8 discos para ouvir hoje: FBC, Jessy Lanza, Travis Scott, Georgia, Bethany Cosentino e mais

FBC / Bel Gandolfo

Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: FBC, Jessy Lanza, Madeline Kenney, Carly Rae Jepsen, Bethany Cosentino, Georgia, Travis Scott e Pabllo Vittar.

FBCO AMOR, O PERDÃO E A TECNOLOGIA IRÃO NOS LEVAR PARA OUTRO PLANETA
(DO PADRIM)

Após fazer sucesso com o álbum BAILE e viralizar no TikTok com a música “Se Tá Solteira”, o rapper e cantor mineiro FBC retorna com O AMOR, O PERDÃO E A TECNOLOGIA IRÃO NOS LEVAR PARA OUTRO PLANETA. Abandonando as rimas e a relação com o funk carioca do registro anterior, o projeto musical busca inspiração em playlists de house e dance music. O artista compartilha temas e questões filosóficas e introspectivas (“DESCULPA”), a influência das redes sociais nos relacionamentos – e na busca deles (“QUAL A CHANCE?”) -, as complexidades das relações atuais (“A NOITE NO MEU QUARTO”) e a compreensão de cada indivíduo sobre si mesmo neste universo (“O QUE TE FAZ IR PRA OUTRO PLANETA?”). Combinando elementos da música funky norte-americana clássica, disco, hip house e G-funk, e unindo sua forma de cantar com a presença marcante dos metais, o registro traz com originalidade e elegância uma sonoridade pop acessível, como se houvesse uma colisão entre os universos clássicos de Jorge Ben Jor e Cazuza com o contemporâneo do Jungle e Channel Tres. Com colaborações de Abbot (“ANTISSOCIAL”, “NÃO ME LIGUE NUNCA MAIS”, “CHERRY” e “A NOITE NO MEU QUARTO”), Don L (“ESTANTE DE LIVROS”, uma mistura de literatura com rima, com referências a romances literários brasileiros e a modernidade dos relacionamentos dos tempos atuais) e niLL (“DILMA NAS REDES”, que enfatiza a crítica sobre a influência das redes sociais no dia a dia), as canções retratam sentimentos de decepção, mágoa e desprezo com uma atmosfera futurista e, ao mesmo tempo, nostálgica. FBC reflete sobre a possibilidade de uma nova vida em outro planeta (“ATMOSFERA”) e idealiza a importância do perdão e do entendimento humano, compartilhando suas visões e encontrando conexão com o público através da música. O álbum duplo conta com uma versão instrumental de todas as faixas.

Jessy LanzaLove Hallucination
(Hyperdub)

Love Hallucination marca o controle total da canadense Jessy Lanza como compositora e produtora, demonstrando suas habilidades no estúdio ao reconstruir seu som com suas canções introspectivas em temas que vão desde a agorafobia (“Don’t Leave Me Now”), autodesprezo (no mantra de “I Hate Myself”) até a realização sexual (“Marathon”). O tema central é a importância de confiar em si mesmo no momento presente e usar a intuição como bússola para guiar o álbum. Ela descreve o disco como um momento de “confiança total” após se mudar para Los Angeles e encontrar uma nova autenticidade em sua música. Love Hallucination representa o florescimento artístico de Lanza, com letras diretas e pessoais nos vocais açucarados da artista e sua eletrônica de batidas inquietas, experimentações nas linhas de baixo, sintetizadores metálicos, referências ao UK garage (“Midnight Ontario”), samples dos anos 80 (“Limbo”, “Big Pink Rose”) house dos anos 90 e R&B (“Casino Niagara”). O registro conta com produtores notáveis, como David Kennedy, que contribui com arranjos elegantes para a pista de dança, o colaborador de longa data Jeremy Greenspan (do Junior Boys) e Paul White. Love Hallucination é um álbum ousado e imediato de Jessy Lanza, o mais claro, autêntico e melhor até o momento.

Madeline KenneyA New Reality Mind
(Carpark Records)

A multi-instrumentista Madeline Kenney lança o álbum A New Reality Mind, sucessor de Sucker’s Lunch. O material o tema do luto após o fim de um relacionamento amoroso, autodescoberta (“I Drew a Line”) e auto-perdão (“Superficial Conversation”). Com músicas etéreas e melodias que fluem suavemente, o disco transmite os pensamentos e sentimentos da artista enquanto ela enfrenta a solidão após o término amoroso. Kenney compartilha histórias de autodescoberta e aborda questões sobre projeções fantasiosas, com traços de Cocteau Twins e Jenny Hval, em canções que são manifestações de como é ser transformada pela dor. Texturas colidem e conspiram, ornamentos sonoros emergem e se dissipam caprichosamente, os saxofones fluem indomáveis, como na elegia pop dos anos 80 ao auto-sacrifício, “Reality Mind”. O trabalho progride com epifanias emocionais e reflexões, representando um ponto de virada para a artista ao se libertar de amarras do passado. Em A New Reality Mind, Kenney mostra que, mesmo após o término de um relacionamento, o autoconhecimento e a evolução pessoal (“It Carries On”) continuam em constante desenvolvimento. Ela não está interessada em se envergonhar por se deixar levar pelas fantasias do coração, mas sim moldar uma nova realidade.

