8 discos para ouvir hoje: Charli XCX, Peggy Gou, KAYTRANADA, Alfie Templeman e mais

Charli XCX / Divulgação

Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Charli XCX, Peggy Gou, KAYTRANADA, Alfie Templeman, L’Impératrice, Aloe Blacc, Actress e Solarrio.

Charli XCXBRAT
(Atlantic)

BRAT, sexto álbum de estúdio da inglesa Charli XCX, é uma montanha-russa sonora, alternando entre faixas vertiginosas e baladas introspectivas. O disco é moldado nos trabalhos anteriores da artista, com seu synthpop distorcido e hyperpop bombástico, mas com um retorno às suas raízes de rave no Reino Unido. Nas letras, a artista revela uma identidade mais madura ao cantar sobre os perigos da fama e inseguranças na indústria (“Rewind”), pensamentos sombrios, enquanto luta para encontrar controle e paz em meio a essa tempestade emocional (“Sympathy is a knife”) e as preocupações e reflexões sobre o futuro (“I Think About It All The Time”). Em “Club Classics” detalha a empolgação de uma noite de balada ao som de uma batida rave – e dançar ao som de seus seus ídolos / amigos (A.G. Cook, SOPHIE e Hudson Mohawke), na eletroclash “Von Dutch”, Charli reconhece ser o centro das atenções, enquanto “Talk Talk” e “Apple” resgatam suas origens no eletropop. “Everything is romantic” começa com cordas cinematográficas e versos acelerados antes de ser impulsionada por uma batida de funk brasileiro e industriais, “B2b” é hard techno e acid house em que ela explora a complexidade emocional de deixar para trás um relacionamento passado e “So I” é uma balada pulsante e devastadora que entrelaça a faixa “It’s Okay to Cry”, de SOPHIE, em que Charli expressa um sentimento avassalador de arrependimento ao pensar em sua amiga e colaboradora que faleceu em 2021. BRAT é o testamento de que Charli XCX, com sua sonoridade ímpar, moldou a música pop da nossa geração.

Peggy GouI Hear You
(XL Recordings)

Depois de cinco anos e uma série de singles cada vez mais bem-sucedidos, a artista, produtora e DJ sul-coreana Peggy Gou lança seu álbum de estreia, I Hear You. O trabalho é moldado principalmente pelo house dos anos 90 (“(It Goes Like) Nanana”), clássicos pop que definiram o som das Ilhas Baleares (“I Go”) e hinos rave (“Back to One”). A criatividade de Gou transparece em faixas como “All That“, com a participação da rapper porto-riquenha Villana Antillano, na incursão de drum ‘n’ bass lliderada pelo gayageum, um instrumento de cordas tradicional coreano, em “Peggygou (서울시페기구)” e na colaboração com Lenny Kravitz em “I Believe In Love Again”, um hino atemporal com influências de R&B e da cena rave dos anos 90, no qual os artistas expressam a crença na redescoberta do amor.

KAYTRANADATIMELESS
(RCA Records)

Após o lançamento do álbum colaborativo KAYTRAMINÉ com o rapper Aminé no ano passado, o produtor canadense KAYTRANADA retoma os trabalhos com TIMELESS, seu terceiro álbum e o primeiro projeto completo em cinco anos. Com sua combinação de house, hip hop, R&B e outros gêneros musicais, grande parte da excelência do registro encontra-se nas colaborações especiais de nomes como Childish Gambino (com uma batida dançante em “Witchy”), Tinashe (“More Than A Little Bit”), PinkPantheress (“Snap My Finger”), Charlotte Day Wilson (“Still”), Dawn Richard (“Hold On”) e Thundercat (“Wasted Words”). KAYTRANADA está no seu melhor quando utiliza as forças vocais de seus colaboradores – seja combinando uma entrega cativante com uma linha percussiva envolvente (“Do 2 Me” com Anderson .Paak e SiR) ou usando a voz para marcar uma mudança de tom e ritmo (no breakbeat hipnótico “Drip Sweat” com Channel Tres e que tem como base o sample de “Think (About It)” de Lyn Collins e o tema de R. D. Burman para o filme indiano ‘BOND 303′). “Seemingly” usa vocais e linha de baixo de “Holding You, Loving You” de Don Blackman, “Pressure” traz uma sonoridade jazz futurista e “Stepped On” é um synthpop com vocais do próprio artista. TIMELESS prova que a produção de KAYTRANADA é, e continua, atemporal e única.

