6 discos para ouvir hoje: Brittany Howard, Ducks Ltd., Helado Negro, Pouty e mais

Brittany Howard / Bobbi Rich

Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Brittany Howard, Ducks Ltd., Helado Negro, Chelsea Wolfe, Pouty e Rosie Frater-Taylor.

Brittany HowardWhat Now
(Island Records)

No seu segundo disco solo, sucessor de Jaime, a cantora e compositora Brittany Howard reflete sobre a incerteza do mundo atual. Conhecida como líder da banda de blues rock Alabama Shakes, ela explora temas como relacionamentos, cura e autoconhecimento, enquanto todos tentam manter suas almas em meio a um mundo cada vez mais extremo. What Now é uma emocionante e versátil exploração que passa pelo jazz (“Earth Sign”), R&B, neo soul (“I Don’t”), house (“Prove It To You”) e metal. Refletindo maturidade e autoconfiança, Brittany Howard apresenta vocais oníricos em canções melancólicas (“To Be Still”), esperançosas (“Another Day”) e variações do amor (“Red Flags”“What Now” que soa como uma colaboração dos sonhos de Chaka Khan, Fela Kuti e Prince). Com colaborações inspiradoras de sua talentosa banda e do produtor Shawn Everett (Kacey Musgraves, SZA), Howard abraçou a espontaneidade no processo criativo, permitindo que a música evoluísse naturalmente. O álbum é introspectivo e expansivo, escapando de categorizações de gênero e expressão específica, destacando-se por sua qualidade e ambição.

Ducks Ltd.Harm’s Way
(Carpark Records)

O duo canadense de indie pop Ducks Ltd. cria músicas charmosas e frenéticas para momentos de sobrecarga na vida. Apesar de suas músicas parecerem leves à primeira vista, há uma ansiedade palpável por baixo, transmitindo algo mais profundo sobre a existência cotidiana. Em Harm’s Way, sucessor da estreia Modern Fiction, TTom McGreevy e Evan Lewis focam em colapsos interpessoais e sociais, decadência urbana e na quase impossibilidade de manter a calma quando tudo ao seu redor parece desmoronar. O registro é mais latente, com guitarras nostálgicas (“A Girl, Running”) e melodias cuidadosamente animadas (“Train Full of Gasoline”), desde a abertura power pop “Hollowed Out”, passando pela acelerada “The Main Thing” e o desfecho sereno e agridoce de “Heavy Bag”, combinando o som clássico dos anos 80 e início dos 90 com uma sensibilidade contemporânea.

Helado NegroPHASOR
(4AD)

No seu 39º aniversário, em 2019, o cantor e compositor latino-americano de pop experimental Roberto Carlos Lange (a.k.a. Helado Negro) teve uma experiência marcante com a máquina SAL MAR na Universidade de Illinois, que gerou ideias para seu álbum PHASOR. Essa máquina complexa de síntese musical, com um cérebro de supercomputador vintage e osciladores analógicos, inspirou o artista e se tornou fundamental em seu processo criativo. O álbum reflete sua busca por constante curiosidade e exploração do processo criativo, enquanto também é uma homenagem ao retorno à vida após o período de isolamento durante a pandemia, relembrando a sensação de estar ao ar livre novamente (“LFO (Lupe Finds Oliveros)”). Seu estilo eletrônico acústico e cósmico, combinado com letras em espanhol e inglês, transmite uma sensação de conforto (“I Just Want To Wake Up With You”) e introspecção (“Best For You and Me”) em temas de perda, dor, momentos disruptivos e decisivos da infância quanto sua vida atual. PHASOR é uma coleção coesa, profunda e atmosférica, alinhada com trabalhos anteriores de Lange, mas também representa uma evolução em sua sonoridade e curiosidade tecnológica (como revelada na odisseia eletrônica de “Wish You Could Be Here”).

Chelsea WolfeShe Reaches Out To She Reaches Out To She
(Loma Vista)

She Reaches Out To She Reaches Out To She, é um processo de renascimento. É uma declaração poderosamente catártica sobre cortar laços, além de ser um lembrete importante de que tudo o que fazemos está conectado de alguma forma. Conhecida por sua música sombria e eclética que atravessa o folk, doom e industrial, a artista mergulha mais profundamente na música eletrônica em seu sétimo álbum. Trabalhando com seus colaboradores habituais e o produtor Dave Sitek (TV on the Radio), Wolfe cria um som envolvente e sinistro, que lembra o trip hop dos anos 90 em faixas como “Salt” e “Everything Turns Blue”, evocando nomes como Tricky e Portishead.

PoutyForgot About Me
(Get Better Records)

Rachel Gagliardi, conhecida como Pouty, lança seu álbum de estreia, Forgot About Me. Pouty teve início em 2013, quando Gagliardi e Michelle Zauner (Japanese Breakfast) colaboraram em um projeto de música solo por dia. Na época, Gagliardi fazia parte da dupla de punk Slutever, cujas músicas insolentes continuam a cativar novos públicos nas redes sociais. Mais tarde, ela se juntou ao Upset, que contava com ex-membros do Hole e Vivian Girls. Agora, com seu pop punk incandescente com influências dos anos 90 e início dos anos 2000, apesar da alegria evidente em algumas faixas, como “TV on TV”, há também um caos não resolvido na vida de Gagliardi, refletido em faixas como “I Can’t See It” e “Denial Is A Heavy Drug”. As nove faixas abordam uma série de realizações sobre desejo, autossabotagem, negação, aceitação e envelhecimento, cercadas por um rock agressivo (“Salty”) e pura delicadeza (“Bridge Burner”).

Rosie Frater-TaylorFeatherweight
(Cooking Vinyl)

A britânica Rosie Frater-Taylor é reconhecida como uma virtuosa da guitarra e uma vocalista com uma ampla gama emocional e profundidade, influenciada por nomes como PJ Harvey, Joni Mitchell, Kate Bush, John Mayer, Meshell Ndegeocello, St. Vincent e Madison Cunningham. Featherweight marca uma mudança estilística, misturando habilmente rock, pop alternativo, neo soul, jazz contemporâneo e folk, além de uma versão repaginada da clássica “No Scrubs” do TLC, enquanto aborda temas como autorreflexão, vulnerabilidade e raiva. O álbum é uma homenagem às contradições e batalhas internas que surgem ao lidar com questões complexas de gênero, identidade, amor e relacionamentos.