Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Kevin Abstract, Tkay Maidza, Marnie Stern, bar italia, IAN SWEET, Kevin Drew, Laura Veirs, Actress e Cold War Kids.
• Kevin Abstract – Blanket
(RCA)
Com o fim das atividades da boyband de hip hop BROCKHAMPTON após o lançamento do álbum The Family em 2022, o cantor e rapper Kevin Abstract, cofundador do grupo, retoma oficialmente sua carreira solo com o disco Blanket. Inspirado por bandas como Sunny Day Real Estate e Modest Mouse, o artista cria um álbum que proporciona uma sensação emotiva com seu indie rock e grunge dos anos 90, combinando sensibilidade pop e R&B com guitarras lo-fi, percussão intensa, vocais alterados e letras honestas e vulneráveis que exploram memórias do passado (“Blanket”) e efêmeros com a intenção de abraçar uma nova identidade (“Running Out”) em relação ao amor, relacionamentos e sexualidade. Há momentos em que as canções são envolvidas por uma aura das produções do The Smashing Pumpkins em “Running Out”, Nirvana em “Heights, Spiders, and the Dark”, Alex G na suave “What Should I Do?” e colaborações vocais de Kara Jackson e MJ Lendermen (do Wednesday) na íntima “My Friend”.
• Tkay Maidza – Sweet Justice
(4AD)
A australiana Tkay Maidza, a primeira rapper feminina contratada pelo selo 4AD, lança o segundo álbum de estúdio, Sweet Justice, após a elogiada série de EPs Last Year Was Weird. O álbum expressa sua determinação em não se conformar e focar em seus objetivos, refletindo uma sensação de plenitude, apesar dos desafios enfrentados ao longo de sua carreira na indústria da música (“Won One”, um R&B focado nos anos 90) com faixas que abordam desde o futuro incerto (“Love and Other Drugs”) até a independência (“Ring-A-Ling”). É um álbum empoderado que não se trata de vingança, mas sim de crescimento pessoal, permitindo à artista extravasar raiva (“WUACV”) e explorar o conceito de karma (“Out Of Luck” com participação de Lolo Zouaï e Amber Mark). Após romper laços com antigos amigos, Maidza encontrou novos produtores renomados, como KAYTRANADA (“Our Way”, “Ghost!”), o canadense STINT e Flume (“Silent Assassin”) para construir uma obra eclética, melódica e criativa que mescla diversos gêneros e influências musicais contemporâneas. O registro é uma obra de amadurecimento e renascimento, no qual a artista explora seu poder inato e confiança, canalizando suas emoções em uma experiência de cura.
• Marnie Stern – The Comeback Kid
(Joyful Noise Recordings)
Marnie Stern está de volta com The Comeback Kid, eu primeiro álbum em uma década, seguindo o lançamento de The Chronicles of Marnia em 2013. Este retorno não é apenas uma viagem nostálgica, mas sim uma declaração caótica e libertadora que a artista mantém inalterada em sua obra. Stern está determinada a não retroceder e desafia suas próprias convenções musicais. O trabalho apresenta uma variedade de estilos, com harmonias complexas, indo além de sua virtuosa técnica de dedilhados frenéticos na guitarra, percussão caótica e vocais eufóricos, incluindo faixas de rock alternativo em “Til It’s Over”, acordes de punk em “Believing Is Seeing” e um cover de Ennio Morricone (“Il Girotondo Della Note”) extraído da trilha sonora do filme ‘Quem a Viu Morrer?’ de 1972. Stern expressa a importância de ser fiel a si mesma e encoraja a não seguir padrões homogêneos, transmitindo uma impressão de euforia e triunfo.
• bar italia – The Twits
(Matador)
A banda londrina bar italia, composta por Nina Cristante, Jezmi Tarik Fehmi e Sam Fenton, lança seu segundo álbum completo de 2023, intitulado The Twits, menos de seis meses após sua aclamada estreia, Tracey Denim. Em comparação com seu registro anterior, o grupo não se limita a um estilo musical específico, explorando uma gama diversificada de influências em uma série de composições econômicas, porém evocativas, que incluem elementos raucos, místicos, desalinhados e ocasionalmente sinistros. O álbum inclui faixas empolgantes de punk rock, como “my little tony” com seus riffs descontraídos de guitarra e ganchos empolgantes, além de momentos mais experimentais e sinuosos que vão do indie rock em “worlds greatest emoter”, shoegaze em “Real house wives (desperate house vibes)” ao country blues em “Jelsy”. A banda demonstra a capacidade de criar mini-dramas de três atos, frequentemente com vozes alternadas e cadências variadas, em letras sobre relacionamentos interpessoais (“Hi fiver”) e autoanálise com humor (“bibs”). The Twits é uma extesão de Tracey Denim, com o bar italia apresentando uma evolução célere em sua sonoridade em poucos meses.
