Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: PinkPantheress, Beirut, Cat Power, John Francis Flynn, George Riley, Zooey Celeste e Cuco.
• PinkPantheress – Heaven knows
(Warner)
Após a aclamada mixtape to hell with it, a cantora, compositora e produtora britânica PinkPantheress apresenta o disco de estreia Heaven knows. O álbum, apesar de ter um foco no drum and bass e garage, é diverso em estilos ao incorporar influências de punk rock, jungle, R&B alternativo e bedroom pop. O trabalho explora romances conflituosos (“The aisle”), desejos (“Feelings”) e mortalidade (“Ophelia”) em forma de relacionamentos (“Capable of love”), dependência emocional (“Mosquito”) e contentamento na solidão (“Feel Complete”). O projeto de 13 faixas é produzido e escrito por PinkPantheress em colaboração com diversos artistas, como Greg Kurstin, Mura Masa, Danny L Harle, entre outros, resultando em uma obra que demonstra uma nova profundidade emocional em sua escrita e produção musical, combinando vocais açucarados e melodias extrovertidas. O disco ainda conta com colaborações de artistas como Kelela (“Bury me”), Rema (“Another life”), Central Cee (“Nice to meet you”) e Ice Spice (“Boy’s a liar Pt. 2“).
• Beirut – Hadsel
(Pompeii Records)
Após uma pausa de cinco anos, o cantor e compositor de indie folk Zach Condon, do Beirut, retorna com o álbum Hadsel, o primeiro lançamento completo desde Gallipoli de 2019 e o primeiro no selo próprio, Pompeii Records. O álbum foi gravado na ilha norueguesa de Hadsel, depois que Condon cancelou sua turnê em 2019 devido a uma pausa física e mental. Ele descreve seu processo de recuperação e criação do álbum em isolamento, inspirado pela natureza da região. O resultado é uma coleção de músicas que encontram calor e conforto mesmo na escuridão mais intensa, refletindo vulnerabilidade (“Süddeutsches Ton-Bild-Studio”), senso de autodeterminação (“So Many Plans”) e crença (“The Tern”) de que, após um colapso, é possível aprender a se recuperar por conta própria. Totalmente escrito, interpretado e gravado por Condon, Hadsel traz de volta a essência solitária e autoconfiante do Beirut, explorando novos sons e configurações ao expandir seu som majestoso de chamber pop com sintetizadores e sons eletrônicos (“January 18th”, “Stokmarknes”) com sua voz melancólica, ao mesmo tempo em que prova que ele pode se amparar sozinho.
• Cat Power – Cat Power Sings Dylan: The 1966 Royal Albert Hall Concert
(Domino)
Em novembro de 2022, Cat Power realizou uma recriação ao vivo, faixa a faixa, de um dos sets de shows mais lendários e transformadores de todos os tempos, que ocorreu no Manchester Free Trade Hall em maio de 1966 e ficou conhecido como o Royal Albert Hall Concert devido a um bootleg mal rotulado. O show original testemunhou Bob Dylan mudando de violão para guitarra elétrica no meio do concerto, provocando a ira de uma plateia de puristas do folk e mudando para sempre o curso do rock and roll. Na sua própria versão dessa noite histórica, a artista conhecida como Chan Marshall interpretou cada música com convicção, graça e uma sensação palpável de proteção, transformando a tensão anárquica do set de Dylan em uma alegria calorosa e luminosa. Agora, esse desempenho foi capturado no álbum ao vivo Cat Power Sings Dylan: The 1966 Royal Albert Hall Concert, que presta homenagem ao legado do herói da artista na história e traz uma nova vitalidade deslumbrante a muitas de suas canções mais reverenciadas.
• John Francis Flynn – Look Over The Wall, See The Sky
(River Lea Recordings)
Em Look Over The Wall, See The Sky, o cantor e multi-instrumentista John Francis Flynn, também conhecido como membro fundador de Skipper’s Alley, reinterpreta músicas tradicionais de maneira sensível e utópica, desvendando-as e rearranjando-as com uma força emocional que, por vezes, as deixa flutuando em um espaço surreal entre o passado e o presente, entre o analógico e o digital, entre o amor e a tragédia. Em seu primeiro single, “Mole In The Ground”, uma versão de uma canção folk americana de protesto de 1928, Francis Flynn opta por falar em vez de cantar as palavras, permitindo que o surrealismo da música seja o destaque com uma batida pós-punk. Sua voz de tom discordante se entrelaça com instrumentos hipnóticos, como tambores, guitarras dançantes e violinos deslizantes. Ao retirar a melodia infantil das canções, o foco se volta para as fantasias e desejos do narrador, bem como para a estranheza e agressividade das músicas (“Willie Crotty”).
• George Riley – Un/limited Love
(Ninja Tune)
O EP Un/limited Love é o resultado do período mais internacional da carreira criativa da cantora e produtora George Riley. O projeto foi criado em colaboração com produtores de diferentes partes do mundo, como Nick Sylvester (“Elixir”), Hudson Mohawke (“S e x”), John FM (“Satisfy You”) e Actress (“Skin”, “Lust”). Essa diversidade de ambientes e influências teve um impacto significativo em Riley, resultando em um trabalho variado, mas lindamente coeso em canções de protesto e romances. O álbum presta homenagem a diversos estilos de música eletrônica, do house às influências de rave, com R&B alternativo enquanto entrelaça a jornada artística e transformação da artista, consolidando sua posição como uma das vozes mais emocionantes e inovadoras que surgem atualmente.
• Zooey Celeste – Restless Thoughts
(ATO)
O álbum de estreia do cantor e compositor Zooey Celeste, Restless Thoughts, é a manifestação da vida real de seu alter ego, um xamã astral responsável por guiar os recém-falecidos para o além como revela na trágica faixa-título. Depois de criar o personagem de Zooey em um romance que ele descreve como uma mistura de Quentin Tarantino e o Bhagavad Gita, o músico norte-americano começou a trabalhar com o produtor Nick Hakim (Lil Yachty, Lianne La Havas) para construir um som etéreo, sombrio e dance pop surrealista (“Big Trouble” com a participação de Tei Shi), numa combinação dramática de drum machine e guitarra, guiada pelo vocal de barítono do artista. O resultado é uma paisagem sonora avassaladora, com canções sobre conexão (“Cosmic Being”), que Zooey classifica como astral pop em sua fusão de avant-punk, chamber pop e psicodelia lo-fi.
• Cuco – Hitchhiker
(Interscope Records)
Hitchhiker surge após o cantor, compositor e multi-instrumentista Omar Banos (a.k.a. Cuco) enfrentar uma lesão que o levou a confrontar sua própria mortalidade. Diante dessa experiência, em vez de buscar conforto em substâncias, o músico optou por permanecer sóbrio e canalizar suas emoções na criação de um universo criativo psicodélico, enriquecido por melodias indie pop alternativas com sintetizadores cósmicos e guitarras dinâmicas (“Junkies and Rarities”), e sentimental em suas baladas românticas (“Dime”, “Planet Express”). O projeto resultante é uma mistura de várias influências e gêneros, representando seu trabalho mais maduro até o momento.