Alfie TemplemanRadiosoul
(Chess Club Records )

Radiosoul, segundo álbum de estúdio do cantor, compositor e multi-instrumentista Alfie Templeman, é uma suíte ambiciosa de faixas que mostram uma nova direção ousada de acid pop para o polímata nascido em Bedfordshire. O disco conta com muitas inspirações diferentes: o riff de guitarra “Beckham” foi inspirada por “Diagonals” do Stereolab“Hello Lonely” traz uma mistura de MGMT e Dua Lipa, “Eyes Wide Shut” foi influenciada por Prince e Talking Heads, misturado com um trecho de seu diário, e “Just a Dance” é um dueto indie pop com disco groove harmonioso na companhia do lendário guitarrista e produtor Nile Rodgers. É um trabalho de autodescoberta, que transita entre gêneros com facilidade e destaca uma nova incisividade e humor ácido na letra de Templeman, mantendo o senso de alegria que definiu seus lançamentos anteriores. É o disco de um talentoso compositor que verdadeiramente está encontrando seu próprio estilo.

L’ImpératricePulsar
(microqlima)

O sexteto francês L’Impératrice lança seu terceiro registro de estúdio, sucessor de Tako Tsubo, inspirado nos fenômenos astronômicos das estrelas de nêutrons, também conhecidas como pulsares, que continuam a brilhar intensamente muito tempo após sua morte. Neste trabalho, o grupo evolui de um ato french house, transitando entre o hip hop, krautrock, funk, disco, deep house e música pop. Ao longo de 10 faixas, a banda movimenta-se livremente e autoritariamente entre os sons que amam, refletindo sua jornada de autodescoberta e crescimento artístico. Pulsar é o primeiro álbum a contar com vocalistas convidados, incluindo Maggie Rogers (na elegante “Any Way”), o rapper Erick the Architect (na enérgica “Sweet & Sublime”) e Fabiana Martone (na italo disco “Danza Marilù”). Pulsar é um álbum coeso e completo, que captura a essência plena da banda.

Aloe BlaccRock My Soul: Volume I
(Grand Scheme Productions, Inc.)

O astro da música Aloe Blacc lança um projeto de covers de conhecidas músicas de rock, no qual coloca seu toque soul para reimaginar e dar nova vida a clássicos amados dos anos 90. Rock My Soul: Volume I apresenta cinco faixas meticulosamente selecionadas: “Don’t Speak” do No Doubt, “Lithium” do Nirvana, “Under The Bridge” do Red Hot Chili Peppers, “When I Come Around” do Green Day e o clássico “Black Hole Sun” do Soundgarden. Cada música é reimaginada através da lente soul de Aloe Blacc, proporcionando aos ouvintes uma nova abordagem desses clássicos atemporais. Suas interpretações honram as composições originais ao mesmo tempo em que as infunde com seu estilo característico e profundidade emocional.

ActressStatik
(Smalltown Supersound)

A colaboração entre o projeto de música eletrônica experimental Actress, criado pelo produtor Darren J. Cunningham, e renomados criadores sonoros de Oslo desenvolveu-se organicamente após o artista remixar uma música de Carmen Villain no álbum Only Love From Now On. Nesse espírito, todo o projeto Statik, desde a concepção até a criação e lançamento, foi realizado com uma liberdade quase sobrenatural. Para Actress, que escreveu a maior parte de seu novo álbum sutilmente majestoso em um estado de fluxo profundo, o projeto serve como um testemunho coerente de libertação artística. Como resultado, Statik é impregnado por um sentimento de liberdade e tranquilidade. Esse tipo de paz no movimento artístico surge nos estados mais profundos de fluxo. Ao se imergirem na experiência de Statik, os ouvintes podem sentir uma renovada sensação de calma e meditação.

SolarrioAll The Wrong Places
(Playel Records)

David Barenboim (a.k.a. Solarrio) lança seu álbum de estreia, All The Wrong Places, uma fusão de R&B e funk dos anos 80 com um toque moderno. O disco, produzido pelo próprio artista, conta com colaborações de Holland Izz, Dusty G Fuller, Lenka Shockely e Nnaji, resultando em faixas ecléticas e inovadoras. Criado em Los Angeles e Berlim, o trabalho oferece uma experiência movida a sintetizadores, batidas dinâmicas e ritmos envolventes, com uma atmosfera cinematográfica que evoca cores vivas e emoções sinceras. Com ritmos acelerados, grooves funky e letras honestas, cada faixa mescla melodias contagiantes com narrativas bem elaboradas.