Freya Ridings – Blood Orange
(Good Soldier)
Freya Ridings lança o segundo álbum de estúdio, Blood Orange, após quatro anos de sua estreia homônima, que incluiu a música de sucesso “Lost Without You” – tornando-a a primeira artista feminina a ter uma canção inteiramente escrita no Top 10 do Reino Unido desde “Running Up That Hill” de Kate Bush em 1985. Com baladas pop grandiosas (“Weekends”, “Dancing in a Hurricane”) e dramáticas (“Perfect”), a artista canta sobre solidão (“Weekends”) e inseguranças, mas também sobre seu crescimento pessoal e otimismo (“Can I Jump?”, “Face in the Crowd”), após um rompimento amoroso e a solidão durante a pandemia. O álbum apresenta vocais fortes e nobres de Ridings, que, com canções poderosas, entrega um número de afirmação da vida.
• Marina Sena – Vício Inerente
(Sony Music)
Marina Sena lança o álbum Vício Inerente, o sucessor do elogiado De Primeira, e mostra-se determina a expandir os horizontes e paleta musical. Se no disco de estreia a artista trouxe uma sonoridade voltada ao pop e MPB orgânica, desta vez ela vai além e explora terrenos musicais numa mistura ousada de batidas experimentais e ritmos como o R&B, trap, reggaeton, afrobeats, drill, trip hop, soul e pagode baiano. As canções tratam sobre os vícios, principalmente o amoroso, e a artista canta em melodias provocativas (“Dano Sarrada”), envolventes (“Tudo Pra Amar Você”, “Que Tal” com o rapper paulista Fleezus) e simplesmente apaixonantes (“Mande Um Sinal”).