Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Sufjan Stevens, Paramore, Dorian Electra, Hannah Diamond, Pitty, Georgia Gets By, Pangaea e Glasser.
• Sufjan Stevens – Javelin
(Asthmatic Kitty)
Javelin marca o retorno de Sufjan Stevens a uma abordagem mais tradicional e íntima em sua carreira solo, refletindo sobre o passado e fazendo perguntas sem respostas sobre o futuro. Depois de uma série de projetos diversificados, incluindo colaborações, trilhas sonoras de balé e um álbum de meditação lançado durante a pandemia, o artista retorna ao formato de álbum solo tradicional. Este é o seu primeiro disco verdadeiramente dedicado à composição e interpretação desde Carrie & Lowell. Cada faixa em Javelin começa de forma íntima e emocionante, com o som delicado de um violão acústico e o ritmo de um piano suave, crescendo em uma riqueza de arranjos cinematográficos, abordagens eletrônicas, trompas atmosféricas e coros angelicais. O trabalho explora temas como amor romântico (“A Running Start”, “My Little Red Fox”), sofrimento (“Will Anybody Ever Love Me?”, “Goodbye Evergreen”), términos (“So You Are Tired”), religião (“Everything That Rises”, “Javelin (To Have And To Hold)”) e autorreflexão (na épica de oito minutos “Shit Talk”) ao longo de suas dez faixas. Ele encerra com uma reimaginação da música de Neil Young (“There’s A World”), uma forma de reflexão e contemplação nos vocais frágeis de Stevens, que percebe “poder existir coisas boas no ar” após a jornada comovente e melancólica de Javelin.
• Paramore – Re: This Is Why
(Atlantic Recording)
O Paramore celebra o primeiro aniversário de seu álbum This Is Why com um relançamento. O grupo liderado por Hayley Williams apresenta Re: This Is Why, que eles descrevem como um “quase um álbum de remix” do registro anterior. Na versão do disco, cada um dos artistas convidados traz seu próprio universo musical para o mundo do Paramore. Isso inclui as guitarras com influências de discoteca e ritmos sincopados do Foals em “This Is Why”, o indie rock descontraído do Wet Leg em “C’est Comme Ça”, o pop psicodélico do Panda Bear em “Running Out Of Time”, o jazz experimental da dupla Domi and JD Beck em “Big Man, Little Dignity”, uma visão pop rock oitentista de Remi Wolf em “You First”, o gracioso e impactante indie rock de Julien Baker em “Thick Skull”, a estética de The xx adotada por Romy em “Liar”, entre outros. Além das colaborações cuidadosamente selecionadas pelo grupo, o disco ainda inclui a demo “Sanity”, a faixa mais fiel à identidade do Paramore, no repertório.
• Dorian Electra – Fanfare
(Dorian Electra)
Em Fanfare, Dorian Electra continua a mostrar sua amplitude musical robusta e teatral, combinando vocais distintos e agressivos com uma fusão caótica de rock (“Freak Mode”), emo (“Warning Signs”), música clássica (“Puppet”), produção glitch e pop do início dos anos 2000 (“Sodom & Gomorrah”, uma música sobre sexo anal com os samples de “Say It Right” de Nelly Furtado e “Dilemma” de Nelly e Kelly Rowland). Isso representa uma síntese das diversas influências presentes em seus projetos anteriores. Completamente independente, o terceiro álbum é uma exploração da fama (“Idolize”), da Internet (“anon”, sobre boatos obsessivos e fóruns de mensagens anônimas), do culto à celebridade (“Yes Man”), a sociedade moderna (“Manmade Horrors”) e da importância de viver a vida intensamente (“Lifetime”), abordando como a cultura dos fãs se tornou uma espécie de nova religião. Electra continua desafiando convenções musicais com um caos criativo único e oferecendo comentários satíricos, pertinentes e ousados sem restrições.
• Hannah Diamond – Perfect Picture
(PC Music)
A cantora, compositora, produtora e artista visual Hannah Diamond lança Perfect Picture, o sucessor de Reflections. Neste álbum, ela apresenta um autorretrato complexo, explorando sua ansiedade em relação à aparência e percepção pública (“Picture Perfect”), trazendo música pop eletrônica doce com a estética hyperpop do selo PC Music. Com batidas cativantes, ganchos pop e melodias inesperadas, a produção de David Gamson (Charli XCX, Kesha) integra elementos de chiptune, pop dos anos 2000 e K-Pop, além de trabalhar nos vocais frágeis de Diamonds com efeitos robóticos. Apesar do tom animador e cintilante das melodias, as canções são como confissões extraídas de um diário de uma garota da Geração Z e dos dias atuais sobre a pressão da cultura das críticas online e seus efeitos em nossa autopercepção (“Affirmations”), relacionamentos que costumavam ser próximos (“Flashback”), a aceitação das imperfeições (“Poster Girl”, “Lip Sync”) e a busca por autenticidade nas relações (“No FX”).
