6 discos para ouvir hoje: Kali Uchis, Marika Hackman, The Vaccines, Bill Ryder-Jones e mais

Kali Uchis / Divulgação

Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Kali Uchis, Marika Hackman, The Vaccines, Kid Cudi, Bill Ryder-Jones e Nailah Hunter.

Kali UchisORQUÍDEAS
(Geffen)

O álbum ORQUÍDEAS, nomeado em homenagem à flor nacional da Colômbia, é uma celebração das raízes ancestrais de Kali Uchis. O projeto abrange diversos gêneros latinos, como dembow, bolero, trap, salsa e reggaeton, sendo o mais ambicioso sonoramente até o momento ao explorar elementos influenciados pelo dance dos anos 90 (“¿Cómo Así?”), disco (“Pensamientos Intrusivos” e “Igual Que Un Ángel” com Peso Pluma) e balada synth soul (“Perdiste”). Ao longo do álbum, Uchis mantém-se em sua zona de conforto, com sintetizadores brilhantes, linhas de baixo envolventes e uma atmosfera sedutora em seu vocal soul em faixas como “Igual Que Un Ángel” e “Heladito”, além de abraçar sua feminilidade divina em “Diosa”. Com participações especial do rapper dominicano El Alfa e JT, das City Girls, na dembow “Muñekita”, a artista celebra a autoconfiança e a sensualidade feminina, apresentando uma mulher confiante que não tem medo de expressar seus desejos. Em colaboração com a cantora KAROL G, no regaetoon “Labios Mordidos”, as artistas se revelam mulheres com atitude confiante e poderosa, enfatizando a capacidade de atrair a atenção de todos ao seu redor. Além disso, ao revisitar a faixa “No Hay Ley” com Rauw Alejandro, o álbum continua a destacar temas de autoconfiança e empoderamento. No bolero “Te Mata”, explora a ideia de deixar um relacionamento tóxico, caracterizado por negligência constante. Tematicamente, ORQUÍDEAS é um álbum otimista, romântico e sedutor, apresentando uma rica variedade de ritmos.

Marika HackmanBig Sigh
(Chrysalis Records)

Big Sigh, o quarto álbum de estúdio de Marika Hackman, é o resultado de sua mente após o fim do isolamento causado pela pandemia. O álbum reúne o melhor de suas obras anteriores, adicionando uma nova camada de sons épicos com sintetizadores distorcidos e instrumentações orgânicas, com a colaboração dos produtores Sam Petts Davies (Frank Ocean, Radiohead) e Charlie Andrew (Alt-J, Wolf Alice). Hackman explora uma variedade de temas, desde ataques de pânico e ansiedade em “No Caffeine” até relações tóxicas em que tem dificuldade de se libertar em “Hanging”. O álbum também aborda a intensidade de um novo relacionamento em “Slime” e incorpora momentos de luto e melancolia, como em “The Lonely House”, uma faixa instrumental serena no piano. A jornada emocional culmina na última faixa, “The Yellow Mile”, uma música folk onde Hackman encontra conforto. Big Sigh destaca a coragem de enfrentar sentimentos sombrios, como evidenciado em “Please Don’t Be So Kind”, revelando uma honestidade emocional e crua.

The VaccinesPick-Up Full Of Pink Carnations
(Thirty Tigers)

The Vaccines retorna com seu sexto álbum de estúdio, Pick-Up Full of Pink Carnations. Depois de explorar o pop eufórico e nostálgico dos anos 80 no álbum anterior, Back in Love City, o grupo volta com um pop de guitarra inspirado nos anos 60 filtrado através de uma lente de new wave em faixas como “Discount De Kooning (Last One Standing)”. O título é uma referência a uma letra mal interpretada da música “American Pie”, de Don McClean (“I was a lonely teenage broncin’ buck / with a pink carnation in a pick-up truck”), uma música que, para o vocalista Justin Young, evoca a morte da inocência e do Sonho Americano. O vocalista Justin Young, após se mudar para Los Angeles, teve que lidar com a desilusão que surge quando expectativas, sonhos e realidade não se alinham. Apesar de ser um álbum sobre reconciliação com a perda em faixas como “Heartbreak Kid”, “Lunar Eclipse” e “Sunkisses”), Pick-Up Full of Pink Carnations transborda gratidão pelas pessoas e lugares que um dia amamos em músicas como “The Dreamer” e “Discount De Kooning (Last One Standing)”. O álbum marca o retorno ao formato indie rock enérgico e animador dos britânicos, com uma sensação de novidade.

