Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Angel Olsen, Tove Styrke, 070 Shake, Poliça, Fantastic Negrito, Leona Naess, Christina Aguilera e Joyeur.
• Angel Olsen – Big Time
(Jagjaguwar)
O sexto disco de estúdio de Angel Olsen, o sucessor de Whole New Mess e do EP Aisles, é um trabalho introspectivo, franco e libertador que aponta um novo capítulo na carreira da artista. Big Time retrata um período de trânsito na vida pessoal de Olsen em letras honestas e sonoridade alt-coutry dramática e intimista inspirada em nomes como Roy Orbison, Emmylou Harris e Patsy Cline. Nos meses depois que ela se assumiu gay para os pais, ambos morreram. Ela começou a gravar três semanas após o funeral da mãe. A dor do período (“This Is How It Works”) e as crises de confiança (“Go Home”) estão compiladas no repertório do registro, mas também há uma perspectiva modificada do amor – e, consequentemente, a primeira desilusão (“Big Time”) – com a liberdade conquistada. Recompensando tristeza e felicidade (“Ghost On”), Olsen constata que para ter um grande amor – inclusive o próprio – é necessário acatar com grandes perdas para olhar para frente (“Through The Fires”).
• Tove Styrke – HARD
(Sony Music)
Tove Styrke, uma das artistas pop mais aclamadas da Suécia, lança o quarto registro de estúdio, o sucessor do excepcional Sway. HARD é a jornada mais pessoal da cantora até o momento, onde perspectivas são retratadas com liberdade criativa, numa sonoridade que carrega recursos dos clássicos pop das garotas dos anos 60 (“Show Me Love”), sintetizadores dos anos 80 (“Start Walking”) e pop experimental (“Millennial Blues”). Um disco que abrange com confiança diferentes gêneros e humores, que a própria Tove descreve como “um álbum pop imponente, extenso e humano”, nas músicas poéticas e intimistas sobre apaixonar-se (“YouYouYou”), amores dominantes (“Hardcore”) e abandono (“Bruises”). HARD é sobre a complexidade do amor, o lado divertido e deslumbrante e, também, o agressivo e angustiante.
• 070 Shake – You Can’t Kill Me
(G.O.O.D. Music/Def Jam)
O segundo álbum de estúdio da rapper e cantora Danielle Balbuena (a.k.a. 070 Shake) é uma experiência auditiva abrangente. Com produção de nomes como MIKE DEAN (Kanye West) e Dave Sitek (Solange, Kali Uchis), You Can’t Kill Me soa uma trilha sonora etérea e assombrosa para um filme e uma extensão da estreia Modus Vivendi. Explorando sexualidade (“Body” com Christine and the Queens), amor (“History”), relacionamentos problemáticos (“Web”) e perda do mundo em que vivemos, é um material mais audacioso do que o típico R&B através de sons diversos e maximalistas, instrumentações ostensivas (“Come Back Home”), sintetizadores severos (“Medicine”), cordas estupendas e vocal autotunado com um potencial sentimental e harmônico único (“Wine and Spirits”).
• Poliça – Madness
(Memphis Industries)
O quarto álbum do Poliça, When We Stay Alive (2020), contou a história do acidente quase fatal da vocalista Channy Leanegh em que quebrou uma vértebra e teve a coluna comprometida. Se antes tínhamos um trabalho sobre curar e recuperar a identidade, Madness nasce para explorar a insanidade dos nossos tempos e simetria. É um disco sombrio, emocionalmente cru com músicas flutuantes, mas intensas. O grupo cria um universo de sons dançantes (“Alive”, “Violence”), sintetizadores pomposos e texturas ambientes (“Away”, “Madness”) passando por um universo pop mais aprimorado – mas, não necessariamente que signifique uma coleção de hits – do que os materiais anteriores ao reformular seu som mirando o R&B moderno e o pop alternativo.
• Fantastic Negrito – White Jesus Black Problems
(Storefront Records)
O álbum visual White Jesus Black Problems é inspirado por uma busca da ascendência, onde Xavier Dphrepaulezz (a.k.a. Fantastic Negrito) descobriu que a avó de 7ª geração era uma serva escocesa que entrou em um casamento de direito comum com um afro-americano escravizado, desafiando as leis racistas da Virgínia colonial de 1750. A história deles (“Oh Betty”) é um testemunho de cura e manifesto contra a opressão para enfrentar sistemas desumanos e brutais (“Trudoo”) com o amor como sua única arma. São melodias estruturadas pelo funk, R&B, blues rock, soul, pop e performances viscerais que abordam temas de racismo, capitalismo e liberdade num contexto moderno (“They Go Low”). É importante contar a história de como aqueles que sofreram indignidades e violência muito maiores do que nós nos tempos contemporâneos foram capazes de preservar sua humanidade através da conexão humana e da determinação de amar. Se eles podiam fazer isso no século XVIII, nós podemos em 2022.
• Leona Naess – Brood X
(Leona Naess)
Após quase duas décadas, a cantora e compositora britânica Leona Naess – enteada de Diana Ross – volta aos holofotes com o quinto álbum de estúdio, um conjunto notável de composições sobre vulnerabilidade, honestidade e esperança. Brood X é uma meditação pessoal da artista e todas as coisas que a cercaram durante o afastamento. São canções, com uma aura pop luminosa (“Name Across The Sky”) e meditativa (“Bring on the Lonely”), sobre relacionamentos familiares, maternidade (“The Beginning”), amores antigos (“Call You by Your Name”) e perdas pessoais que fizeram parte do universo da artista após o hiato de 14 anos.
• Christina Aguilera – AGUILERA
(Sony Music)
Christina Aguilera lança o álbum AGUILERA, que reúne os dois EPs em espanhol – La Fuerza e La Tormenta -, além de uma versão extra da faixa “Cuando Me Dé la Gana”, com participação do cantor e compositor mexicano Christian Nodal. O projeto na totalidade não apenas continua mostrando os vocais poderosos da artista cantando em espanhol, mas também sua habilidade experimental de sondar o reggaeton, mariachi, tango e ritmos urbanos (“Suéltame” com o argentino TINI) com outros ritmos latinos, mantendo a natureza pop própria (“Te Deseo Lo Mejor”).
• Joyeur – How to Love Yourself and Not Destroy Everything
(Bearded Iris Records)
A norte-americana Joelle Corey (a.k.a. Joyeur) faz uma expressão feminista desviante, guiada por batidas atmosféricas, R&B e pop alternativo com canções que despertam movimento e sentimento enquanto melodias percorrem linhas de baixo remotas, sintetizadores vibrantes e refrões contagiantes. How to Love Yourself and Not Destroy Everything consiste em 10 faixas que alternam entre hip hop despretensioso, pop encaminhados por breakbeat e paisagens sonoras arrebatadoras. É um pop percussivo e dirigido por uma eletrônica hipnótica que remete artistas contemporâneos como BANKS, Tei Shi, Little Dragon e Japanese Breakfast. São letras e personalidade para realmente brilhar, sinalizando uma nova capacidade para se sentir vulnerável (“Underbelly”).