• Pitty – ADMIRÁVEL CHIP NOVO (RE)ATIVADO
(Deck)
A cantora baiana Pitty lança o álbum ADMIRÁVEL CHIP NOVO (RE)ATIVADO para celebrar duas décadas do disco original com o mesmo nome. Neste projeto comemorativo, ela convidou onze intérpretes para revisitar algumas de suas músicas mais icônicas, incluindo “Equalize”, “Teto de Vidro” e “Máscara”. O álbum é uma exploração do futuro do rock brasileiro, marcando a distância da artista de suas próprias composições e permitindo que outros nomes tragam novas interpretações às músicas. Diversos artistas participam: Emicida traz suas rimas para “Teto De Vidro”, Pabllo Vittar vem com uma base reggae e suas raízes de Batidão Tropical em “Equalize”, o trio Tuyo revela o seu pop atmosférico em “O Lobo”, a voz de Mc Carol brilha no rock sombrio em “Só de Passagem”, Céu incorpora sua post-tropicalia em “Emboscada”, Sandy assume a balada “Temporal”, Marina Peralta e o Rockers Control colocam uma pitada de reggae e dub em “I Wanna Be” e o lendário Ney Matogrosso traz maturidade para “Máscara”. O álbum, produzido pela artista e Rafael Ramos, é diversificado e oferece uma perspectiva plural em cada uma das versões, indo além dos limites tradicionais do rock.
• Georgia Gets By – Fish Bird Baby Boy
(Luminelle Recordings)
Georgia Nott, conhecida por fazer parte do duo de pop eletrônico BROODS, lança seu primeiro EP solo sob o nome Georgia Gets By.Para Fish Bird Baby Boy, a artista colabora com o compositor e produtor Noah Beresin (Christine & the Queens, Blood Orange) e trouxe amigos de sua longa carreira profissional, como Suzy Shinn (Weezer) e Seth Paris, para contribuir com a produção. O EP abrange uma variedade de estilos, desde baladas delicadas como “Oh Lana”, uma balada delicada e pessoal que explora o primeiro amor gay de Nott, até faixas com texturas ricas de folk e elementos de country, como “So Free So Lonely” e a faixa-título. “Happiness Is An 8 Ball” lembra os dramas de Julien Baker em suas obras recentes, enquanto “Easier to Run” é impulsionada pela guitarra e carrega um refrão grandioso sobre os amantes que preferem sumir do que se comprometer. As letras são universalmente interpretáveis, mas todas estão enraizadas nas experiências pessoais de Nott, demonstrando seu talento único na composição, onde guitarras e violões cativantes coexistem com canções folk e pop emotivas.
• Pangaea – Changing Channels
(Hessle Audio)
Changing Channels é o segundo álbum de Pangaea, também conhecido como o produtor de música eletrônica Kevin McAuley, marcando seu retorno desde o álbum de estreia, In Drum Play, de 2016. O registro consiste em sete faixas galopantes, contagiantes e hipnóticas, que destacam sua habilidade em criar músicas experimentais e impactantes. As faixas, testadas em apresentações como DJ internacional e desenvolvidas durante um período de introspecção, apresentam grooves poderosos e cativantes, combinando elegância e robustez. A música de Pangaea sempre carrega uma atmosfera crepuscular, e este álbum mantém essa característica, com uma sensação de calor que permeia a escuridão, como é evidenciado nas modulações hipnóticas da faixa-título e nos padrões de piano de brinquedo e mudanças de tom em em “Hole Away”, que sugerem elementos do clássico garage do Reino Unido.
• Glasser – Crux
(One Little Independent Records)
Glasser, o projeto de música eletrônica de Cameron Mesirow, retorna com seu terceiro álbum de estúdio altamente antecipado e o primeiro em uma década, intitulado Crux. O registro explora uma intrigante mistura de pop experimental onírico e eletrônica em camadas, abordando temas como identidade pessoal, vulnerabilidade emocional e a experiência humana. Suas músicas mergulham na morte de um antigo amigo (“Easy”), refletem sobre a fragilidade da vida (“Drift”) e exploram a delicadeza dos relacionamentos em tempos incertos (“All Lovers”). Além disso, o álbum enfatiza a importância da criatividade e da escrita como parte do processo de cura, ao mesmo tempo em que promove a introspecção e a análise de questões como luto, ansiedade e inseguranças pessoais. Musicalmente, Crux expande seus horizontes ao incorporar elementos da música folk tradicional, incluindo influências celtas que se conectam às raízes escocesas da artista, bem como estilos do leste europeu. Tudo isso é integrado à produção atmosférica, harmonias vocais intricadas e ritmos enigmáticos que caracterizam o material.