Carly Rae JepsenThe Loveliest Time
(Interscope Records)

The Loveliest Time é o sucessor de The Loneliest Time lançado em 2022, e continua a tradição de lançamentos duplos de Carly Rae Jepsen. No entanto, desta vez, não são apenas B-sides; são um segundo capítulo. Enquanto The Loneliest Time foi inspirado por um período de isolamento e autoconhecimento, The Loveliest Time é uma celebração desse crescimento, que serve como um contraponto sonoro e temático. Com o brilhante single “Shy Boy”, com o sample de “Midas Touch”, clássico do grupo norte-americano Midnight Star, “Psychedelic Switch” com um toque disco que soa como um encontro de Daft Punk e Kylie Minogue, o disco revival de “So Right” e “Come Over”, os elementos de drum ‘n’ bass em “After Last Night” ou as guitarras do heavy rock dos anos 80 em “Stadium Love”, The Loveliest Time traz Jepsen em um momento mais experimental e íntimo, com um pop descomplicado e direto.

Bethany CosentinoNatural Disaster
(Concord Records)

No álbum solo de estreia de Bethany Cosentino, após mais de uma década com o Best Coast, a cantora e compositora baseada em Los Angeles explora de perto as inúmeras catástrofes e convulsões da vida moderna, oferecendo uma resposta elevada e de coração aberto que permite espaço para compaixão, imaginação e um sentido radical de possibilidade. Inspirada por artistas como Sheryl Crow (“Natural Disaster”) e outras que se apresentavam no festival Lilith Fair durante os anos 90 (“It’s Fine”), Cosentino canta sobre ansiedades, sonhos não concretizados (“Easy”) e a importância de viver a vida de maneira autêntica (“For A Moment”) em letras reflexivas com um olhar otimista para o futuro e melodias cativantes guiadas por uma sonoridade indie, folk, country e rock.

GeorgiaEuphoric
(Domino)

Euphoric, o sucessor de Seeking Thrills, é o terceiro álbum da cantora e produtora Georgia. Produzido em colaboração com Rostam (HAIM, Carly Rae Jepsen), o registro marca a primeira vez que a artista trabalha com outro produtor em seu próprio material, criando um pop empolgante, com melodias cativantes e eletrônica envolvente, numa celebração da vida e do amor (“It’s Euphoric”) e lidando com seus desgotos em letras que exaltam a conexão entre as pessoas e perserverança. Com uma mistura de influências do dance pop dos anos 90 e trabalhos de artistas como Daft Punk (referenciado em “All Night”), William Orbit durante a era Ray of Light de Madonna (“Give It Up For Love”) e Robyn (“Friends Will Never Let You Go”), além de ampliar a paleta musical com instrumentos acústicos, Euphoric é um disco mais íntimo comparado aos anteriores. Ele se destaca pelos vocais brilhantes da artista (“Mountain Song”) em composições vulneráveis (“The Dream”) e otimistas (“So What”). Aqui, Georgia sai de trás da mesa de gravação e se estabelece como uma artista pop única e inovadora. Isso é evidente até mesmo na versão repaginada de “Live Like We’re Dancing” , intitulada “Live Like We’re Dancing (Part II)”, sua parceria com Mura Masa, com um sonoridade technicolor de uma vida repleta de emoções, mirando para o futuro e a busca contínua pelo amor verdadeiro (“So What”).

Travis ScottUTOPIA
(Cactus Jack Records/Sony Music)

Travis Scott lança seu aguardado quarto álbum de estúdio, UTOPIA, o primeiro trabalho completo do rapper desde o trágico incidente ocorrido em seu festival de música ASTROWORLD em 2021, no qual dez pessoas morreram e milhares ficaram feridas. O disco, no qual o músico reflete sua evolução pessoal e artística, traz participações especiais de Playboi Carti e Sheck Wes em “FE!N”, Beyoncé em “DELRESTO (ECHOES)”, SZA e Future em “TELEKINESIS”, Sampha e Bon Iver em “MY EYES”, James Blake e Westside Gunn em “LOST FOREVER”, Kid Cudi em “LOOOVE”, Drake em “MELTDOWN”, The Weeknd em “CIRCUS MAXIMUS” e a música anteriormente lançada “K-POP” com Bad Bunny, além de 21 Savage na faixa de encerramento “TIL FURTHER NOTICE”. Com samples assertivos de Kanye West, OutKast, Funkadelic, New England, entre outros, Scott apresenta uma mistura ousada de estilos e emoções para explorar mundos sonoros experimentais e adaptá-los em sua própria essência com o auxílio de produtores, como: Justin Vernon (do Bon Iver), Guy-Manuel de Homem-Christo (do Daft Punk), Vegyn (Frank Ocean), The Alchemist, Pharrell Williams, WondaGurl, Metro Boomin, Boi-1da, entre outros. O resultado final é um esforço elevado e coeso por parte do rapper, tornando o intervalo de cinco anos entre este álbum e ASTROWORLD valer a pena, garantindo o trabalho da carreira.

UTOPIA é lançado junto com um filme, intitulado ‘Circus Maximus’, escrito e dirigido pelo artista mesmo e produzido pela A24.

Pabllo VittarAFTER
(Sony Music)

Pabllo Vittar lança AFTER, álbum de remixes colaborativo (e proibidão) 100% composto de participações nacionais, dando continuidade à festa iniciada em NOITADA. O disco apresenta a mais pura fritação da música eletrônica, com contribuições de artistas como Filipe GuerraSiameseIrmãs de PauMC NaninhaJup do Bairro, CyberKills, Frimes, Pedro Sampaio, Siamese, além daqueles que já estavam na versão original, como Gloria GrooveMC CarolAnitta e muitos outros.