Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Be Your Own Pet, Ashnikko, Buck Meek, Hannah Georgas, SPELLLING, Ratboys, Victoria Monét e Islands.
• Be Your Own Pet – Mommy
(Third Man Records)
Nos anos 2000, a banda de punk rock Be Your Own Pet, liderada por um grupo de adolescentes, foi um dos principais destaques na cena de Nashville. No entanto, após apenas quatro anos de existência, eles se separaram em 2008 após o lançamento do EP Get Damaged. Agora, o grupo retorna com o álbum Mommy pelo selo de Jack White, Third Man Records, e demonstra estar pronto para um renascimento. O álbum é explosivo, repleto de distorção em suas faixas enérgicas e diretas, não perdendo o fôlego com guitarras nervosas e vocais ardentes de Jemina Pearl. O álbum traz um olhar mais maduro sobre a vida adulta, abordando temas como ter filhos e responsabilidades financeiras em faixas como “Goodtime!” e “Hand Grenade”. Além disso, trata de fantasias masculinas, enfrentamento do sexismo do início da carreira, autoconfiança em faixas como “Drive”, bem como uma emocionante balada chamada “Teenage Heaven”. Mommy apresenta uma abordagem refinada que une passado e presente, revelando uma série de retratos emocionais complexos através de uma fusão habilidosa entre autenticidade e elegância, refletindo a identidade única da banda.
• Ashnikko – WEEDKILLER
(Parlophone Records)
O álbum de estreia WEEDKILLER é uma coleção irresistível de músicas pop que aprimora o ousado estilo de mistura musical que tem caracterizado o trabalho de Ashnikko até o momento. Enquanto a aclamada mixtape de 2021, DEMIDEVIL, apresentava uma abordagem direta, enfrentando temas de revolução sexual e vingança, WEEDKILLER é mais alegórico. Funcionando como um álbum conceitual, situado em um futuro distópico, o universo do registro conta a história de uma civilização invadida e destruída por máquinas que se alimentam de matéria orgânica (“WEEDKILLER”). Nesse contexto, a protagonista busca vingança ao se tornar parte máquina, criando um comentário poético sobre desastre ambiental e a rápida evolução da tecnologia. Ao mesmo tempo, o álbum aborda questões do mundo real, incluindo empoderamento sexual (“You Make Me Sick!”, “Don’t Look At It”), guerra tecnológica e colapso ecológico (“Worms”). Cheio de vulnerabilidade crua, rebelião (“Cheerleader”) e liberdade sexual (“Miss Nectarine”), WEEDKILLER dá uma voz poderosa aos oprimidos (“Possession of a Weapon”). Destaque para as participações da multiartista peruana Daniela Lailta (na sensual “Super Soaker”) e Ethel Cain (na acústica e delicada “Dying Star”).
• Buck Meek – Haunted Mountain
(4AD)
Haunted Mountain é o terceiro álbum solo de Buck Meek, guitarrista do Big Thief. Com um repertório diversificado que abrange do indie pop ao country rock, e influências de artistas como Neil Young e Lucinda Williams, o registro explora temas como o amor romântico, memórias familiares (“Cyclades”), conexões (“Haunted Mountain”) e algo mais. Esse algo vai além do amor convencional, assumindo formas naturais (“Where You’re Coming From”), místicas (“Lagrimas” e “Undae Dunes” sobre um amor juvenil interrompido por um encontro com um OVNI) e cósmicas (“Paradise”). O amor é retratado como uma consciência que interage com os amantes, às vezes os observando e às vezes se tornando parte deles. O álbum explora diversas dimensões, indo além do romance tradicional (“Didn’t Know You Then”), , examinando a relação inquebrável entre mãe e filho (“Lullabies”) e prestando homenagem à lendária artista folk Judee Sill (“The Rainbow”), após o músico receber uma gravação dela como presente de sua família. Buck Meek acredita que ainda há canções de amor incríveis para serem escritas. Nas entrelinhas de Haunted Mountain, é possível sentir que o amor, em todas as suas formas, é o alicerce do lar, uma criação que parte de dentro para fora, eternamente permitindo que alguém encontre o outro.
• Hannah Georgas – I’d Be Lying If I Said I Didn’t Care
(Real Kind Records)
Vivendo isolada em um pequeno apartamento no centro de Toronto e sentindo-se constantemente restrita, Hannah Georgas tomou a decisão de mudar sua vida na cidade para uma casa de campo, onde transformou a casa em um estúdio. Embora tenha se orgulhado da colaboração com Aaron Desner (do The National) no álbum All The Emotion, sua confiança na música nessa nova e desafiadora realidade começou a enfraquecer. Ela percebeu que a única coisa em que poderia confiar era seu próprio talento e ética de trabalho. Sempre ambicionando produzir um álbum por conta própria, chegou o momento. Contando com a colaboração de seu parceiro Sean Sroka (do Ten Kills The Pack), que coproduziu o álbum e ajudou a equilibrar a produção orgânica e sintética, com guitarras indies envolventes, baterias dinâmicas e sutis sintetizadores. I’d Be Lying if I Said I Didn’t Care é a trilha sonora de uma jornada de catarse (“Fake Happy”) e autoconfronto (“What I Don’t Want”, “Not The Name You Say”), através de canções melancólicas sobre sentimentos perdidos e autenticidade (“Better Somehow”).
