Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Christine and the Queens, Janelle Monáe, Jenny Lewis, Jayda G, King Krule, Dream Wife, Amaarae e Rob Grant.
• Christine and the Queens – PARANOÏA, ANGELS, TRUE LOVE
(Because Music)
PARANOÏA, ANGELS, TRUE LOVE, o sucessor de Redcar les adorables étoiles (prologue), é um manifesto complexo e ambicioso que rompe com as convenções pop enquanto reafirma o poder do amor. Inspirado na peça “Anjos na América”, de Tony Kushner, que aborda a perda e as turbulências políticas e relacionadas à saúde da epidemia de AIDS, as canções introspectivas e nervosas exploram histórias pessoais de perdas, incluindo o fim de um relacionamento romântico, transição de gênero (“To be honest”), a morte de sua mãe (“Tears can be so soft” com sample de Marvin Gaye) e redenção. Chris, o artista por trás de Christine and the Queens, mergulha em temas como solidão e desejo, contando com participações especiais da rainha do pop Madonna (interpretando o papel do ‘One Big Eye’ em “Angels crying in my bed”, “I met an angel” e “Lick the light out”) e da rapper 070 Shake (“True Love” e “Let me touch you once”) no repertório, além da produção de MIKE DEAN (Kanye West, Beyoncé) que afasta o artista do pop eletrônico de trabalhos anteriores e explora uma série de gêneros ao transitar pelo trip hop, R&B, drum ‘n’ bass, pop experimental, rock clássico e música clássica (como em “Full of life” e o uso de “Canon in D Major” do compositor alemão Johann Pachelbel). Com um total de vinte faixas, o álbum triplo é uma obra de arte genuína e ambiciosa, uma expressão profunda de sentimentalismo nas camadas densas e que revela a verdadeira essência de Chris, cada vez mais se aproximando do nível de lenda da música.
• Janelle Monáe – The Age of Pleasure
(Wondaland/Atlantic Records)
No álbum anterior, Dirty Computer, Janelle Monáe explorou conceitos ousados, cenários de ficção científica e temáticas políticas intensas. Em The Age of Pleasure, a artista se entrega aos prazeres carnais com grooves ensolarados e fluidos, elevando o hedonismo a níveis alucinantes, além de tratar de temas de autoaceitação (“Float”), autodescoberta (“Phenomenal”) e busca pelo prazer (“Lipstick Lover”). O trabalho é influenciado por gêneros como reggae, disco, trap, sons brasileiros, amapiano, afropop, contando até mesmo com a participação de Seun, filho de Fela Kuti, e sua banda Egypt 80 em algumas faixas. O trabalho também apresenta uma série de convidados para a festa de prazeres de Monáe, como Sister Nancy no interlúdio “The French 75”, Amaarae e Nia Long em “The Rush”, a rapper Doechii em “Phenomenal”, CKay em “Know Better” e Grace Jones falando sedutoramente em francês em “Ooh La La”. Em The Age of Pleasure, não há alter egos como em registros anteriores, é apenas Monáe assumindo o papel de sua própria persona e identidade sexual.
• Jenny Lewis – Joy’All
(Blue Note Records)
Joy’All, o quinto álbum solo de Jenny Lewis e sucessor do aclamado On The Line, encontra a cantora e compositora – ex-líder do Rilo Kiley – embarcando em uma nova era em uma nova cidade e em um novo selo, ao se juntar ao icônico catálogo da Blue Note / Capitol Records. Embora Joy’All se inspire em uma variedade de influências sonoras – desde soul até R&B dos anos 90, assim como country e discos clássicos de cantores e compositores desde Hank Williams a John Prine -, as letras abordam temas sérios (“Balcony” é uma ode a um amigo que tirou a própria vida durante a pandemia) e desilusões amorosas (“Chain of Tears”), mas também trazem momentos descontraídos ao explorar a felicidade aos quarenta anos (“Puppy and a Truck”), sexo (“Giddy Up”) e novos relacionamentos (“Cherry Baby”). O descontraído e íntimo som ao vivo do álbum é a marca registrada do produtor Dave Cobb (John Prine, Brandi Carlile), e há uma afinidade natural entre os dois e a banda de apoio. Joy’All é um convite para deixar para trás a agitação emocional e encontrar o próprio caminho para a alegria.
