Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Hana Vu, Dua Lipa, WILLOW, Ibibio Sound Machine, Jessica Pratt, Charlotte Day Wilson, The Lemon Twigs, Kamasi Washington e Sia.
• Hana Vu – Romanticism
(Ghostly International)
A cantora e compositora Hana Vu lança o álbum Romanticism, sucessor da estreia Public Storage, aprofundando o sentimento de desilusão da juventude (“Care”), capturando o lamento pela impermanência dessa fase da vida (“22”) e explorando a busca por significado (“Hammer”). Ao contrário de seus trabalhos anteriores, a artista preservou uma visão singular ao evitar influências externas durante a criação de Romanticism, resultando em uma coleção unificada de músicas ricas em profundidade e intimidade. As canções, exuberantes e barulhentas (“Alone”), combinam elementos de indie rock pesado das guitarras dos anos 2000 com uma sensibilidade indie pop e futurista em suas camadas de sintetizadores (“Play”), além de instrumentações exuberantes (“Look Alive”), ancoradas pela poderosa e sonora voz de Vu. Nas palavras da artista, ela busca transmitir sua perspectiva de forma audaciosa, capturando a vivacidade da tristeza na juventude.
• Dua Lipa – Radical Optimism
(Warner Records)
A cantora cantora anglo-albanesa Dua Lipa lança o seu terceiro disco de estúdio, sucessor de Future Nostalgia, capturando a alegria e a felicidade de encontrar clareza em situações que antes pareciam insuperáveis. Enquanto seu trabalho anterior mergulhou em uma fantasia pop dos anos 70 e 80 com elementos de disco, Radical Optimism busca um caminho diferente, contando com uma equipe de produtores experientes, como Kevin Parker (Tame Impala), Danny L Harle (Caroline Polachek) e Andrew Wyatt (Charli XCX, Billie Eilish). A artista aposta em uma atmosfera pop psicodélica (“Houdini”) e descontraída (“French Exit”, em que a artista decide desaparecer em vez de enfrentar uma separação), com momentos retrôs do registro anterior (no pop funk psicodélico “Whatcha Doing” e influência do ABBA em “Training Season”), french house (“Illusion”) e tempero latino (“Maria”) em canções onde reconhece padrões prejudiciais em relacionamentos passados, confronta despedidas difíceis (“Happy For You”) e começos vulneráveis, escolhendo o otimismo através do caos (“End of an Era”).
• WILLOW – empathogen
(Three Six Zero / gamma)
WILLOW, filha de Will Smith e Jada Pinkett Smith, continua desafiando as fronteiras do gênero musical. Depois de experimentar influências da cena folk e dos anos 90 em The 1st, explorar o pop experimental em WILLOW, abraçar o punk em lately i feel EVERYTHING e experimentar o metal em ˂COPINGMECHANISM˃, a garota aventura-se em uma nova direção alternativa, com influências de neo soul, rock e jazz contemporâneo em composições que refletem um processo de autorreflexão e transformação (“symptom of life”), batalha com pensamentos negativos (“run!”, com uma influência de Me’Shell Ndegéocello) e entender a verdadeira identidade (“b i g f e e l i n g s”), lidando com desilusões amorosas e a constante necessidade emocional de estar próximo de alguém (em “pain for fun”, dueto com St. Vincent) e vivendo a vida com amor e confiança (“home”, parceria com Jon Batiste). A cada lançamento, WILLOW revela-se cada vez mais uma artista completa, mesmo que em constante transformação.
• Ibibio Sound Machine – Pull the Rope
(Merge Records)
A banda de eletro afro-funk Ibibio Sound Machine retorna com o álbum Pull the Rope, sucessor do aclamado Electricity, com a colaboração de Ross Orton (Arctic Monkeys, M.I.A.) na produção. O disco é uma máquina ágil e elegante que cativa desde a primeira nota da faixa de abertura, com a voz sobrenatural de Eno Williams e o baixo pulsante de PK Ambrose percorrendo uma variedade caleidoscópica de techno house, synthpop, post-punk, funk, rap, afrobeats e disco, promovendo a união que se inicia na pista de dança. O single principal “Got to Be Who U Are” percorre literalmente o globo, mencionando locais ao redor do mundo que poderiam parecer desconexos se não fosse pela vasta experiência de viagem, ao celebrar a individualidade e a identidade própria. A cativante e sagaz “Mama Say” aborda temas de empoderamento feminino e ancestralidade, enquanto “Fire” soa como um alerta para estar preparado para qualquer coisa e “Them Say” traz o lado político do grupo. O som de Pull the Rope é esperança na escuridão, felicidade apesar da desolação.