• SPELLLING – SPELLLING & The Mystery School
(Sacred Bones Records)
O projeto avant-pop SPELLLING, liderado pela cantora e compositora Chrystia Cabral, retorna com SPELLLING & the Mystery School, uma coleção de novas versões ricamente concebidas de músicas de sua discografia aclamada pela crítica. Gravadas com sua banda de turnê desde 2021, as faixas de estúdio retrabalhadas seguem a carreira fascinante de Cabral, desde sua estreia de grande sucesso Pantheon Of Me em 2017, passando pelo projeto multidimensional baseado em sintetizadores Mazy Fly em 2018, até seu terceiro álbum expansivo, The Turning Wheel, lançado em 2021. Enquanto as faixas originais eram caracterizadas por arranjos eletrônicos minimalistas, as novas versões dão nova vida às elaboradas orquestrações escritas e produzidas por ela mesma, capturando a essência sagaz das performances ao vivo com vocais mais precisos. A artista afirmou: “com este álbum, eu queria capturar as formas como essas músicas se transformaram. Elas são como minhas filhas, todas crescidas em diferentes estágios de suas vidas, e eu quero celebrar isso”.
• Ratboys – The Window
(Topshelf Records)
Ratboys tem gravado e lançado músicas por mais de uma década. The Window marca a primeira vez que eles viajaram para fora de sua base em Chicago para fazer um disco, indo para o Hall of Justice Recording Studio em Seattle para trabalhar com o produtor Chris Walla. As sessões com Walla (Death Cab for Cutie, Foxing) alcançaram o equilíbrio perfeito entre preparação e experimentação, injetando nova vida no estilo da banda de indie rock, com um toque sutil de americana. A formação consolidada do Ratboys expandiu sua visão no estúdio, adicionando elementos inesperados e instrumentos como rototoms, talkboxes e violinos. O resultado é o álbum mais sonoramente diverso, variando amplamente de faixa para faixa. Ele abrange desde refrões distorcidos de power pop em “Crossed That Line” e “It’s Alive!” até um caloroso toque country em “Morning Zoo” e um folk melancólico na faixa-título. Depois de mais de dez anos e quatro álbuns de estúdio, The Window captura o Ratboys de forma expansiva e íntima, ao mesmo tempo que ousada e delicada.
• Victoria Monét – JAGUAR II
(RCA Records)
A cantora e compositora de R&B Victoria Monét conquistou reconhecimento nos bastidores da música, escrevendo canções para artistas como Ariana Grande, Chloe x Halle, BlackPink, Nas, entre outros. Após lançar uma série de EPs, ela apresentou seu disco de estreia solo, intitulado JAGUAR II. O álbum é uma coleção de canções influenciadas pelos clássicos dos anos 60, prestando homenagem às estrelas da Motown, evidenciado por orquestrações que incluem seções de cordas, metais e sopros magníficas, notáveis em faixas como “Smoke” e “Goodbye”. Além disso, o registro incorpora elementos da música groove funk dos anos 70, notavelmente presente na empoderada faixa “Cadillac (A Pimp’s Anthem)”), bem como elementos contemporâneos, como na música “Alright”, produzida por KAYTRANADA, e na intimista “On My Mamma”, que utiliza o sample de “I Look Good” de Chalie Boy. O material apresenta uma abordagem sensual, luxuosa e nostálgica, inspirada em lendas como Earth, Wind & Fire e o jamaicano Buju Banton, que fazem aparições nas faixas “Hollywood” e “Party Girls”, respectivamente. JAGUAR II é mais uma demonstração da arte de Monét, que se personifica verdadeiramente como uma artista que se entrega completamente, além de ser uma compositora nata.
• Islands – And That’s Why Dolphins Lost Their Legs
(ELF)
Se o álbum anterior do Islands, Islomania de 2021, foi um sonho à la Saturday Night Fever, então o sucessor, And That’s Why Dolphins Lost Their Legs de 2023, assemelha-se a uma ressaca de domingo de manhã. Dando um salto significativo à frente e repleto de ganchos cativantes a cada virada, o nono disco se destaca como o registro mais sólido e articulado dos canadenses até o momento. Nick Thorburn e sua equipe conseguem capturar tanto a dor quanto a alegria de viver, enquanto simplificam musicalmente as coisas para seus elementos mais básicos: uma linha de baixo saltitante, uma batida animada e uma guitarra envolvente e persistente. Embora o álbum possa ser considerado a maior mudança musical, o DNA da primeira banda de Thorburn, The Unicorns, é claramente perceptível em músicas como “Headlines”, “Life’s A Joke” e “And All You Can Do is Laugh”. And That’s Why Dolphins Lost Their Legs, resultado de um processo meticuloso e cuidadosamente planejado ao longo de vários anos, mantém a colaboração produtiva de Thorburn com o Patrick Ford e apresenta produção em algumas faixas de Chris Coady (Beach House) e Mike Stroud (Ratatat).