Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Troye Sivan, Bad Bunny, L’Rain, ††† (Crosses), Holly Humberstone, Maple Glider, Jamila Woods, Metric e The Drums.
• Troye Sivan – Something To Give Each Other
(Capitol)
Após cinco anos do álbum Bloom e um término amoroso significativo, Troye Sivan retorna com o terceiro registro de estúdio, Something To Give Each Other. O trabalho celebra temas como sexo, dança, comunidade, diversidade sexual, amor e amizade, representando uma redescoberta da alegria da conexão humana após desafios pessoais recentes. No álbum, Sivan explora uma variedade de tópicos, desde o estranhamento de encontrar um ex-parceiro (na introspectiva “Still Got It”) até a saudade daqueles que amamos quando estão distantes (“What’s The Time Where You Are?”). Ele também aborda a dificuldade de se comunicar com amores passados (“Can’t Go Back, Baby” com sample de “Back Baby” da artista folk Jessica Pratt), expressa desejos íntimos e a atração por homens heterossexuais (“One Of Your Girls” e a atração por homens héteros) e intensidade do desejo e das paixão (na deep house com o estilo pop “Rush”). Something To Give Each Other destaca a exploração de efeitos de produção, sons interessantes e até uma reformulação da clássica faixa “Shooting Stars” do duo Bag Raiders em “Got Me Started”. O álbum também inclui um dueto com Guiarricadelafuente, com versos em espanhol (“In My Room”), tudo dentro de um espaço LGBTQ+ voltado para o prazer e a sexualidade.
• Bad Bunny – nadie sabe lo que va a pasar mañana
(Rima)
O cantor e rapper porto-riquenho Bad Bunny lança nadie sabe lo que va a pasar mañana após o sucesso avassalador de Un Verano Sin Ti. Neste álbum, o artista retorna ao estilo trap, abandonando o reggaeton e os experimentos com mambo, dembow, reggae e indie pop explorados no registro anterior. Em vez disso, ele incorpora hi-hats e algumas faixas animadas para os clubes (“HIBIKI”,“WHERE SHE GOES”), bem como canções de R&B (“LOS PITS”), e colabora com artistas não muito familiares como Young Miko, Mora, Feid e Ñengo Flow. O álbum é construído em torno de sons de trap mais sombrios e intenso, fanfarronices e samples clássicos (como “Vogue” de Madonna em “VOU 787” e “Hier encore” de Charles Aznavour em “MONACO”) abordando temas de términos dolorosos e introspecção. Bad Bunny acredita que este álbum, um lado completamente diferente do artista em comparação com Un Verano Sin Ti, estabelecerá novos padrões de criatividade e originalidade.
• L’Rain – I Killed Your Dog
(Mexican Summer)
A cantora, compositora e multi-instrumentista Taja Cheek, detentora do projeto L’Rain, retorna com seu terceiro álbum, I Killed Your Dog, o sucessor de Fatigue. O álbum é descrito pela artista como uma espécie de “anti-término de relacionamento” e explora o tema universal do amor. Ele inicia uma conversa com seu eu mais jovem (“Knead Bee”), emoções de luto (“Our Funeral”) e separações (“New Year’s UnResolution”) para examinar sua relação com a feminilidade e as convenções musicais, enquanto examina sua relação com a feminilidade e as convenções musicais que vão desde o sentimental até o catártico. I Killed Your Dog trata de emoções maduras e utiliza uma sonoridade subvertida que incorpora influências de gêneros como rock (“Pet Rock” com sua aura The Strokes e Pink Floyd), a linhagem do folk como música negra nos Estados Unidos (“5 to 8 Hours a Day (WWwaG)”), jazz (“Uncertainty Principle”), hinos de Igreja (“Sometimes”) e a bagagem de Cheek em bandas experimentais. O registro é um convite a explorar as emoções profundas da vida sob a perspectiva única de L’Rain, refletindo uma prática musical que desafia categorizações disciplinares e captura a complexidade da identidade humana.
• ††† (Crosses) – Goodnight, God Bless, I Love U, Delete.
(Warners)
O ††† (Crosses), de Chino Moreno (Deftones) e do produtor/multi-instrumentalista Shaun Lopez, lança Goodnight, God Bless, I Love U, Delete. após quase uma década desde o álbum de estreia. O registro apresenta 15 canções que mostram que o duo está mais audacioso do que nunca, tanto em termos musicais quanto vocais. As músicas exploram uma variedade de temas, desde otimismo em faixas como (“Ghost Ride”) até romantismo sombrio na busca por conexão, como em “Invisible Hand”. Isso demonstra a capacidade da dupla de navegar por emoções contrastantes e estilos musicais ecléticos. O álbum incorpora texturas eletrônicas atmosféricas, com arranjos complexos, sintetizadores percussivos intensos e é amplificado pela voz cativante de Moreno, que às vezes lembra o estilo Depeche Mode, como em “Light as a Feather”. Além disso, o material conta com participações surpreendentes de El-P do Run The Jewels na trap e hip hop “Big Youth”, e do lendário Robert Smith em “Girls Float † Boys Cry”, o que adiciona ainda mais riqueza musical e intriga para este retorno.
