Do universo dos clubes de LSDXOXO ao R&B contemporâneo envolvente de Omar Apollo e aos sons impactantes de Alice Longyuy Gao, passando pelo country soul sábio do country de Angel Olsen ao pop alternativo de Hemlock Springs, confira os 10 Melhores EPs de 2023.
10. LSDXOXO
(Delusions of Grandeur)
O DJ e produtor Raushaan Glasgow (a.k.a. LSDXOXO) lança o EP Delusions of Grandeur, que sucede o Dedicated 2 Disrespect. O trabalho apresenta sete faixas poderosas de dance pop e inclui colaborações de artistas como Jensen Interceptor em “Double Tap”, Sega Bodega em “Devil’s Chariot” e Safety Trance (também conhecido como Cardopusher) em “Freak No. 2” na coprodução das músicas. O compacto foi concebido como uma transição entre o som familiar de LSDXOXO e sua visão para seus futuros projetos, incluindo seu aguardado disco de estreia no próximo ano. Ele se inspirou no electroclash (“J’adore”) e na rave vocal dos anos 90 para criar o material. O título do EP reflete o conflito pessoal do artista com a ideia de celebridade, uma vez que ele é introvertido e utiliza sua persona artística como uma espécie de armadura para lidar com a visibilidade pública.
• Coloque para tocar: “Double Tap”
09. Deb Never
(Thank You For Attending)
A artista coreana-americana Deb Never retorna com o EP Thank You For Attending, que é o sucessor de Where Have All The Flowers Gone? e será o último ato antes do tão esperado álbum de estreia. As seis faixas são moldadas pelo pop grunge, R&B, UK garage, jungle e hyperpop, resultando em letras melosas que mudam de ritmo para se tornarem números de dança cintilantes e urgentes (“Mania Bliss”). Uma combinação das potências de artistas como The Smashing Pumpkins, The Prodigy e The Strokes. Nas canções, Never reflete sobre os estágios da vida amorosa: desde o frio na barriga ao momento de perceber que se tratava de um amor passageiro (“Momentary Sweetheart”) até o rompimento (“Paper Houses”).
• Coloque para tocar: “Momentary Sweetheart”
08. Omar Apollo
(Live For Me)
Live For Me serve como continuação do álbum de estreia Ivory. No material, Omar Apollo explora temas de vida e morte enquanto narra sua jornada de autoaceitação, criando uma atmosfera R&B contemporânea e sedutora. Na faixa de abertura, “Ice Slippin’”, explora a sensação de rejeição após ter se assumido como gay e a reação inicialmente decepcionante de sua família. “Live For Me” expressa o desejo de apoio e cuidado em relação a alguém que está passando por um momento difícil na vida e pensando em desistir ao temer a morte. Em “Angel”, com sintetizadores intensos e vocais distorcidos e etéreos, o artista enfrenta problemas de saúde mental e dependência, enquanto também destaca a necessidade do apoio da família. E “Pilot”, a música que encerra o trabalho, aborda temas de inferioridade em um relacionamento e a sensação de não ser bom o suficiente para a pessoa amada. Live For Me traz Apollo confiante em não desistir da busca da própria felicidade e amor.
• Coloque para tocar: “Ice Slippin”
07. Angel Olsen
(Forever Means)
O álbum Big Time trouxe à Angel Olsen um senso de identidade mais profundo e verdadeiro do que nunca. Nascido da dor e do amor, Forever Means entregou uma bela sensação de certeza, o som country soul seguro de uma artista totalmente em casa consigo mesma e entrando de acordo com o luto, identidade e sexualidade (“Nothing’s Free”). Mas dentro dessa sabedoria vem a percepção de que não há linha de chegada, destino ou ponto final estático para a vida enquanto você a vive (“Time Bandits”). O EP Forever Means coleta músicas bucólicas das sessões do Big Time, equilibrando momentos de pura ternura e vulnerabilidade, que mantêm o tema comum nas quatro faixas.
• Coloque para tocar: “Time Bandits”
06. Dawn Richard
(The Architect)
A artista de pop experimental Dawn Richard marca uma nova era com o projeto The Architect, dando sinais do álbum que sucede Second Line. Concebido como um corpo de trabalho contínuo, o álbum de três faixas transita por estilos. Desde a introdução industrial techno que se dirige a um breakbeat em “Your Love / Legends” até o vibrante ritmo de pop dance “Bubblegum” e a complexidade eletrônica de “Babe Ruth”, uma afirmação de autoconfiança e grandeza, fazendo referências a figuras lendárias como o jogador de beisebol norte-americano, Richard organiza sua alquimia pop com sons híbridos e visionários.