• IAN SWEET – SUCKER
(Polyvinyl Record)
Em SUCKER, o álbum sucessor de Show Me How You Disappear, Jilian Medford, a mente criativa por trás do projeto IAN SWEET, faz uma transição para um som mais centrado no indie pop, permitindo, segundo ela, ser mais criativa. O álbum apresenta uma coleção de músicas sinceras e pessoais, carregadas de desespero, vulnerabilidade e remorso. A artista demonstra sua habilidade em criar belas composições que exploram várias fases de um relacionamento (“Your Spit”, “Smoking Again”, “FIGHT”), autorreflexão (“Bloody Knees”) e autodestruição (“Emergency Contact”). As canções são enriquecidas com camadas de sintetizadores vibrantes, batidas eletrônicas, guitarras intensas e baladas no piano, tudo combinado com seu vocal doce e melancólico com o sofrimento, anseio e caos emocional enfrentados de maneira corajosa.
• Kevin Drew – Aging
(Arts & Crafts)
O terceiro álbum solo do cofundador do Broken Social Scene, Kevin Drew, lida com a realidade inevitável do envelhecimento, inspirado pela perda de amigos e mentores, bem como pela saúde em declínio de familiares próximos. O álbum explora temas de dor, esperança e memória, abordando o dilema de lidar com a passagem do tempo e a sensação de culpa de ser um sobrevivente. São oito canções minimalistas de baladas de piano com um tom sombrio e contemplativo (“Party Oven”), nas quais o músico lida com a necessidade de enfrentar as complexidades e a passagem do tempo, porém com uma sensação de tristeza raramente testemunhada em materiais anteriores. em que o artista lida com a necessidade de enfrentar as complexidades e passagem do tempo, porém, com uma sensação de tristeza raramente testemunhada em materiais anteriores. Drew, conhecido por hinos vibrantes e festivos do rock independente, mostra-se afetado por um sentimento de desilusão em relação ao mundo e algumas duras verdades da vida.
• Laura Veirs – Phone Orphans
(Raven Marching Band)
Phone Orphans representa uma ruptura com as armadilhas da vida moderna, oferecendo um cenário sonoro sereno que contempla temas relacionados à família, amores e mortalidade (“Beautiful Dreams”). As composições acústicas do álbum, com destaque principalmente para o violão e letras sinceras, criam uma atmosfera delicada e brilhante. O registro é uma coleção de demos que estiveram escondidas no telefone da artista, algumas delas por mais de oito anos, e foram gravadas em primeira tomada, exibindo um equilíbrio entre o processo criativo da artista de folk Laura Veirs, sua expressão intimista e sua natureza comovente. Todas as canções são de autoria da artista, exceto “Up is a Nice Place to Be”, de Rosalie Sorrels, e “The Archers”, cujas letras foram adaptadas de um poema de Federico Garcia Lorca.
• Actress – LXXXVIII
(Ninja Tune)
O projeto de música eletrônica experimental Actress, do produtor Darren J. Cunningham, lança LXXXVIII. O nono álbum é descrito como evocando uma nostalgia distorcida nos estilos techno experimental, eletro, house, R&B e melodias de piano, , refletindo a obsessão de Cunningham com a teoria dos jogos, em particular o xadrez. Cada faixa é um movimento em um intrincado jogo de xadrez musical, com “Push Power ( a 1 )” servindo como o primeiro movimento, estabelecendo as bases para o álbum inteiro. À medida que o jogo se desenrola, a música evolui, refletida nas camadas texturizadas e delicadas das faixas, com batidas pulsantes, sons de piano e vocais hipnóticos. Enquanto “Game Over ( e 1 )” atua como o último movimento de encerramento neste jogo musical artístico.
• Cold War Kids – Cold War Kids
(CWKTWO Corp. / AWAL Recordings America, Inc.)
Nathan Willett, líder dos Cold War Kids, decidiu que o décimo álbum da banda merecia um tratamento especial. Em vez de lançar um EP com cinco músicas ou um disco com músicas totalmente diferentes, ele aproveitou a pausa pandêmica para refletir sobre o som e a mensagem do material em 2023. O resultado é um trabalho autointitulado que é possivelmente o mais forte e completo da carreira da banda californiana, mantendo o seu som clássico com faixas animadas (como na pop rock funk “Run Away With Me”) e dançantes (“Empty Inside”), melodias de rock suaves e baladas emotivas. As letras refletem a luta entre a vida criativa e as realidades domésticas, mostrando um estado de espírito introspectivo. Para criar o som do álbum, Willett trabalhou com novos produtores e colaboradores, como Ethan Gruska (Phoebe Bridgers, Weezer), Jenn Decliveo (Miley Cyrus, Hozier) e Malay (Frank Ocean, Lorde), trazendo uma abordagem contemporânea à música e destilando quase 20 anos de carreira dos Cold War Kids.