9 discos para ouvir hoje: Róisín Murphy, Shamir, Jónsi, Caroline Alves e mais

Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Róisín Murphy, Jónsi, Shamir, Gabriel Garzón-Montano, Groove Armada, BLACKPINK, Rilo Kiley, Devonté Hynes e Caroline Alves.

Róisín MurphyRóisín Machine
(BMG)

Em Róisín Machine, a irlandesa Róisín Murphy concebe de forma sintetizada uma ode aos clubes noturnos do século passado com finesse, dinamismo e teatralidade audaciosa única. Operando dentro do prisma da cena disco, o álbum associa gêneros de diversas décadas. “Something More” é um house com piano eufórico que tem a artista no distrito de Grace Jones, “Incapable” joga-se por inteiro numa aura disco pop charmosa, “Narcisuss” é pura perfeição e requinte das noites do Studio 54, “Shellfish Mademoiselle” é um descarado convite funk groove para dançar com direito a palminhas e a deslumbrante “Murphy’s Law” brilha com pitadas da dance dos anos 90.

JónsiShiver
(Krunk)

O vocalista e multi-instrumentista Jónsi, o líder da banda post-rock islandesa Sigur Rós, lança o primeiro trabalho musical solo após uma década – o sucessor de Go. Shiver é um material impressionante com colaborações especiais de Elizabeth Fraser do Cocteau Twins (“Cannibal”) e do ícone pop Robyn (“Salt Licorice”). A produção suplementar de A. G. Cook (do selo PC music) possibilita uma nova perspectiva ao registro através de uma sonoridade sintética, abrasiva e de vanguarda experimental (“Swill”), permitindo a voz sobrenatural do músico (“Exhale”) explorar e moldar-se à novas expressões.

ShamirShamir
(Shamir)

Em seu álbum autointitulado, Shamir cria um disco imprevisível ao seu agrado e com sua identidade. Transparece uma sensibilidade ímpar num garage punk synth pop com atributos dos anos 90 e letras diversas sobre relacionamentos frustrados (“On My Own”), amizades tóxicas (“Running”) e sentimentos de desamparo (“Other Side”, um número country com influência de Miranda Lambert). São dramas convenientes de um adolescente queer, pertencente à geração Z, exteriorizados de maneira crua e explícita independente da temática.

Gabriel Garzón-MontanoAgüita
(Jagjaguwar)

Agüita é um autorretrato conceitual, pessoal e universal ao mesmo tempo. Uma sequência diversa que vai de hinos de trap (“Agüita”), hip hop latino (“Mira My Look”), pop soul (“Someone”, “Moonless”), traços de bossa nova (“Bloom”) e reggaeton (“Muñeca”) em suas dez composições. A capacidade de Gabriel Garzón-Montano de executar uma ampla variedade de estilos musicais, exibindo várias facetas de sua arte dentro de uma mesma obra, é sua verdadeira arma secreta.

Groove ArmadaEdge Of The Horizon
(BMG)

O Groove Armada, a veterana dupla de música eletrônica britânica, conquista algo especial com primeiro álbum de estúdio em mais de uma década. Edge of the Horizon consiste em dez faixas clássicas de música eletrônica que nos remete ao apogeu da subcultura clubbing em hinos de verão de positividade, amor e união. O material conta com colaborações de Todd Edwards (“Lover 4 Now”), Paris Brightledge (ícone da house music de Chicago) e Nick Littlemore (do Empire of the Sun e PNAU, em “Get Out On The Dancefloor”).

BLACKPINKThe Album
(Interscope Records)

A maior girl band da atualidade apresenta o disco de estreia, The Album, com uma dose de adrenalina, determinação e inteligência. As músicas são inconfundivelmente pop, ao mesmo tempo que se inspiram livremente na música eletrônica no hip hop, com batidas do sul da Ásia e do rock. A combinação de gêneros é uma marca registrada do k-pop e algo que as meninas administram sem desembaraço. Destaque extra para as colaborações da rapper Cardi B (“Bet You Wanna”) e da estrela pop Selena Gomez (“Ice Cream”).

Rilo KileyRilo Kiley
(Little Record Company)

O Rilo Kiley, banda indie rock liderada pela encantadora Jenny Lewis e que encerrou as atividades em 2011, compartilha uma reedição do EP de estreia autointitulado (também conhecido como The Initian Friend) de 1999. O material, gravado de forma caseira por uma banda em início de atividade, era comercializado durante as apresentações de uma banda em busca de seu som (“The Frug”).

Devonté HynesWe Are Who We Are (Original Soundtrack)
(Milan Records)

Devonté Hynes, mais conhecido pela alcunha Blood Orange, compôs a trilha sonora da minissérie ‘We Are Who We Are’, projeto do diretor Luca Guadagnino (de ‘Me Chame Pelo Seu Nome’ e ‘Suspiria’), para a HBO. Para o trabalho, Dev retrata musicalmente a adolescência moderna através de um duelo de notas céleres no piano e sintetizadores alvoroçados que resulta num material diferente de tudo que já fez. Ou como o próprio define: “uma colcha de emoções que exploram os efeitos de múltiplas vidas … sinto que estou escrevendo sobre os dias da minha própria adolescência”.

Caroline AlvesMoonlight
(Sophie Records)

O disco de estreia de Caroline Alves, uma carioca que nasceu nas favelas do Rio de Janeiro no final dos anos 1990 e mudou-se para Biel (Suíça) aos onze anos de idade, explora temas como desigualdade, solidão e indiferença (“Mamasaya”). Com um eletropop gentil (“Blank Page”), eufórico (“Sticks and Stones”) e, com momentos, de pura elegância (“Like a Stone”), a garota é um nome para ficar de olho e com um futuro auspicioso.