• Coloque para tocar: “Bubblegum”
05. Nia Archives
(Sunrise Bang Ur Head Against Tha Wall)
Sunrise Bang Ur Head Against The Wall, de Nia Archives, é um EP de seis faixas que explora temas como crescimento pessoal, amor e perda, rejeição e ascensão. Com uma base sólida no drum ‘n’ bass, as músicas expandem-se ao mesclar influências brasileiras (com o sample do grupo Barbatuques em “Baianá” e a levada de bossa nova em “That’s Tha Way Life Goes”), soul (no dueto com Maverick Sabre em “No Need 2 B Sorry, Call Me?”), R&B dos anos 90 (“Conveniency”) e guitarras indie pop (“So Tell Me …”). Ela descreve a sensação do trabalho como estar em um after, com pensamentos passando pela cabeça, e o sol nascente trazendo uma mistura de repulsa e felicidade. E vê o projeto como um reflexo do capítulo recente de sua vida e um vislumbre do tipo de artista que ela deseja se tornar.
• Coloque para tocar: “So Tell Me…”
04. aboynamedblu
(THE RED BUTTON WAS TALKING AGAIN)
O cantor, compositor e produtor sul-africano Desmond Orrill Legg (a.k.a. aboynamedblu) apresenta o EP THE RED BUTTON WAS TALKING AGAIN, o sucessor de I Heard You Tried to Fight the Sky, com uma série de referências que vão do rock, indie, pop e post-punk. Da grandiosa balada “sierra”, em que experimenta diferentes papéis, e “next to nothing” ao alt rock despreocupado e juvenil à la The Strokes de “boxysoxy” ou a urgente “lowlife”, o artista transparece uma desenvoltura de mesclar diferentes gêneros para refletir em sua música uma extensão genuína de sua personalidade.
• Coloque para tocar: “sierra””
03. Alice Longyu Gao
(Let’s Hope Heteros Fail, Learn, and Retire)
O “segundo EP de estreia” de Alice Longyu Gao é a declaração mais ousada da artista até agora. Oito faixas de sons incendiários que coincidem com o trabalho mais pessoal que a artista já lançou. O projeto é um marco tanto artisticamente quanto sonoramente, fundindo os mundos do punk e do hyperpop (“MAKE U 3 ME”) e fornecendo uma trilha sonora para aqueles que não se sentem apoiados por um sistema que deveria protegê-los e aqueles que sentem que o mundo é um ambiente hostil para existir. O projeto expõe corajosamente os problemas de Alice como uma artista estrangeira e não heterossexual que se esforça para ser um nome de sucesso, enquanto voa entre o surrealismo dinâmico e o existencialismo confuso para encontrar curas para essas adversidades (“Hëłłœ Kįttÿ”).
• Coloque para tocar: “MAKE U 3 ME”
02. Tei Shi
(BAD PREMONITION)
BAD PREMONITION retrata um período de conflito em que a cantora e compositora colombiana-canadense Valerie Teicher Barbosa (a.k.a Tei Shi) travava uma batalha com a opressiva indústria da música, mais especificamente a falta de pagamentos da antiga gravadora. Com mensagens diretas para os antigos empregadores (com versos como “que você não entende, eu preciso desse dinheiro” no breakbeat pop “GRIP”), suas frustrações e decepções no meio artístico (“¿QUIÉN TE MANDA?”) e o fato de lidar com as próprias instituições (“BAD PREMONITION”), ela compartilha uma série de desgostosos armados num pop arte cativante e atmosférico explanado nos versos em espanhol e inglês.
• Coloque para tocar: “¿QUIÉN TE MANDA?”
01. hemlocke springs
(going…going…GONE!)
A promissora artista de pop alternativo, Isimeme Udu, que atende pelo nome de hemlocke springs – e já foi notada por nomes como Grimes, Toro y Moi e Steve Lacy – lança seu EP going…going…GONE!.
“gimme all ur luv”, o single de estreia popularizado no TikTok, soa como um encontro dos universos de Prince, Grimes e girls groups dos anos 1950 – a cada “shoop-wop’s” cantado -, explorando sentimentos de paixão, confusão e desejo por amor e atenção. “girlfriend” é um pop borbulhante com sintetizadores atmosféricos, onde a artista sonha com um amor ainda não experimentado.
“heavun” é um pop nostálgico que apresenta nuances de “I Feel Love” de Donna Summer em alguns versos, e nele a artista se torna sua própria anti-heroína ávida ao desejar riqueza ilimitada. Por outro lado, “enknee1” é um eletropop luminoso que aborda temas de solidão, desejo de amor e a confusão que muitas vezes surge nas complexidades das relações interpessoais.
going…going…GONE! reflete a habilidade de springs em criar canções sinceras e envolventes que escalpelam elementos do pop, eletrônica, funk (“pos”), disco e rock com uma autoconfiança admirável. Explora as transições da adolescência para a idade adulta por meio das músicas, utilizando letras muitas vezes autodepreciativas como uma forma de lidar com os medos crescentes que acompanham o envelhecimento.
• Coloque para tocar: “pos””