• Jayda G – Guy
(Ninja Tune)
A escritora, produtora, DJ, toxicologista ambiental e ativista Jayda G lança o álbum Guy, coproduzido com Jack Peñate (que já trabalhou com artistas como SAULT e Adele), com contribuições de Lisa-Kaindé Diaz (do IBEYI), Ed Thomas (Stormzy, Nia Archives) e outros. O material chega após alguns anos agitados, nos quais ela foi indicada ao Grammy (pelo single “Both Of Us”, criado com o produtor Fred again.. durante a pandemia), lançou uma série de remixes de destaque para artistas como Taylor Swift e Dua Lipa, e apresentou-se nos maiores festivais e palcos do mundo, incluindo Glastonbury e Coachella. Guy traz a voz e as palavras da artista de forma mais proeminente do que nunca, em treze faixas que exploram suas raízes no house, disco, R&B e soul, enfatizando suas habilidades na composição de canções pop, que abordam a vida de seu pai (“Blue Lights”), o homônimo William Richard Guy, que faleceu quando ela tinha 10 anos, e o luto de Jayda (“Scars”), intercaladas com gravações de arquivo que William fez antes de sua morte.
• King Krule – Space Heavy
(XL Recordings)
Escrito entre 2020 e 2022, em Londres e Liverpool, Space Heavy tomou forma durante as viagens de Archy Marshall entre as duas cidades, onde ele dividia seu tempo. Como um álbum literalmente escrito durante o trajeto entre os dois lugares que ele chamava de lar, o artista se fascinou com a noção do “espaço entre” – o espaço assombrado por sonhos de amor, abordando uma narrativa de conexão perdida (“Flimsier”) e situações que desafiam o universo (“If Only It Was Warmth”). O resultado é um material visceral e nebuloso que combina elementos de spoken word, jazz contemporâneo e indie rock, e que habita as profundezas mais remotas do mundo sonoro subterrâneo que Archy construiu ao longo de sua carreira como King Krule. As músicas fluem em um ritmo lento e sonhador, com saxofones marcantes, guitarras melancólicas e vocais rasgados e sussurrados. É um álbum ousado em que o espaço negativo exige a mesma atenção que o espaço positivo.
• Dream Wife – Social Lubrication
(Lucky Number)
O retorno do Dream Wife é um momento que vale a pena saborear, com a banda em uma forma eletrizante, apresentando um terceiro álbum inteiramente escrito e produzido por eles mesmos. A única influência externa são a dupla de mixagem de peso Alan Moulder (Nine Inch Nails, Yeah Yeah Yeahs) e Caesar Edmunds (Wet Leg, Beach House). O incendiário e agitado Social Lubrication encontra o trio de punk rock mais uma vez abordando grandes temas de maneira inconfundível e sem desculpas, mesclando habilmente o político com o brincalhão, escondendo declarações vitais dentro de hinos ardentes e intensos. É rock ‘n’ roll hiper sensual com um soco político (“Who Do You Wanna Be?”), explorando a alquimia da atração, a luxúria pela vida (“Hot (Don’t Date A Musician)”), abraçando a comunidade (“Orbit”) e denunciando o patriarcado (“Leech”) com uma boa dose de ironia e diversão.
• Amaarae – Fountain Baby
(Interscope Records)
A produtora, cantora e rapper ganense-americana Ama Serwah Genfi (a.k.a. Amaarae) lança o álbum Fountain Baby, o sucessor de THE ANGEL YOU DON’T KNOW e que ficou estourado com o hit viral “SAD GIRLZ LUV MONEY” com Kali Uchis. Expandindo o seu som versátil ao incorporar R&B, hip hop, afropop, punk e rock alternativo com referências globais (“Wasted Eyes”, com a introdução da música folk japonesa “Battaki” de Umeko Ando, e “Counterfeit”), a artista explora temas como identidade (“Disguise”, “Sociopathic Dance Queen”), astrologia (“Co-Star”) e conexão humana (“Reckless & Sweet”) em melodias cativantes e vocais que alteram entre rap, falsetes e sussurros. Com Fountain Baby, Amaarae consolida sua posição como uma das promissoras exportações musicais de Gana, e sua influência certamente se estende além das fronteiras.
• Rob Grant – Lost At Sea
(Universal Music)
Rob Grant, pai de Lana Del Rey, lança seu álbum de estreia, Lost At Sea. Um artista de gravação acidental, Grant nunca teve aula em nenhum instrumento em sua vida. Ele não possui nenhum tipo de treinamento musical formal e não consegue ler partituras. No entanto, quando ele se senta ao piano, algo mágico acontece. Notas fluem dele e composição após composição é criada. O artista conta com uma variedade de talentos para contribuir na criação do álbum. Participações e créditos de composição incluem sua filha (na faixa-título e “Hollywood Bowl”), enquanto a produção inclui Jack Antonoff, Luke Howard, Laura Sisk e Zach Dawes. Grant embarca em uma nova empreitada ao se aventurar em sua carreira recém-descoberta na música.