Kid CudiINSANO
(Republic Records)

Inspirado pelo tempo passado com os fãs durante a turnê mundial To The Moon do ano passado, Kid Cudi encantou o público ao adiar a aposentadoria para dar a eles um álbum que reflete a alegria indomada que ele está vivenciando em sua vida, como apresentado pelo single eufórico “Porsche Topless”. INSANO inclui faixas previamente lançadas, como “At The Party” com Pharrell Williams e Travis Scott, além de colaborações notáveis, como “Seven” com Lil Wayne, “Rager Boyz” com Young Thug e uma participação póstuma de XXXTentacion em “X & Cud”, além de um sample de Ace of Base em “Electrowavebaby”. Mais uma vez, Cudi eleva a cultura com um material imprevisível, impulsionado por sua incrível habilidade de naturalmente abrir caminho e quebrar barreiras com seu hip hop alternativo interdimensional.

Bill Ryder-JonesIechyd Da
(Domino)

O ex-guitarrista do Coral decidiu animar-se depois que uma tia de 70 anos disse a ele que sua música era muito sombria, e Iechyd Da (“boa saúde” em galês) é o resultado disso. É um álbum enraizado em dificuldades e perdas (“Christinha”, “A Bad Wind Blows in My Heart pt. 3”), mas com uma perspectiva positiva e um coração genuíno (“If Tomorrow Starts Without Me”) com uma estética acústica nostálgica em que o músico desliga a eletricidade para escrever um disco mais orgânico. Às vezes alegre e grandioso, em outros momentos íntimo e comovente, os últimos anos dedicados à produção de outros artistas proporcionaram um empurrão suave para explorar novos territórios, incluindo coros infantis (“We Don’t Need Them”), cordas sinfônicas (“I Hold Something In My Hand”) e samples de disco dramaticamente recontextualizados que transformam melancolia em pura inspiração. Ele explora a herança pop melódica de sua cidade natal, Merseyside, mas também incorpora referências a Lou Reed, ao livro ‘Ulisses’ de James Joyce (“… And The Sea…”), à banda de soul dos anos 1970 Flashlight e à cantora brasileira Gal Costa, sampleando “Baby” em “I Know That It’s Like This (Baby)”.

Nailah HunterLovegaze
(Fat Possum Records)

A multi-instrumentista e compositora baseada em Los Angeles, Nailah Hunter, tem gravado músicas místicas inspiradas em folk e ambiente desde 2019. Agora, sob contrato com a Fat Possum, Lovegaze é o álbum de estreia de Hunter, uma obra art-pop envolvente que atrai os ouvintes para sua cosmologia encantadora. Associando o instrumento à fantasia, psicodelia e mundos dos sonhos, Hunter evoca nomes como FKA twigs, Björk e Zola Jesus. “Finding Mirrors”, o single principal do registro e com produção de Cicely Goulder, é um art-pop meditativo conduzido por sintetizadores, drum machines e os vocais angelicais da artista, na qual questiona autenticidade, autoavaliação e busca por significado na vida. Já “Strange Delights” traz Hunter expressando sentimentos de nostalgia com um toque de melancolia com uma produção sinistra que funciona como um testemunho da resiliência do mundo natural. Lovegaze é um testemunho envolvente da resiliência do mundo natural trilhado por uma sonoridade mágica e deslumbrante.