• Holly Humberstone – Paint My Bedroom Black
(Polydor)
Após lançar uma série de EPs, como The Walls Are Way Too Thin e Falling Asleep At The Wheel, Holly Humberstone apresenta o seu aguardado álbum de estreia. Sempre influenciada pelo ambiente e como isso afeta sua identidade, Paint My Bedroom Black marca o amadurecimento da artista, indo de uma cantora desconhecida que costumava tocar no piano de seus pais para uma das estrelas mais empolgantes do cenário pop alternativo de sua geração. No disco, Humberstone expande musicalmente suas raízes no delicado bedroom pop, explorando novas direções em cada uma das faixas, que tratam de relacionamentos saudáveis e conturbados (“Ghost Me”) ou o desejo de escapar de sua própria mente (“Paint My Bedroom Black”). Musicalmente, incorpora elementos de indie pop (“Lauren”), melodias etéreas inspiradas por Bon Iver (“Baby Blues”), influência do rock dos anos 90 de Mazzy Star (“Kissing In Swimming Pools”) e aspiração pop para conquistar grandes públicos (“Antichrist” caberia no repertório de Taylor Swift ou na parceria “Superbloodmoon” com d4vd), mantendo a originalidade em canções de sons sintéticos, batidas de bateria marcantes e o vocal forte da artista. É uma estreia ousada e vibrante na qual Holly Humberstone abraça as incertezas que a cercam e transforma a melancolia em algo pessoal e ao mesmo tempo fascinante.
• Maple Glider – I Get Into Trouble
(Partisan Records)
A cantora e compositora australiana Tori Zietsch (a.k.a. Maple Glider), lança o álbum I Get Into Trouble, após a impressionante estreia de 2021, To Enjoy is the Only Thing. Neste novo trabalho, Zietsch explora temas de sua infância e juventude cristã, a relação com o corpo (“Dinah”, inspirada na história bíblica de uma jovem que sofreu um abuso e foi culpada por isso), consentimento (“Don’t Kiss Me”), autodepreciação (“FOMO”) e as complexidades dos relacionamentos, sejam românticos (“Do You”) ou familiares (“You At The Top Of The Driveway”, “You’re Gonna Be A Daddy”), de maneira franca e intensa. Apesar de serem por vezes comoventes, as músicas em última instância oferecem um senso de esperança, destacando novas oportunidades para a vida, o amor e o desejo de encontrar paz e conexão através dessas experiências. A sonoridade delicada e cativante do folk psicodélico de Glider nunca soou tão precisa, com as letras centrando-se em temas pessoais e servindo como uma forma de catarse, ressaltando a habilidade artística e o senso de humor sombrio na narrativa impecável da artista.
• Jamila Woods – Water Made Us
(Jagjaguwar)
Em Water Made Us, a cantora, poetisa e ativista Jamila Woods explora o significado de entregar-se completamente ao amor e sua complexa jornada. A artista abraça novos gêneros, melodias animadas e jogos de palavras hipnotizantes enquanto navega pelas emoções tumultuadas do sentimento, desde sua turbulência até seu refúgio. O registro é uma obra de arte pessoal e vulnerável, um retrato expansivo e íntimo de autorreflexão, projetado de forma astuta para refletir as diferentes fases de um relacionamento: desde os primeiros dias de cumplicidade, flerte e diversão (“Tiny Garden” com duendita e na funky “Practice” com Saba); até a negociação cuidadosa em momentos de conflito ou incertezas (no dreampop “Boomerang”, coproduzida por NAO); aceitar as pequenas coisas que atrapalham o sentimento (“Bugs” e na balada R&B “Good News”); passando pelo luto do que foi perdido (“Wolfsheep”) e as experiências adquiridas (“I Miss All My Exes”); e pela terna realização de que, no final das contas, a pessoa que se foi nunca realmente parte, mas permanece com você enquanto você se prepara para tentar novamente, renovada e em paz.
• Metric – Formentera II
(Metric Music International)
Anunciado no primeiro aniversário de Formentera, o Metric lança Formentera II, uma continuação da história iniciada no álbum de 2022. São dois lados da mesma moeda, compartilhando o mesmo mundo sonoro. No entanto, enquanto Formentera era a expressão sombria e introspectiva que surgiu durante o confinamento, Formentera II representa o lado mais leve de explorar novamente. O disco destaca uma banda no auge de sua capacidade de composição, apresentando uma variedade de estilos, desde o pop disco (“Just The Once”, “Descendants”) até envolventes baladas sintéticas (“Who Would You Be For Me”) com atmosfera oitentista (“Days Of Oblivion”) e rock melódico (“Nothing Is Perfect”), enquanto Emily Haines continua a contar histórias pessoais de sua jornada pelos primeiros anos em Nova Iorque e a importância de viver o momento presente.
• The Drums – Jonny
(Anti-)
Em Jonny, o The Drums, projeto de indie pop de Jonny Pierce, mergulha no trabalho de curar traumas de infância (“Isolette”), a falta do amor materno (“Harms”) e na sombra prolongada existente sobre a vida adulta (“I Want It All”). O reluzente álbum homônimo de Pierce é uma carta de amor a uma constelação de seus eus mais jovens, todos ávidos por serem nutridos e todos celebrando agora que finalmente pertencem, traduzida com uma sensibilidade pop que combina guitarras, reverb, sintetizadores modulares e drum machines. Jogando com emoções incertas (“Protect Him Always”) e a dificuldade de estabelecer conexões (“Obvious”), oscilando entre o caos e a serenidade ao crescer numa comunidade religiosa (“Flowers”, “Used to Want To Die”), Jonny ordena uma bagunça mental em todas as suas facetas e a incapacidade de amar devido à ausência de um modelo desde muito jovem. O álbum captura a magia que acontece quando você se apaixona por si mesmo até o âmago, resultando em um percurso catártico de autodescorbeta (“Dying”, parceria com Rico Nasty) e cura (“Pool God”).