Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Foals, Perfume Genius, Hercules & Love Affair, TOVI, Alice Merton, Nova Twins, Alanis Morissette, Will Joseph Cook e RY X.
• Foals – Life Is Yours
(Warner Music)
O Foals toma uma nova e eletrizante direção no álbum Life Is Yours, a continuação do triunfante Everything Not Saved Will Be Lost – lançado em duas partes – que provou ser um apogeu fundamental na história da banda. O sétimo disco de estúdio da turma de Yannis Philippakis parece uma evolução natural para a banda. São guitarras tingidas com a atmosfera das discotecas (“The Sound”), ritmos sincopados cingidos, experimentos de grooves da África Ocidental (“Flutter”) e ganchos insistentes ecoando suas raízes como fornecedores do caos para acordar do pesadelo que se tornou a pandemia (“Wake Me Up”), mas com um pressentimento de felicidade e nostalgia (“Looking High”). É um disco tematicamente escapista que está perfeitamente em sintonia com a atmosfera predominante deste momento – uma celebração de afirmação da vida enquanto o mundo está reunido (“2am”). O resultado é uma celebração ao renascimento com um tom existencial que todos os momentos bonitos são inevitavelmente fugazes (“Wild Green”).
• Perfume Genius – Ugly Season
(Matador Records)
O brilhante Mike Hadreas (a.k.a. Perfume Genius) apresenta o álbum Ugly Season, o sucessor do aclamado Set My Heart On Fire Immediately, como uma trilha sonora encomendada para a peça de dança imersiva da coreógrafa Kate Wallich, ‘The Sun Still Burns Here’. O álbum, mais um trabalho ambicioso na carreira do músico, é um grande exercício de composições predominantemente instrumentais (“Just a Room”, “Teeth”) e experimentais (no dub reggae de “Ugly Season”, industrial noize jazz de “Hellbent” e a épica “Eye in the Wall”) na abundância de sons triunfantes coordenados pelo vocal em falsete e murmurado de Hadreas. Cada canção é escoltada de uma emoção enigmática ao evitar a narrativa convencional. Desde a instrumental “Scherzo” ao título imediato de “Pop Song”, Ugly Season simboliza uma obra notável e ousada para o legado do artista.
• Hercules & Love Affair – In Amber
(BMG)
O Hercules & Love Affair retorna com o álbum In Amber, o primeiro registro em cinco anos do projeto de Andy Butler e que marca o retorno da parceria com ANOHNI – com quem lançou o hit “Blind” no disco de estreia de 2008 – em uma série de canções, além de colaborações especiais de Budgie (do Siouxsie and the Banshees, The Creatures), a cantora islandesa Elin Ey e o multi-instrumentista Reinhard Vanbergen Artist. Da encantadora faixa de abertura (“Grace”) com ares de uma produção do The National, passando pelas batidas industriais de “Killing His Family” e pelo house sombrio de “One”, o quinto registro de Butler é dramático e vigoroso nas letras repletas de iconografia cristã militarizada (“Christian Prayers”, “Poisonous Storytelling“) e conceitos sobre morte, amor e renascimento.
• TOVI – I Keep Floating Away
(TOVI)
Em sua estreia I Keep Floating Away, a artista de synthpop canadense Rebecca Emms (a.k.a. TOVI) alimenta o repertório de música pop noir e fosca com batidas do hip hop, sintetizadores céleres e guitarras ameaçadoras (“Money On My Mind”) com uma melancolia etérea de Lana Del Rey e atmosfera espirituosamente sombria do Gorillaz. Com números dramáticos e hipnóticos que ressoam como canções de ninar (“Mad Melancholia”), latejantes para afastar pessoas tóxicas (“I Don’t Think We Can Be Friends”) e manifestações sobre um futuro incerto (“Progress”), Emms surge com um material repleto de personalidade e diferentes emoções ao expor uma identidade própria. A produção do registro é assinada por Josh Korody (Breeze, Nailbiter) com masterização de Jesse F Keeler (Death From Above 1979, MSTRKRFT).
