6 discos para ouvir hoje: Jungle, Noname, Laura Groves, Clarice Falcão e mais

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Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Jungle, Noname, Andrew Hung, The Hives, Clarice Falcão e Laura Groves.

JungleVolcano
(Caiola Records)

Produzido pelo duo londrino, composto por Josh Lloyd-Watson e Tom McFarland, o quarto álbum do Jungle apresenta uma produção inovadora e vanguardista, indo desde ritmos deslocados e complexos até sintetizadores envolventes e melodias de funk soul (“Back On 74”), resultando em um trabalho atual, porém profundamente atemporal. Desta vez, eles buscaram incluir uma variedade mais ampla de vozes no álbum e não assumem mais os papéis de vocalistas, algo que afirmam ter sido desconfortável no passado. Isso resultou em um trabalho eufórico e alegre para as pistas de dança, com homenagens a gêneros como o dancehall (“Problemz”, “Every Night”). Além de Erick The Architect (“Candle Flame”), eles se reuniram com o rapper Bas (que já havia participado do single “Romeo” de Loving In Stereo) na faixa “Pretty Little Thing”, e também contaram com talentos como Roots Manuva (“You Ain’t No Celebrity”), Channel Tres (“I’ve Been In Love”) e Mood Talk (“Don’t Play”). Ao explorar uma nova gama de gêneros e estilos musicais, as reviravoltas inesperadas de Volcano colocam o Jungle no auge de sua constante evolução.

NonameSundial
(AWAL Recordings)

Após cinco anos do lançamento do álbum de estreia, Room 25, a rapper, poetisa e produtora Noname retorna com o álbum Sundial. Inicialmente, a artista planejava lançar um álbum intitulado Factory Baby em 2019, mas descartou esse projeto, escrevendo nas redes sociais na época que poderia até desistir da música. Com 10 faixas e duração um pouco acima de 30 minutos, o álbum mantém uma variedade de influências musicais, incluindo bossa nova, jazz, soul e hip hop, para abordar questões raciais (“black mirror”) e de identidade (“gospel?”). Além disso, o trabalho destaca sua própria vulnerabilidade (“boomboom”) e faz críticas a figuras públicas como JAY-Z, Beyoncé, Rihanna e Kendrick Lamar, devido à associação com o Super Bowl e sua celebração das forças armadas dos EUA (“namesake”). O ex-presidente Barack Obama também não é poupado por suas ações militares em “hold me down”. conta com participações especiais, incluindo aparições billy woods, Common, Jay Electronica, Eryn Allen Kane, Jimetta Rose, The Voices of Creation, Ayoni, entre outros.

Andrew HungDeliverance
(Lex Records)

Andrew Hung, reconhecido por suas colaborações com o Fuck Buttons e Beth Orton, lança seu terceiro álbum de estúdio intitulado Deliverance. Sua voz profundamente emotiva é envolvida por redemoinhos de elementos eletrônicos crescentes, guitarras distorcidas e ritmos intensos, com influências de Depeche Mode e Bauhaus (“Too Much”), em composições que abordam temas como conflito, transformação, pertencimento (“Find Out”) e isolamento. Deliverance revela que Hung realça um aspecto que sempre esteve presente em sua música: a esperança. Ritmo, melodia, voz e ruído trabalham juntos para amplificar a sensação de possibilidades. Este é o trabalho mais sublime de Hung até o momento, representando uma declaração monumental, especialmente considerando a extensão de sua icônica obra pregressa.

The HivesThe Death Of Randy Fitzsimmons
(The Hives AB)

No seu primeiro álbum em 11 anos, a banda sueca The Hives, ícones indiscutíveis do rock, demonstra o mesmo entusiasmo, energia e atitude que tinham em sua estreia no final dos anos 90. The Death Of Randy Fitzsimmons, reaviva de forma impactante a lenda da banda, explorando o desaparecimento do misterioso sexto membro e empresário fictício por trás do grupo, Randy Fitzsimmons (pseudônimo registrado pertencente ao guitarrista Nicholaus Arson, irmão do vocalista). Os vocais urgentes, as guitarras ruidosas e o ritmo implacável da banda mantêm sua natureza incendiária e nostálgica (“Smoke & Mirrors”), porém com uma força ainda mais potente nos vocais de Pelle Almqvist, que transmitem uma sensação de empoderamento e confiança (“The Bomb”). A banda busca influências além do garage rock, explorando sons dos anos 60 (“Stick Up”) e do pop rock (“Crash Into the Weekend”), além de trazer uma influência das suas turnês com o Arctic Monkeys (“What Did I Ever Do To You?”). Após uma pausa de mais de uma década e a mrote de Fitzsimmons, The Death Of Randy Fitzsimmons revela-se como a ressurreição do The Hives.

Clarice FalcãoTruque
(Chevalier de Pas)

A cantora, compositora, atriz e roteirista Clarice Falcão lança o seu quarto álbum de estúdio intitulado Truque. O disco dissolve as fronteiras entre o real e o imaginário em canções para dançar sozinho, chorar no banho e tomar decisões questionáveis na boate (“Chorar na Boate”, uma homenagem à “Dancing On My Own” de Robyn). O álbum explora a ideia de múltiplas realidades (“Dimensão”), sentimentos de decepção (“Ar da Sua Graça”), autorreflexão (“Ideia Merda”) e escolhas questionáveis. Truque é uma jornada coesa e madura que revela a versatilidade da artista através do seu lirismo tragicômico, transformando situações desagradáveis em algo belo (“Podre”). O trabalho abrange desde uma influência de MPB das rádios dos anos 80 até faixas eletrônicas inspiradas no universo da PC Music. O conceito de Truque se estende para além das canções, incorporando elementos visuais em cada faixa. Os videoclipes, idealizados pelo diretor Lucas Cunha, brincam com as percepções e iludem os sentidos. Clarice explica: “A ideia é fazer com que cada um seja um truque, algo que puxe o tapete do espectador de alguma forma, mesmo que seja apenas um detalhe”.

Laura GrovesRadio Red
(Bella Union)

Radio Red, o primeiro álbum completo lançado por Laura Groves (conhecida pelo projeto Blue Roses) sob seu próprio nome, foi predominantemente escrito, produzido e gravado por ela em seu estúdio, enquanto observava duas torres de transmissão de rádio. Essas torres se tornaram símbolos significativos para ela, sempre enviando mensagens com suas luzes vermelhas que brilhavam durante a noite e acompanhavam sua vida. O álbum explora temas de comunicação – sinais perdidos e interceptados, encontros fortuitos, sincronicidades, os canais pelos quais tentamos expressar nossos verdadeiros sentimentos, as interferências externas que podem atrapalhar e a alegria de soltar e permitir que as mensagens fluam livremente. O mundo sonoro de Radio Red é composto por ecos e vislumbres de músicas pop meio esquecidas, baladas de piano, trechos de melodias de programas de TV, sons ambientais sintetizados e música eletrônica. O álbum transita entre diferentes canais, sem se apegar totalmente a nenhum deles, oferecendo ao ouvinte uma sensação de conforto, familiaridade e estranheza semelhante a ouvir vozes no rádio.