• Jessica Pratt – Here in the Pitch
(City Slang)
No seu quarto álbum, a cantora Jessica Pratt amplia o escopo de sua arte, situando suas músicas mais afiadas até o momento dentro de um leque de influências que passam pelo jazz (“World on a String”), bossa nova (“Get Your Head Out”, “By Hook or by Crook”), melancolia folk (“The Last Year”), orquestrações pop dos anos sessenta (“Life Is”) e o som dos anos setenta de Laurel Canyon (“Better Hate”). Guiadas por instrumentações sutis e produção lo-fi, Pratt canta sobre sentimentos de incerteza e insegurança em relação à vida, a crença no poder do amor para superar desafios e a busca por uma confiança, mesmo que momentânea. Here in the Pitch é um trabalho fascinante que marca um ponto alto na carreira de Pratt e demonstra sua habilidade excepcional como compositora e intérprete.
• Charlotte Day Wilson – Cyan Blue
(Stone Woman Music / XL Recordings)
Cyan Blue, o sucessor do álbum de estreia da ALPHA da canadense Charlotte Day Wilson, é um registro de R&B levemente fora do convencional, envolto em uma atmosfera nebulosa e onírica. As músicas são uma exploração sincera do amor, das frustrações e da condição humana. Os vocais aveludados de Wilson flutuam em torno de linhas de baixo e do vibrante piano que permeiam as composições, criando um efeito hipnotizante e encantador. Influências que vão do jazz ao neo soul são habilmente entrelaçadas para criar um clima etéreo e sedutor, permitindo que a emoção sincera das letras da artista se destaque no álbum. Desde a envolvente “New Day” até a melancólica “Forever”,com participação de Snoh Aalegra, e as introspectivas “I Don’t Love You” e “Canopy”, as escolhas de produção amplificam a profundidade emocional de cada canção, criando um terreno íntimo e reflexivo.
• The Lemon Twigs – A Dream Is All We Know
(Captured Tracks)
O duo indie pop psicodélico The Lemon Twigs, formado pelos irmãos Brian e Michael D’Addario, lança seu quinto álbum de estúdio, sucessor de Everything Harmony, provando que a nostalgia dos anos 60 e 70 ainda é relevante. Com influências harmônicas que vão desde o Beach Boys (“They Don’t Know How To Fall In Place”, “In The Eyes Of The Girl” que conta com a produção de Sean Lennon), Todd Rundgren (na faixa-título) e Beatles (“Church Bells”), suas canções existenciais (“If You and I are Not Wise”) e românticas (“How Can I Love Her More?”) revelam uma atmosfera que permanece atemporal em um mundo digital. A Dream Is All We Know é uma celebração da era dourada do pop, um mix de nostalgia e sensibilidade moderna nas contagiantes melodias, que se destaca como uma peça perdida e cinematográfica na coleção dos astros que os influenciaram.
• Kamasi Washington – Fearless Movement
(Young)
O multi-instrumentista e compositor Kamasi Washington lança o álbum Fearless Movement, sucessor de Heaven and Earth, com um novo senso de mortalidade após o nascimento de sua filha Asha. O registro reflete sua jornada espiritual e introspectiva durante a pandemia, especialmente com a chegada da paternidade, com uma exploração audaciosa de sua fórmula musical. Enquanto os álbuns anteriores tratavam de ideias cósmicas e conceitos existenciais, Fearless Movement centra-se no cotidiano, numa exploração da vida na Terra, apresentando uma paleta eclética que combina jazz, rap, hip hop, música latina, soul, música clássica e funk, com destaque para participações de artistas como Thundercat (“Asha The First”, com a melodia criada pela filha do artista durante algumas de suas primeiras experimentações no piano), André 3000 (“Dream State”), George Clinton e D Smoke (“Get Lit”), BJ The Chicago Kid (“Together”), Terrace Martin (“The Visionary”), entre outros. Nas faixas energéticas, o artista combina vitalidade instrumental improvisada com mensagens políticas e observações pessoais. Washington é conhecido não apenas por sua maestria no saxofone, mas por explorar ainda mais seu estilo próprio enquanto expande seus horizontes com uma visão vanguardista e épica (“Prologue”) de criar músicas memoráveis.
• Sia – Reasonable Woman
(Atlantic)
A cantora e compositora australiana Sia lança o álbum Reasonable Woman, seu primeiro disco de inéditas em oito anos, desde This Is Acting, desconsiderando a trilha sonora de Music e o álbum natalino Everyday Is Christmas. O álbum mantém a fórmula da artista intacta, com sua perfeição pop e o brilho característico dos últimos anos, embora possa parecer previsível. Destaca-se sua força vocal, refletindo a essência da vida em cada canção (“Gimme Love”). O trabalho inclui faixas como a balada pop “Fame Won’t Love You”, com Paris Hilton, a dance disco “Dance Alone”, com a conterrânea Kylie Minogue, o hino empoderador “Incredible”, na companhia de Labrinth, a mensagem de autoconfiança em “Champion”, com Tierra Whack, e o trap confiante “Immortal Queen”, com a lendária Chaka Khan. Apesar de se mostrar um trabalho um tanto previsível na discografia da artista, Reasonable Woman ainda mostra que Sia mantém sua capacidade de criar músicas marcantes e fáceis de cantar junto.