• Alice Merton – S.I.D.E.S.
(Paper Plane Records)
Após o álbum de estreia de Alice Merton, Mint, com o sucesso internacional “No Roots”, a artista alemã está de volta com S.I.D.E.S.. Os singles que apresentaram o material – incluindo “Vertigo”, “Same Team” e “Island” – viram a artista dar um grande salto em sua visão artística e confiança. A voz e o alvoroço pelo pop alternativo que primeiro encantaram os fãs, com reminiscências do Florence and the Machine, permanecem no centro do seu som, mas são ousados em acenos do indie, eletrônica, rock alternativo e synthpop. São hinos confiantes contrastados com baladas suaves. ‘S.I.D.E.S.’ mostra Merton maculando os limites entre a energia do rock corrente e as tendências do pop em uma série de composições sobre conflitos pessoais (“Blindside”) e profissionais durante o confinamento causado pela pandemia do COVID-19.
• Nova Twins – Supernova
(Marshall)
Depois de lançar o álbum de estreia aclamado pela crítica em 2020, Who Are the Girls?, o duo inglês do Nova Twins, de Amy Love e Georgia South, retorna com Supernova. Com a emocionante amálgama de punk, baixos retorcidos, metal e euforia eletrônica, as garotas rompem as fronteiras e aversões do que o rock necessitaria ser. São canções com intensa atitude fabricadas em riffs de guitarras soberanos com refrões pop (“Antagonist”) no combo de garage rock, rave rock (“Choose Your Fighter”), eletro punk (“Cleopatra”, escrita no auge do movimento Black Lives Matter), hip hop / rap (“K.M.B.”) e emo (“Toolbox”) que outorgam o grupo em uma fúria ímpar nas produções colossais.
• Alanis Morissette – the storm before the calm
(Thirty Tigers)
Alanis Morissette lança o primeiro álbum de meditação com o título de the storm before the calm. Como o próprio nome indica e as declarações da artista confirmam, o projeto é voltado para o relaxamento e a tranquilidade. O projeto, visando elevar o espírito dos ouvintes a um lugar recofortante numa jornada introspectiva, foi totalmente desenvolvido pela cantora em parceria com Dave Harrington (do Darkside). Embora sem letras e com instrumentais intensos, o talento de Morissette para as palavras está presente em cada um dos títulos das músicas e nas paisagens sonoras receptivas.
• Will Joseph Cook – Every Single Thing
(Dorado Records)
Will Joseph Cook faz música que vai colocar um sorriso em seu rosto. O terceiro álbum do sonhador indie pop, Every Single Thing, é um exercício de alegria. Uma coleção de canções de amor descaradas (“Kisses”) que são um lembrete fervescente e enérgico para valorizar o presente. As dez músicas meticulosamente elaboradas são uma celebração do amor que reconhece a jornada muitas vezes tumultuada que a vida pode nos levar (“Little Miss”). Em Every Single Thing, Joseph Cook encontra inspiração na tradição de escrever músicas para e com alguém especial em mente acompanhado de guitarras animosas, teclados luminosos, palmas afetuosas e versos fascinantes.
• RY X – Blood Moon
(BMG)
Através de 13 músicas belamente arranjadas, o australiano Ry Cuming avalia os relacionamentos que experimentou ao longo dos anos, escrevendo de um lugar que é, claramente, incrivelmente pessoal. Blood Moon é um álbum que vê RY X abrindo novos caminhos muito organicamente e mantendo a autenticidade de sua arte pop etérea e lo-fi. Aventura-se valentemente em territórios desconhecidos, com novas paletas de sons e floreios na produção, mas mantém a honestidade crua, com canções cercadas de lamentos de um coração partido e questionamentos existenciais (“Your Love”, “Spiral”) ou da masculinidade tóxica ao divino feminino, que estabeleceu uma conexão célebre nos trabalhos anteriores.